Eu estava pronta para correr até o Hospital , mas algo me fez mudar de ideia , dei-me o beneficio da dúvida e liguei para Jamie afinal independente do grau em que se encontrava o nosso relacionamento ele tinha o direito de saber o que estava acontecendo, eu estava seguindo meu instinto, algo dentro de mim queria acreditar que todas as palavras do Sr. Raymond eram verdadeiras e ao mesmo tempo eu tinha minhas dúvidas, será que ela estaria lá, será que ela me amaria e entenderia que eu nunca quis abandoná-la, como eu iria reconhecê-la e como ela iria me reconhecer, o meu amor por minha filha já era tão grande que ocupava grande parte do meu coração.
Jamie fez como prometido pegando o primeiro voo que conseguiu com destino a Paris, e ali estávamos em um táxi a caminho do Des Anges, ele estava abatido, seu braço apoiado em uma tipoia devido ao ferimento da bala em seu ombro, havia tanto silêncio entre nós no momento que eu podia ouvir seu respirar pesado assim como os seus batimentos cardíacos, meu coração não estava diferente, martelava em meus ouvidos, minhas mãos estavam úmidas e geladas , sem nenhuma palavra nossas mãos se encontraram e eu sabia que não estava sozinha, embora magoados e quebrados, eu não precisava olhar em seus olhos para sentir que ele estava ali para mim, Jamie era a chave do meu coração.
"- Chegamos!" O motorista do táxi anuncia me tirando do transe, Jamie aperta a ponta dos meus dedos, posso sentir que ele também está com medo, não trocamos mais do que dez palavras desde que ele chegou, era final de tarde, a luz dos últimos raios de sol atravessavam o imponente prédio a nossa frete, - Então é isso, palavras sussurradas e levadas pela brisa que batia e agitava nossos cabelos, um calafrio circundou meu corpo, talvez ventos de esperança de um novo começo, - Acho que sim, respondi com um sorriso fraco. Subimos as escadas e atravessamos a porta que dava acesso as instalações.
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Por Faith
Eu estava cansada e confusa, a loja do Sr. Raymond estava fechada e ninguém por ali tinha informações se ele voltaria, o dia já estava chegando ao fim, pessoas se apressavam em voltar para suas casas, meu estômago começou a mostrar o descontentamento da minha aventura, eu saí do orfanato logo depois do café da manhã e não tinha comido mais nada durante o dia todo, pensei em ficar esperando na porta da loja, talvez o homem voltasse. Será que a Madre e a Irmã Angelica estavam preocupadas? Será que estariam me procurando? Por um momento pensei em voltar, mas me lembrei da mulher que dizia ser minha mãe, ela disse que iria me buscar, eu ouvi ela falando com a Madre, estava fora de cogitação voltar para o Orfanato, algumas pessoas que passavam pelas ruas começaram a me encarar e desviar seus olhares, um senhor passou e jogou algumas moedas no chão, depois de um tempo entendi que meus trajes simples e a poeira do dia me davam um aspecto de uma criança de rua, passei minhas mãos pelos meus cabelos, tentando domar meus cachos rebeldes, perdi o laço que os prendia na minha fuga e na hora era a menor das minhas preocupações, caminhei pela rua tentando achar um local onde eu não chamasse tanta atenção, alguém poderia chamar a policia e me levariam de volta para o Orfanato , encontrei um beco onde me esconder e dali eu tinha como ver a loja, se o Senhor aparecesse eu correria até lá.
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- A Madre já vai atende-los, uma das irmãs nos guiava pelo corredor do Convento. Depois de muita insistência de que não tomaríamos muito de seu tempo, vários pedidos de desculpas e algumas ameaças por parte de Jamie, a Madre Superiora e responsável pela administração do Convento e suas instalações abriu uma breve exceção para não atender, enquanto caminhávamos a irmã tentava em vão se desculpar, Jamie tinha ligado para John e já estava pedindo uma intervenção policial no local caso a Madre não nos atendesse, "- Geralmente os dias são calmos, mas hoje tivemos um pequeno contratempo e a Madre está muito ocupada, dizia a freira. "- Eu entendo, mas o caso é urgente, e não podemos deixar para outra hora", tentei usar a voz num tom mais calmo. "- Nunca, pelo menos nos 15 anos que estou aqui tivemos dias tão agitados, mesmo com o Hospital, não atendemos um grande numero de casos, mas esses últimos dias ... ," ela parou em frente a uma porta, deu uma batida e abriu," ... - bem é aqui a Madre Hildegarde os aguarda."
Senti como se meu coração fosse parar, enquanto a porta se abria tive um flash de memória, 'eu me lembro, estava tentando fugir quando uma dor atravessou por minha coluna, coloquei a mão involuntariamente em minha barriga, meu bebê, eu teria que protegê-lo, eu tinha que sair dali, dei mais alguns passos a dor só aumentava, só mais alguns passos eu dizia, só mais alguns, ouvia ao fundo algumas vozes, "- ela foi por ali, - vamos rápido," eu tentei juro que tentei mais a dor veio mais forte e não fui capaz de segurar meu grito, tão agudo e gutural, senti algo viscoso correr por minhas pernas algo estava errado, não por favor, aguente, por favor não me deixe, respirei fundo e tentei dar mais alguns passos quando mãos fortes me seguravam "- onde você pensa que vai," e tudo se apagou. Acordei semi- consciente , com uma voz grossa próxima ao meu ouvido, "- se você tentar mais alguma gracinha eu te mato sua vadia, - Cala a boca e me ajude aqui Ross," minha visão desfocada via um homem com a mão no rosto, "- ela me arranhou , olha isso aqui, vai ficar marcado, - então amarre ela, e vamos logo com isso, estamos sem tempo a pressão dela está caindo e logo Geillis vai chegar aqui, quero sair antes dela chegar, - você sabe mesmo o que está fazendo, digo você sabe como fazer um parto? - Claro que sei seu imbecil , vamos aplique isso no soro e vamos começar logo com isso "... a dor faça a dor passar, minha mente girava em confusão, eu chamei por Jamie eu chamei por nosso filho por nós, -isso é um engano eu sussurrava, por favor deixe-a viver,me deixe ir, onde está Jamie "- do que ela está falando cara, sei lá aumenta essa dose ela está voltando a consciência, eu já estou quase acabando aqui," o médico ou quem quer ele fosse anunciou após alguns minutos "- é uma menina, ela não está respirando cara, acho que está morta, -porra, Geillis não vai gostar nada em saber disso, é melhor deixar a mulher ai, ela vai morrer mesmo, podemos falar que ela passou mal e teve uma criança morta o que não é mentira, então me ajude a costura-la e vamos cair fora daqui..."
Entramos na sala e uma Senhora com semblante abatido pediu que nos sentássemos a sua frente, - em que posso ajudá-los, seus olhos estavam cansados e algo a preocupava. - Bem, começou Jamie, nós estamos aqui procurando uma criança ... a Madre o interrompeu, - eu entendo Senhor, mas temo que não posso ajudá-lo, pelo menos não agora, acredito que possa esperar até amanhã onde uma das irmãs responsáveis pelo Orfanato possa lhes conceder uma visita eu não entendo todo motivo da agitação e urgência, mas é totalmente inapropriado e contra as regras ... - Não se trata de uma visita Madre, Jamie já mostrava impaciência na voz, nós estamos procurando uma criança especifica e acreditamos que ela mora aqui, só nos confirme algumas informações por favor, Jamie tirou seu distintivo e mostrou a Madre, o que fez a Senhora acuar um pouco, segurei em seu braço seus músculos estavam tensos, mas ele cedeu um pouco. - Desculpe nossa agitação Madre, mas nós somos os pais de uma criança que acreditamos estar aqui sob sua responsabilidade, ela foi trazida ao Hospital no dia 12 maio nascida prematura, a informação que temos é que um homem a deixou aqui e ela sobreviveu, me disseram que a Senhora deu a ela o nome de Faith,o rosto da mulher se transformou, lagrimas caiam de seus olhos e ela levou as mãos a boca, eu já não conseguia mais controlar minha emoção, minha voz era de súplica, - a Senhora sabe de quem estamos falando, se sim por favor nos leve até ela, eu lhe imploro.
- Sim, eu sei, a criança que procuram fugiu hoje pela manhã.
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Je Suis Prest
FanfictionPessoas desaparecem o tempo todo! Seria ironia minha dizer essa frase. Logo eu que nunca pertenci a lugar algum , desaparecer seria muito fácil. .Após a morte precoce dos meus pais fui criada pelo meu tio, um arqueólogo sem morada fixa, boa pa...