|Capítulo 11|

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"Hoje à noite eu sinto como se estivesse perdido no deserto"

Oasis - Kygo

Juliet Cooper Clinton

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Juliet Cooper Clinton

04 de Outubro de 2016

  O que acontecer durante sete meses? A cada dia, um nova surpresas, você pode arrumar um namorado e despacha-ló, você pode frequentar todas as noites uma boate, você pode fazer amizades, você pode fazer qualquer coisa porque todos os dias é uma oportunidade de ser melhor, de fazer tudo que não deu pra ser  feito ontem.
  Eu costumava pensar assim, acreditava que todos os  dias quando o sol nascia  eu poderia ser alguém melhor, mas adivininha, eu sempre era pior do que o dia anterior. No domingo em que liguei pra um desconhecido qualquer e falei absurdos, eu jurei não ficar mais bêbada, mas quando foi segunda-feira a tarde eu entrei em coma por ter digerido mais álcool do que meu corpo aguentava. Eu jurei não me deixar abalar pelas coisas que Martha me fez, porém eu não consegui e acabei empurrando a velha que caiu da escada. Eu briguei com Noah pela milésima vez, acendi um cigarro na escola e fiquei suspensa durante uma semana. Se antes eu já era a aberração cromática, tudo piorou quando Samantha colocou um absorvente colado na minha mochila e todos viram.

Aquela garota que acreditava na esperança de ser alguém melhor morreu, porquê em vez de evoluir, eu retrocedia cada vez mais para o inferno. Era uma merda se perder dentro de si, e pior ainda nunca mais se encontrar. É desgastante viver a mesmice todo santo dia, as chacotas que fazem em relação a mim se tornaram tão irritantes à ponto de me fazer avançar. Agora eu não sou mais a senhorita Clinton exemplo do conselho estudantil, hoje eu faço parte dos alunos que precisam ter acompanhamento com psiquiatra. Eu evoluía da maldade, mas de qualquer forma ainda não ergui a bandeira branca. As mensagens enviadas pelo garoto desconhecido me fazia acreditar que um dia eu seria sugada por uma nave espacial, era só questão de tempo.

— Filha, já estamos indo...

Quando assusto minha mãe já está dentro do meu quarto, vejo através do espelho quando seus olhos se arregalam ao ver o enorme desenho que fiz em minhas costas. Viro me de frente, pego uma toalha e jogo sobre a cama onde tinha alguns cigarros espalhados junto de uma lâmina.

— Qua-quando você fez isso? — sua voz é falha, seus olhos corre por todo o meu corpo. Eu sei que ela já viu todos os cortes nos braços e as tatuagens nos dedos.

— Sei lá, eu não estou contando os dias — dou de ombros.

— Por quê? — ela sussurra atômica.

Foi impossivel evitar o olhar irônico, a risadinha amarga.

— Sério mamãe? — enfatizo a  frase, eu queria que ela sentisse o peso da solidão. — Pode ir, eu também já estou de saída.

— Queremos que vá conosco.

— Então dá pra me esperar lá em baixo?

A confusão estava estampada em  seu rosto, mas eu não me importava. Há muito tempo eu deixei  de dá crédito ao que ela pensa sobre mim.
Hoje era mais um daqueles eventos que ela me  obrigava à participar para  manter as  aparências. Ela havia me comprado um vestido vermelho, curto, com decote enorme e de mangas compridas, pra acompanhar, um salto quinze cheio de glitter. Eu parecia aquelas patricinhas idiotas dentro daquela roupa, mas eu não me importava em  ser artificial, pelo menos eu não seria a única.

— Podemos ir? — interrogo descendo as escadas, no andar de baixo todos me olham.

Todos eu digo; mamãe, Noah, Sarah e Daysa — as irmãs do Noah. Minha mãe me olha da cabeça aos pés.

— Eu sabia que você ficaria maravilhosa, mas cadê as argolas? Ficaria  perfeita com elas.

— Já estamos encima da hora, podemos ir?

— Juliet, volte e coloque as argolas, está horrível com esses brincos estranhos — minha mãe diz se irritando.

— Desculpa mãe, mas eu não sou sua boneca de pano. Eu irei do jeito que estou porque eu não tenho a necessidade de agradar a você.

Bato as mãos na mesa causand um estrondo, murmuro um palavrão e saio deixando eles plantados no meio da sala.

Um Quase Nada De VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora