Humanos (parte 2)

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Gosto de referir-se as pessoas assim
Não me sinto como um também
Prefiro que me tachem de círculo (sem início nem fim)
É interessante desvendar o alguém

Sou peculiarmente peculiar
Sou original, mas gosto de mudar
Me considero mais um animal
Do que um ser humano que só faz o mal

Gosto de brincar com o tempo
Oh! Meu querido passatempo
Em fitas relembro passados momentos
No quarto sozinha, neste relento

Gosto de imaginar as pessoas
Como bonecos, sim, trágicos
Com defeitos, mas nada que morra
Suas imperfeições os faz mágicos

Eu gosto de gente que não fala
Me lembra um quebra-cabeça
Me tenta a entrar em suas alas
Aguçam minha curiosidade a beça

Gosto de gentes frias
Oh dom por mim desejado
Elas são exímias
Tem o poder de neutralizar seus machucados

Não aqueles da carne
Não daquele que se alimenta o verme
Mas sim da alma sua obra de arte
Mas sim o ponto cerne

As vezes minha mente me confunde
Com o dicionário
Eu crio palavras criadas
Eu sou o remetente e também o destinatário

Acho que preciso desligar
Minha mente não para
Tanta coisa pra processar
E mesmo assim ela não falha

Humanos... Terriveis eles são
Magníficos sua capacidade de criação
Dom dado por nosso pai (dono do nosso coração)
Castigo dado pelo nosso pecado ( causador da destruição)

Poesias De NinguémOnde histórias criam vida. Descubra agora