- Bom dia pequeno raio de sol. Você já dormiu demais hein, que tal levantar e aproveitar o dia. Você sabe que dia é hoje né.
Irmã Angelica entrou no quarto de Faith abrindo as janelas e deixando a luz do sol atravessar o quarto mostrando um lindo dia em Paris, hoje era o dia de seu aniversário algo que Faith não gostava muito de comemorar.
- Não me importo que dia é hoje, só quero dormir mais cinco minutos, respondeu cobrindo a cabeça .
- Ah pequena deixe de ser preguiçosa e venha aproveitar o que Paris te oferece , não é todo dia que se comemora sete anos e hoje temos uma surpresa especial para você.
Faith abriu uma fenda de olho azul encarando a freira que andava pelo quarto tentando não acordar as outras meninas.
- Vamos criança, apresse-se , um casal de Versailles vem visitar o orfanato hoje, acho que enfim achamos uma família pra você.
Faith jogou as pernas pra fora da cama e coçou os olhos, seus cabelos cacheados eram uma confusão pela manhã , o que a fazia pensar todas as manhãs como teria sido sua mãe e seu pai, de qual dos dois ela puxou a cor dos olhos, os cabelos rebeldes e seu mau humor matinal. Ela só tinha sete anos e já tinha passado por tanta coisa, o abandono, a renúncia de várias famílias e agora mais uma entrevista, era doloroso demais,
- Irmã , podemos passar no Hospital antes da entrevista eu quero ver a madre Hildegard.
- Claro minha pequena, vá se aprontar então e não demore,t emos menos de uma hora.
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Faith correu pelos corredores do convento quando avistou Madre Hildegard .
- Ma cherie, como você está linda. Faith usava um vestido florido e botas tinha amarrado os cabelos com uma fita verde e estampava um lindo sorriso nos lábios, ela gostava de passar um tempo com a Madre e as freiras no hospital , muitos dos seus poucos anos de vida foram passados ali, as vezes ela escapava de sua cama a noite e ficava espiando as freiras no Hospital , até o dia que foi pega pela Madre , levando uma bronca seguida de um sorriso. Faith tinha o poder de desarmar a pessoa mais carrancuda com seus doces olhos azuis curiosos .
- A irmã Angelica disse que um casal de Versailles vem hoje para passarmos o dia , mas eu preferiria passar o dia aqui com você, pede pra ela deixar por favor..... e se minha mãe vier me procurar, eu não vou estar aqui.
Faith estava com essa idéia fixa nos últimos meses de que sua mãe estava lhe procurando, e se ela não estivesse no lugar que fora deixada elas nunca iriam se encontrar.
Madre olhou para pequena criança a sua frente, sentou- se no banco e puxou Faith para seu colo, passou as mãos grossas e ásperas de tanto trabalho e ajeitou um pequeno cacho de cabelo que caíra do laço de Faith. - Você minha criança sabe que esse dia pode nunca vir acontecer. Era duro dizer isso para qualquer pessoa e se tratando de uma criança era mil vezes pior, mas tinha que ser dito. Em tantos anos a frente do Hospital e do orfanato a Madre viu poucos registros de mães que voltavam a procurar seus filhos, ganhou esse nome pela própria madre, Faith , um pequeno milagre, a criança fora deixada nos braços da Irmã Angelica por um homem que mal olhou pra trás quando entregou o pequeno pacote frágil e prematuro, lutou como uma guerreira por sua vida, surpreendendo a todos no Hospital com sua força e vontade de viver.
Faith minha criança, os olhos da menina
estavam marejados de lágrimas, ela tentava a todo custo não derramar nenhuma, não queria parecer fraca em frente a Madre.- Eu sonho com ela sabe, ela perece ser tão doce, outro dia eu estava com muito medo e imaginei minha mãe cantando uma canção para mim sobre o mar. Era tão linda, sua voz era suave ela me segurava em seu colo e me balançava, parecia que ela estava com medo também, e quando acho que vou ver o rosto dela eu sempre acordo. Eu preciso ficar no hospital Madre, eu sinto com meu coração que ela vai vir me buscar.
- Você sabe se algo desse tipo acontecer eu vou correndo te avisar, embora eu goste de sua compania aqui não é lugar pra você, agora vá aproveitar o seu dia. Madre Hildegard depositou um beijo suave no templo de Faith que por reflexo respondeu com um abraço. - Eu sei Madre.
O dia em Versaailles foi divertido, o casal fez de tudo para que Faith aproveitasse ao máximo, no final do dia a levaram de volta ao orfanato uma Faith cansada mais feliz.
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Naquela noite Faith estava em sua cama pensativa. - Mary, você acha que um dia eles irão me encontrar?
- Quem ? Mary que dividia o beliche com Faith colocou a cabeça pra fora da cama para olhar a amiga.
Faith virou os olhos com impaciência. - Meus pais, quem mais haveria de ser.
- A família de hoje quer adotar você, o que tem de errado com eles.
- Nada, mas não posso morar longe de Paris, se eu sair daqui minha mãe não vai me encontrar.
- E como você sabe que estão te procurando?
- Eu conheci alguém que pode me ajudar. Você promete não contar pra ninguém.
Mary avaliava Faith antes de responder. - Prometo .
- Um senhor chamado Raymond veio outro dia no portão do orfanato e me chamou, sabe ele é dono daquela loja cheia de coisas esquisitas.
- O velho que parece um sapo? perguntou Mary fazendo careta
Faith riu, - sim, ele lembra um sapo, mas eu gosto de passar um tempo com ele, as histórias que ele conta são interessantes, até parece que eu conheço ele a muitos anos.
- Tá vendo, você só tem sete anos e essa sua mania que andar com os mais velhos faz você ser tão esquisita quanto eles.
- Você não entende Mary, o Sr. Raymond sabe de muita coisa, coisas que as freiras não contam pra gente.
- Tipo o quê por exemplo. Os olhos negros de Mary estavam curiosos e questionadores naquela noite . Mary e Faith tinham a mesma idade, mas Mary foi deixada ali aos quatro anos de idade após ser abandonada por uma mãe adolescente.
- Ele disse que pode me ajudar achar meus pais . Ele disse que conheceu minha mãe. Tem até um retrato dela, mas é muito antigo e não dá pra ver direito.
- E você acreditou nele. A Madre disse que não devemos falar com estranhos , e se ela descobrir que você está saindo escondida. Ela vai ficar muito brava.
- Eu sei o que a Madre falou , mas eu tenho que tentar Mary, não quero passar o resto da minha vida sem saber da minha história. E se alguém me adotar, meus pais nunca vão me achar.
- Não sei não Fai, eu acho melhor você deixar essa história pra lá, se a irmã Angelica ou a Madre descobrirem vai acabar se dando mal, e ele pode estar te enganando, como ele sabe que o retrato é de sua mãe e por que ele não te mostrou ainda.
Faith levantou da cama e foi até a gaveta onde guardava seus poucos pertences, buscou no fundo puxando uma correntinha com um anel preso nela, Mary pulou da cama logo atrás.
- É com isso que ele vai me ajudar a encontrar minha mãe Mary, na foto ela usava um anel igual a esse, girava o anel preso a corrente em frente aos olhos da amiga.
- Se ela me deixou com isso é sinal que ela não me abandonou e eu sei que ela está me procurando, - eu sinto isso no fundo do meu coração.
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Oi queridas, como estão!! Espero a opinião de vocês mesmo que seja pra dizer que eu perdi o juizo 😜😜. Segue mais dois capítulos e terei de dar uma pausa de uma semana e meia , então se tudo der certo retorno dia 26/02. Um grande abraço e boa leitura ❤❤.
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Je Suis Prest
FanfictionPessoas desaparecem o tempo todo! Seria ironia minha dizer essa frase. Logo eu que nunca pertenci a lugar algum , desaparecer seria muito fácil. .Após a morte precoce dos meus pais fui criada pelo meu tio, um arqueólogo sem morada fixa, boa pa...