Capítulo 7

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Você teve sorte - o médico disse, depois que me acordei pela manhã de sábado - Vai precisar ficar aqui até o próximo fim de semana, em repouso.

-Uma semana... - eu resmunguei - mas vou poder ter visitas, né? Todos os dias?

-Claro - o médico riu, me entregando uma bolsa - Mas tem horários para isso. Seu pai deixou essa mochila aqui antes de você acordar. Qualquer problema, não deixe de chamar, só apertar esse botão e um residente fará a gentileza de ajudá-la.

Ele saiu da sala, me deixando sozinha com uma TV que não tinha Netflix, mas eu não precisava: meu pai tinha me salvo. Ele tinha levado meu Ipad, celular, carregadores e fones de ouvido. Na tela do Ipad tinha um post-it, e nele estava escrito:

Não consegui adiar a reunião em San Diego, mas estarei aí até o fim da tarde, eu espero. Levei o que me pediu, espero que eu não tenha esquecido de nada. Papai te ama!

Dei um sorriso ao ler o bilhete, minha mãe nunca faria aquilo por mim, ela nem sequer tinha atendido o telefone. Assisti séries a manhã inteira, e só soube que era almoço quando uma enfermeira me trouxe um prato de sopa e um copinho de gelatina para eu comer. Recebi uma mensagem enquanto comia e peguei meu celular. Era o Math.

Math
Posso te ver? Dei um leve sorriso. Eu achei que com o passar do tempo ou se acontecesse algo, Math iria se afastar, mas ele quer vir aqui ficar comigo.

Veronica
Claro que pode!

Ele visualizou e não respondeu, mas eu sabia que ele viria, então não tinha problemas.

Hoje era sábado, eu poderia ir à casa de Cat, ir no shopping ou mergulhar no mar, ainda estava calor... Mas não, graças à Amanda Chill estou em uma cama de hospital e não posso sair por uma semana, porque pode dar um problema na minha cabeça nesse período.

Voltei à assistir Shadowhunters, estava quase terminado a temporada. Sem perceber o tempo passar, olhei para a porta do meu quarto se abrindo. Era Math, ele tinha uma rosa na mão e uma caixa de bombons na outra. Ele sorriu.

-Ei, Vee - ele disse, vindo me dar um beijinho - Tudo bem?

-Melhor agora - eu falei.

Ele colocou a caixa de chocolates e a flor no móvel ao lado da minha cama, e sentou-se ao meu lado.

-Estava preocupado - ele disse - desde o momento que te vi cair.

Ele segurava minha mão. A única razão de eu estar ali ainda era o repouso e o risco de dar algum problema, então não tinha problema, eu estava bem. Expliquei isso à ele e ele sorriu. Pedo para se acomodar ao meu lado, porque minha cama era grande, e assistir à algum filme enquanto comíamos os chocolates que ele trouxe. Ficamos ali até perder a noção do tempo, ele podia ficar ali para sempre...

De repente vi meu pai entrar no quarto, e notei que já eram cinco horas da tarde. Meu pai fez uma cara que eu nunca havia visto.

-Boa tarde - ele disse, sério.

-Boa Tarde, Sr. Connor - Math disse, nervoso - Ah, eu... já estava de saída, só vim fazer companhia para Veronica...

Ele se levantou, pegou o casaco, me deu um beijo na testa e foi embora. Fiquei com um leve pressentimento do que fosse vir a seguir, mas todos os músculos do meu corpo relaxaram quando vi meu pai rir.

-Ele acreditou que eu estava bravo - ele dizia.

-Espera, não está bravo? - eu perguntei.

-Fomos embora de Nova York e viemos para Malibu em 2010, desde esse tempo conheço Math - ele contou - sei que é boa pessoa.

O Melhor Amigo do Meu IrmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora