Eu sou sua mãe

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Eu sempre imaginei como seria minha família, se era grande ou pequena, se eu tinha irmãos, se eles se reuniam em volta da mesa para almoços e  jantares, com um tio sempre contando piadas e todos rindo, se enfeitam a casa para o Natal se faziam coisas simples do dia a dia, eu gostaria muito de ter uma família assim e  em minhas orações diárias eu sempre pedia  "por favor! por favor me encontre!"  

Era uma manhã fria, eu estava sentada no grande banco em frente a sala da Madre Hildegarde, a irmã Angelica estava sentada ao meu lado, minhas pequenas pernas em um vai e vem balançavam sem alcançar o chão, olhei para irmã e perguntei "- O que estamos fazendo aqui? Eu fiz algo de errado?" várias crianças ficavam temerosas em frente a sala da madre quando tinham mal comportamento, eu não me lembrava de ter feito nada de errado nos últimos dias para merecer um castigo, lá no fundo da minha memoria me lembrei do dia que contei para Mary sobre Senhor Raymond, será que ela contou para Madre ou uma das Irmãs, mas Mary era minha amiga, acho que ela não falaria nada. A irmã Angelica só me olhou, quando ela ia começar a falar algo a porta da sala abriu e a voz da Madre pediu que entrássemos.

Entrei na sala sem olhar ao redor, a madre levantou-se de onde estava e sentou-se a minha frete, segurou uma das minhas mãos "- minha pequena criança" , sua voz era doce e terna, suas mãos estavam quentes o que me deixou um pouco aliviada, eu não estava com problemas, "- eu sei que você espera por esse momento a muito tempo e enfim ele chegou." 

Levei um momento para avaliar a situação e por mais que eu tentasse ainda não conseguia compreender as palavras da Madre. "- ela está aqui, e quer muito te conhecer." Uma lágrima rolou por minha bochecha quando a porta se abriu, revelando uma mulher desconhecida aos meus olhos.

-Madre!, minha pequena voz já embargada pelo choro, eu estava confusa, apertei a mão da madre, eu estava com medo. A mulher se aproximou e ajoelhou-se a minha frente, " - quem é você" sussurrei, ela sorriu antes de responder.

- Eu sou sua mãe ...

Olhei para madre que confirmou as palavras da mulher a minha frente com um leve aceno .

Eu olhava para mulher a minha frente, seus longos cabelos ruivos assim como os meus, seus grandes olhos verdes brilhavam com lágrimas, ela estendeu as mãos em um convite para me tocar, eu recuei e me aninhei a Madre.

- Não seja tímida menina, e cumprimente a Senhora Geillis. 

- Madre, não é ela, ela não é a minha mãe.

- Do que você está falando, sou eu e a muito tempo eu procuro por você.

- Você deve perdoa-la Senhora Duncam, é tudo muito novo para criança, mesmo que esse seja seu maior desejo, a Senhora não me deu tempo para conversar com ela, entrou na sala antes de que pudesse prepara-la para sua chegada.

- Eu tenho pressa Madre, como eu disse, há muito tempo espero por isso, e não quero esperar nenhum minuto a mais, a documentação que lhe entregue semana passada é valida , os testes provam que a criança é minha e eu tenho direitos sobre ela.

- Sim, mas não é assim que se ganha o amor, Faith é uma criança muito especial, e a senhora não vai trata-la mal sendo sua mãe ou não. Peço que me de um momento com a criança.

Geillis saiu da sala da Madre totalmente alterada, chamando a atenção das outras irmãs que passavam pelos corredores do convento. 

- Madre, não é ela, não deixe que ela me leve por favor.

- Eu sei que é difícil para você, eu sei que você a imaginou em sua mente, você criou expectativas, mas foi provado nos exames que a Senhora Duncam é sua mãe, os papeis já estão sendo preparados, ela vai leva-la para Escócia.

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