Capítulo 5

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Ficamos ali conversando, na frente do playground, por uns dez ou quinze minutos, logo ela foi buscar a irmã dele, já que o tempo pago tinja acabado.

-Oi, Veronica - ela disse, arrastando o "r".

-Oi, Nina - digo - tudo bem?

-Aham - ela disse vindo me abraçar - você e meu "mano" tão juntos?

Enrubesci. Notei que Math também. Achei incrível ela lembrar de mim e do meu nome, mesmo só tendo me visto uma vez e por tão pouco tempo.

-Somos só amigos, Nina - ele disse.

-Mas vocês ficam bonitos juntos - ela riu.

Sorri, sem graça. Ele disse que tinha que ir, então me despedi deles. Fui para o salão do Eddie, onde as nossas bolsas estavam no canto do caixa, sob vigia de uma câmera. Eddie estava cortando o cabelo de uma menina, fui até ele.

-E o Lucas? - perguntei.

-Aquele mendigo que você trouxe? - ele perguntou - Eu terminei o cabelo dele, então a Mônica foi fazer as sobrancelhas, tirar algumas espinhas, depilar o que ele chamava de rosto...

-E cadê ele?

-A Mônica é visual merchandising de uma loja online, então ela quis ver como ficava as roupas que você comprou nele.

-E como ele ficou?

-Menina, aquele mendigo, - Eddie separou uma mecha do cabelo da menina que estava cortando o cabelo e então virou para mim - ele ficou bonitão.

Olhei para o corredor do spa, e dali saia um menino sem aquele ar de arrogância, os olhos apareciam já que o cabelo estava jogado para trás por conta do undercut. Ele estava usando uma camisa branca com um desenho preto na frente, uma calça jeans escura e um dos tênis que eu comprei. Eddie tinha razão, ele estava bonito.

-Veronica, você está linda! - Mônica veio me dar um abraço. Ela era a irmã mais nova do Eddie, nos conhecíamos do salão de Nova York - Lucas, ela não está linda?

Ele corou um pouco.

-É, está - ele disse.

Lucas passou o cartão de crédito dourado que ele tinha e agradeceu à Mônica e Eddie pelo trabalho. Saímos dali com um monte de bolsas, ficamos na frente do shopping esperando o uber.

-Você está bem? - ele perguntou - Parecia que estava triste depois que voltou para o salão.

-Estou bem sim - dou um sorriso - E então, gostou do novo visual?

-É, não vou reclamar - ele disse, meio sem graça - Fazia tempo que eu não me divertia, sabia? Obrigado.

-Imagina - eu falei.

-Minha mãe quem vai gostar, vai querer te dar um presente.

-O quê? Diga à ela que não precisa.

-Veronica... - ele disse, mais sério - Por que fez isso? Quer dizer, perdeu uma tarde toda pra fazer isso e ainda concordou em sair do jornal.

-Bom, eu tenho dois motivos. Mas seu uber chegou, então nos vemos segunda, na aula de matemática.

Ele resmungo algo, mas não insistiu. Logo depois que o uber deixou o shopping, eu peguei meu celular do bolso.

-Alô?

-Melhor irmão do mundo?

-Pode falar, maninha - ele disse.

-Pode vir me buscar no shopping?

-Só se você prometer que vai comer comigo esse maravilhoso bolo que a Helena fez - ele ofertou.

O Melhor Amigo do Meu IrmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora