Capítulo 12

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-Veronica? - Math perguntou, assustado - O que aconteceu?

Eu ainda estava surpresa, por isso meu cérebro não respondeu à sua pergunta. Minha mãe estava nos Estados Unidos? Ela me mandou embora de Daytona justamente porque iria embora e precisava me deixar com um responsável, ou seja, meu pai. O que ela fazia nos Estados Unidos?

-Veronica... você está bem? - ele perguntou de novo - O que aconteceu?

-Minha mãe... - eu falei - Ela está em Daytona.

-E por que ela voltou? - ele perguntou.

-Eu não sei... - eu respondi, sentindo a raiva subindo pelas veias - Taylor disse que ela estava lá. 

Nunca festa de aniversário de um bebê!

A raiva subia cada vez mais. Eu não podia reclamar de vir para a Califórnia, rever meu pai e meu irmão, conhecer a Cat e o Math... Mas ela me arrancou da vida que eu tinha antes, com meus amigos, com a minha escola, e foi embora. E quando eu estava no hospital ela não atendeu nenhum telefonema, e agora ela está em Daytona e nem me mandou uma sequer mensagem?!

-Vee... - Math disse e eu olhei para ele, quase chorando de raiva, mas ele me abraçou, com aquele abraço que me acalmava e que eu ia sentir tanta falta - Não quero ser ruim, mas se sua mãe fez isso, ela é a pior sogra do mundo!

Eu ri, ele tentava me animar.

-E ela não merece que você fica triste ou com raiva por causa dela - ele continuou, sorrindo - Quero que se concentre aqui agora, comigo, e sabe por quê?

-Por quê...? - eu perguntei, entre seus braços.

-Porque eu te amo - ele disse.

...

A semana passou muito mais rápido do que eu esperava. Aquela era a última semana que eu passaria com Math... ele parou de ir aos treinos de futebol já que não jogaria na abertura da temporada, mas não deixou de ir aos meus ensaios com as Líderes de Torcida - o médico me liberou para as danças "no chão e não em cima de uma torre". Entrávamos na escola juntos, 

saíamos juntos, íamos dar uma volta e depois ele me deixava em casa.

É claro que ele dava seu tempo para o meu irmão também, no tempo que eu não estava com ele, como nas aulas, ou quando ele foi lá em casa na quarta-feira para eles jogarem vídeo-game.

Em fim, a sexta-feira chegou em um piscar de olhos: a grande noite do baile de Halloween.

Durante as aulas, o único assunto das meninas era quando, com quem e com que roupa chegariam, porque tudo é motivo de baile, e baile é motivo para se empolgar. Cat quis dar uma de misteriosa, sem querer me dizer quem era o par dela, e obviamente, ela sabia o meu. Mas ela disse que chegaria às nove, como a maioria, e estaria fantasiada de fada. 

Já eu, iria de cigana, não é porque era Halloween que eu ia me fantasiar de bruxa, não é mesmo?

-Não vai me dizer mesmo quem é? - eu perguntei.

-Não - ela sorriu, envergonhada.

-É alguém que eu conheço?

-Talvez - ela respondeu - Vai descobrir hoje.

-Cat! - eu protestei - Por favor...

-Não, não! Nem vem com essa voz de bebê e cara de cachorro com fome! - ela cruzou os braços - Manda o Math te trazer às nove, vai ter uma surpresa... Espero que não fique brava

O sinal soou e a aula terminou, Cat pegou suas coisas e saiu mais rápido que eu da sala. Fomos liberados no almoço hoje, também estaríamos liberados das atividades extra curriculares, para arrumarmos a decoração no ginásio e, é claro, nos arrumarmos. Mesmo assim tive que passar no ginásio para pegar o uniforme para lavar em casa. Quando estava voltando, eu vi a porta do Jornal aberta. Lucas estava lá.

O Melhor Amigo do Meu IrmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora