Acordei em meio à gritos. Não de susto, mas de raiva. Era meu irmão na porta do meu quarto, furioso.
-MATH! - ele gritava para acordá-lo, então, alerta, sentei na cama e chacoalhei ele ao meu lado.
-Hum... Bom dia, princes... - ele estava resmungando até ver meu irmão na porta, quando ele realmente acordou e sentou na cama.
Estávamos com nossos pijamas - Math com uma bermuda, eu com um short e sua camisa, que ficava larga em mim. Tomamos banho na noite anterior e, antes de dormir, arrumamos o quarto. Finalmente pensei no horário, eram cerca de dez da manhã, mas Adrian e papai voltariam só mais tarde, o que me fez ficar tensa.
-Cadê o papai? - perguntei.
Em San Diego - ele explicou - convenci ele à voltar com os garotos da empresa, a reunião foi adiada para hoje a tarde, então saímos ontem.
-E como foi? - eu perguntei.
-Não mude de assunto - ele disse, irritado - Era pra você cuidar dela, Math. O que fizeram? Quer saber, não quero ouvir detalhes!
-Adrian, espera, a gente... - ele tentava procurar palavras para explicar, mas não tinha o que dizer.
-Esquece, se arrumem e desçam logo, vamos tomar café e conversar - ele disse, e bateu a porta atrás de si.
Ele não precisou falar duas vezes, só foi ele fechar a porta que nos levantamos e nos vestimos. Fui interrompida por um longo beijo de bom dia, então fomos rapidamente para a cozinha. Eu lhe dava razão, ele não ficaria tranquilo com o melhor amigo de quase dezoito anos dormindo com a irmã de quinze - quase dezesseis.
-Cadê a Helena? - eu perguntei.
-Dei folga para ela hoje de manhã, fiz questão de levá-la para casa, passei no starbucks comprei nosso café da manhã - Adrian contou - E a entrega?
Eu contei à ele sobre ontem, que o próprio Ferraz apareceu e levou cinquenta mil pesos embora, como oferta de paz, mas manteria contato.
-...e a entrega é para o Lucas - eu contei no final - Lucas Hall.
-Esperava que fosse - Adrian disse - Ele faz pedidos desde o começo do ensino médio, ele contou quando começamos a entregar no início das aulas.
-O quê? - Math perguntou, surpreso - Por que não me disse?
-Se ele se droga ou o quanto ele se droga, não é problema nosso, e sim que ele receba o que ele comprou - Adrian disse, sério.
Descobrir que Lucas se drogava não era mais absurdo que a indiferença do meu irmão. Ele disse que depois do café, iríamos na casa do Lucas entregar o pacote.
Enquanto tomávamos café, Adrian ficou calado, ele parecia realmente incomodado com o que aconteceu. Se não fosse por isso, tenho certeza que aquele café da manhã teria sido bem normal, independente de ter que entregar droga ou não.
-Adrian? - eu chamei.
-Hm... - ele respondeu.
-Você está bem? - eu perguntei.
-Não, não estou bem - ele disse - Minha irmãzinha jogou as cartas na mesa de um traficante pesado de Los Angeles e dormiu com o meu melhor amigo que vai embora no final do mês para Nova York!
-Final do mês...?
Math tinha dito que iria antes do final do ano, mas não no final de Outubro. Fiquei surpresa demais para falar qualquer coisa à qualquer um dos dois.
-Espera... - Adrian franziu as sobrancelhas - Você não disse pra ela que...
Eu não aguentei, a primeira lágrima veio, depois a segunda e depois não parou mais, eu fui para o meu quarto correndo, eles tentaram entrar, mas eu já trancara a porta. Como assim ele ia embora no final deste mês?!
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O Melhor Amigo do Meu Irmão
Roman pour AdolescentsVeronica Connor morava com sua mãe e seu padrasto em Daytona Beach, na Flórida, após se mudarem do estado de Nova York. Depois de decidir ir para a Itália com o objetivo de expandir os negócios da empresa, sua mãe decidi mandá-la para Malibu, do out...