|Capítulo 37|

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Juliet Cooper Clinton

 
  Venho pessoalmente descrever esse momento porque foi um tiro no peito. O corpo magro do meu amor deitado sobre o sofá macio da nossa aconchegante sala de tv, a lareira clareando o seu rosto pálido e suado enquanto dentro de si tudo era devastado. Seu peito pegava fogo. Ele não iria resistir se os paramédicos demorasse mais um minuto, mas por sorte eles adentraram aquelas portas de madeira apressadamente e o levaram. 

Enquanto dirijo atrás da ambulância, eu trato de entrar em contato com seus pais. Tudo em mim ardia, minhas costas doíam tanto e a minha mente perturbada pedia para que ele não desistisse de tentar respirar. Era só respirar, eu estava tentando fazer o que Ethan não era capaz. 

Chegando no hospital tudo já aguardava por ele que logo fora empurrado sobre a maca às pressas, eu nunca vira tantos enfermeiros de uma só vez. Eles diziam tantas coisas, eram tantos comandos que me deixaram tonta. Aquele hospital conhecia bem o caso raro que era Ethan Hoskins, e eles secretamente já estavam preparados para aquele momento. E eu os repugnava com todas as minhas forças,  porque eles já estavam prontos, tudo mundo parecia estar pronto para vê-lo partir mas eu não estava e jamais estaria. Não era junto, eu vivi tão pouco com ele, eu tive tão pouco e aquelas pessoas estavam prontas para encerrar qualquer ligação que tiveram com o meu garoto. Como eles conseguiam e podiam?

Sentada na porta do quarto que os levaram eu permaneci abraçada às minha pernas é o queixo apoiado nos joelhos. Nossas famílias chegaram meia hora depois, e eu continuei petrificada ali. A madrugada a fora eu permaneceria ali, até que por volta das 3:00 a doutora Fleming apareceu com notícias e fez com que todos nós saíssem de nossas bolhas e à olhasse com esperança. Aquela era a nossa única chance. 

— Olha, desde o início nós sabíamos a sorte e a bravura que aquele garoto tem, e se não fosse por isso ele nem chamaria Ethan. Mas é também do nosso consentimento que se os tratamentos não funcionassem séria só questão de sorte, e ele nos provou que ele é um sobrevivente. Porém... 

Ela se calou, ela não poderia se calar. Nesse momento eu me aproximei dela com os olhos arregalados como uma fera prestes a atacar sua presa, ela era minha presa, eu estava presa naquela esperava.

— Cadê ele? – minha voz saiu mais como uma súplica do quê uma pergunta. Ela tocou meu ombro, então eu quis avançar nela, porém a mesma sorriu me imobilizando.

— Ele está sobe efeito de medicamentos, mas você pode ir vê-lo por que ele só sabe apontar pra aliança o quê eu tenho certeza que significa que ele quer te ver.

Meu coração pareceu uma bexiga quando é preenchida por ar, e assim que ela me deu permissão eu entrei no quarto hospitalar como um relâmpago e lá estava o dono do meu coração.  Me senti desolada quando o vi pálido, ligado ao monitor cardíaco, olhando me com a cabeça levemente tombada pro lado. Foi inevitável não deixar escapulir um soluço alto seguido de uma crise de choro.

Ethan! – sussurrei segurando a sua mão recebendo soro na veia, e com o rosto enterrado ao lado do seu corpo deitado na maca. Com a outra mão livre ele acaricia os meus cabelos. – Eu tive tanto medo de nunca mais te ver.

Você sempre foi tudo pra mim, meu maior ponto fraco é você  – ele disse com dificuldade, mas disse.

— Guarda suas forças – eu enxugue minhas lágrimas e admirei seu rosto, seus traços, seus olhos e ele não desviou suas pupilas nem um segundo. 

Um Quase Nada De VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora