Capítulo 35 - O dono do medalhão

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Alvo correu dentro do castelo sem ser ocultado pela capa de invisibilidade, pois, ela havia ficado na Sala Precisa. Corria pelos corredores se esquivando dos pedaços de armaduras espalhados pelo chão e dos feitiços ue atravessavam as janlas do castelo, ricocheteando nas paredes. Andou até a gárgula que era a passagem para o gabinte do diretor. 

__ Garoto, saia daqui! - ginchou a gárgula - É uma armadilha para você, garoto, saia! Saia depressa!

__ O quê? - perguntou Alvo confuso - O que você está dizendo? Eu preciso subir, parar Dominus...

Ouviu-se um 'crac', o chão debaixo dos pés de Alvo se abriu e ele despencou. "Era um alçapão" gritou a gárgula como se adiantasse algo. Alvo caiu de joelhos no chão, a varinha saltara de sua mão na queda. De repente, se viu dentre vários dementadores. O ar era firo e dóia para respirar. Sentiu-se horrivelmente triste, como se nunca mais fosse sorrir. Os vultos negros rodeavam o garoto e sugavam sua felicidade e lembranças felizes. Sua varinha estava inalcansável. Lembranças ruins tomaram conta de Alvo, ele começou a se contorcer tentando focar seu pensamento numa lembrança feliz. 

__ Alvo Severo Potter - disse a voz fria de Dominus. Mesmo Alvo estando com a visão turva, conseguiu reconhecer o garoto de pele branca e cabelos castanhos ali na sua frente - Quem será aniquilado esta noite? V-O-C-Ê. 

__ N-Não. - respondeu Alvo com os dentes cerrados, enquanto um dementador se aproximava mais dele - V-Você é-é u-um c-covarde! P-Por q-quê n-não m-me e-enfrenta s-sozinho? De m-maneira justa?

__ Os dementadores enfraquecerão você - respondeu Dominus com a voz zonhadora - Eu terei o prazer de matar você. Quando estiver bem fraco, mal se aguentando em pé, sofrendo o máximo possível. Acho que a culpa já te corroe, não? Seus amigos estão morrendo, seus pais lutando por nada, tudo vai ser em vão... Parece que você tem muita lembrança feliz, ainda não está pedindo para morrer.

__ Milorde - chamou a voz de Clavegen. "Ele é pai de Dominus, como pode chamá-lo de Milorde?" pensou Alvo enquanto tentava pensar no momento em que Tiara Hagrid nasceu, aquele momento foi feliz - Muitos comensais morreram e os centauros estão tento dificuldade em segurar os alunos, preciso ajudar na batalha - Alvo viu Dominus assentir e o barulho dos passos indicavam que Clavegen deixara o local -

***

Megan passou correndo pelos corredores do castelo, corria muito rápido, a varinha firme nas mãos e o seu pensamento se focava numa só coisa: "Onde está Alvo". Ouviu barulho de passos, viu Clavegen andando pelos corredores de cabeça baixa. Megan passou correndo ao lado dele. E ele não quis pará-la. Porque se quisesse teria sido simples, bastaria ele apontar a varinha para ela e murmurar uma maldição ou feitiço.

Ela chegou perto da gárgula.

__ Garota, o menino caiu ai! - disse a gárgula aterrorizada - Tem uma passagem secreta bem ali - apontou para um quadro de uma outra gárgula - Você poderá ir para onde ele foi, só que por outro caminho, é claro.

Megan tirou o quadro dali e lá estava uma passagem. Ela desceu correndo as escadas e entrou numa espécie de câmara escura e fria. Ouvia alguns gritos abafados e uma risada desdenhosa. A garota correu até o final da câmara e viu, Alvo deitado no chão, se contorcendo enquanto era rodeado por vários dementadores. "Expecto Patronum" gritou. A águia prateada saiu de sua varinha e rodeou Alvo ferozmente, fazendo os dementadores recuarem.

Alvo ficou feliz ao ver uma bela águia prateada avançar com raiva nos dementadores e fazer todos eles recuarem e fugirem, deixando só Dominus na sala. 

__ SUA SANGUE RUIM IMUNDA! - berrou Dominus apontando a varinha para ela - VOCÊ SÓ SERVE PARA ATRAPALHAR! POR QUÊ VOCÊ VEIO SALVÁ-LO?

__ Porque é isso que é amar uma pessoa. Você a defende! - respondeu Megan com a varinha erguida enquanto andava até Alvo. Ele já tinha conseguido sua varinha novamente e estava de pé - Seu pai não conseguiu defender sua mãe quando VOCÊ A MATOU. Mas, eu consegui defender Alvo antes que você o matasse.

***

Clavegen chegou nos terrenos do castelo sem ânimo para lutar, não havia nenhum comensal ali, apenas centauros aos montes. Observou Harry e Gina e deu um suspiro. Um forte aperto no peito fez o homem largar a varinha no chão, desistira de lutar por uma causa perdida. Queria proteger seu filho, mas, o garoto cismava que estava tudo certo, que não precisava de proteção alguma. Lembrava agora de Amélia, sua mulher, que o próprio filho havia matado-a. Queria tê-la defendido, queria ter educado Dominus melhor, mais agora era tarde, se arrepender não faria tudo mudar. Perdera seu amor. Olhou de relance para Rose, que distraída, tentava acordar Thomas Kills, que estava jogado no chão. A ruiva estava de costas para tudo e tentava fazer o garoto parar de sangrar. 

Um centauro, se aproveitando da situação, apontou a lança para Rose e mirou bem. Scorpius, vendo a intenção do centauro, não conseguiria parar a lança à tempo, se pôs na frente da garota e apertou os olhos de modo forte, pronto para sentir a lámina perfurando-o. Rose também fechou os olhos. Porém, Scorpius não caiu, Scorpius não foi ferido. 

Na frente do loiro estava Taylor Clavegen, a lança havia sido cravada na sua barriga. Ele arregalou os olhos para os dois a sua frente e caiu no chão agonizando. Scorpius arrancou a lança e Rose se agachou ao lado do seu ex-professor.

__ P-Por que você fez isso? - perguntou Rose perplexa - V-Você nos odeia, é pai do garoto que está fazendo toda esta guerra acontecer.

__ Aquele garoto estava disposto a morrer por você - disse Clavegen com dificuldade enquanto Rose tentava não olhar para o sangue que escorria do homem - Coisa que só é possível se tiver amor. Coisa que eu não tive coragem de fazer por Amélia. Protegi meu filho, quando devia tê-lo entregado ao Ministério. Não aguentava mais conviver com meus erros - Scorpius olhou para Rose fazendo um sinal negativo com a cabeça como se disesse que era o fim de Clavegen - Tome, entregue ao seu primo... - Clavegen remexeu os bolsos e tirou um medalhão, tinha desenhos dourados formando um sol. Rose pegou o medalhão com as mãos trêmulas e começou a chorar, ele ajudara os quatro o tempo todo - Achei que precisariam de dicas - ele tentou sorrir e deu um gemido pela dor - Queria que a guerra cessasse, então, dei a dica da última horcrux estar em Hogwarts. Achei que vocês não conseguiriam abrir a câmara secreta, pois não falavam a língua das cobras. E eu sim. Espero que tenha feito o melhor para o mundo bruxo, perdão pelos erros de Dominus.

__ Queria poder te salvar, pensei tanto errado do senhor! - disse Rose apertando o medalhão nas mãos - 

__ Não se preocupe, eu estarei junto de Amélia, isso só basta. - e ficou mudo, partira para sempre -

Rose enterrou seu rosto no peito de Scorpius e apertou o medalhão com as mãos.

Alvo Severo Potter E A Batalha FinalOnde histórias criam vida. Descubra agora