Capitulo 1

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Droga!!! Estou atrasada de novo!!

Aliás como de costume.....não sou o tipo de garota que consegue se arrumar rápido. Porque? Porque deixo tudo para a última hora.
Levanto da cama num pulo e começo a procurar uma roupa que seja no mínimo apresentável, coisa difícil visto que deixo as minhas roupas rasgarem quando estou jogando ou deixo elas sujarem com nódoas que deixam a minha mãe louca comigo.

Flashback on

- Alicia pelo amor de Deus! - Diz a minha mãe olhando para as calças novas que ela tinha comprado ontem rasgadas e cheias de lama.

- Mãe eu estava correndo para não perder aula e aí....

- E aí você caiu quando olhou pro relógio para ver a hora. Como de costume. - Diz me interrompendo e abanando a cabeça.

Por muito que ela goste de brigar comigo, porque toda mãe é assim. Exemplo: Está um grão de pó em cima da mesa, e ela manda eu limpar a casa toda de alto a baixo de novo para a aprender a fazer direito.

Vai dizer que a sua mãe nunca fez isso com você. Ou será que eu sou a única? Por favor diz que não!

Bom voltando, mesmo ela gostando de brigar comigo todo santo dia por causa do meu estado quando chego em casa, ela já se acostumou. E não tenho bem certeza mas acho que ela prepara o discurso dela antes de eu chegar. Não sei se é verdade, uma amiga dela me contou, mas digamos que essa amiga gosta de ficar um tanto alterada várias vezes ao dia.

Eu dou um sorriso fraco e tentou entrar em casa.

- Nem pensar. Acabei de limpar o chão. Você vai lavar essas pernas e esses pés lá fora no quintal.

Flashback off

Até que o castigo é aceitável. Não temos vizinhos então ninguém me vê quando eu fico de roupa íntima no quintal tirando a lama do corpo.

Mas não tenho tempo para lembranças de castigos agora. Castigo de verdade eu vou receber se chegar atrasada à aula da Dona Ana. Que medo daquela mulher. Quando ela bate a régua no quadro ou na mão é o equivalente ao veredicto de um juiz onde ele te condena a uma vida na detenção.
E como tenho, não só um talento inato para deixar qualquer coisa que venha parar às minhas mãos caírem, um pouco de língua afiada, se ficar de castigo de novo pego suspensão. E caso isso aconteça acho que prefiro enfrentar a Dona Ana do que a minha mãe.

Finalmente encontro uma roupa, coloco os livros na mochila e saio disparada de casa com a minha mãe a lembrar-me que tenho que ir no café da Dona Lurdes quando sair da escola.
Saio disparada pela rua, como sei que já perdi o ónibus, já conheço vários atalhos pela cidade para chegar na escola antes ou pelo menos uns minutinhos mais tarde que o ónibus.

Mesmo sendo desastrada sou muito boa atleta. É isso que nem eu nem ninguém entende.
Bom chega de conversa fiada tenho que correr.

Uma coisa ruim na minha vida, para além do facto de ter vestido uma calça larga e ter esquecido o cinto, de novo, vivo numa cidade muito calma. Nunca acontece nada, nunca existem pessoas novas, as atividades e as conversas das pessoas são sempre as mesmas.
Estou ansiosa pela faculdade, assim vou poder sair daqui e me meter em sarilhos em outra cidade. E não estou brincando quando digo isto.

Vou para a mesma rua que passo todos os dias e como sei que nunca há ninguém nesta rua acelero ainda mais o passo e olho pro relógio.
Quando olho para frente quando tenho um enfarto.

De onde ele surgiu?

- CUIDADO! - digo tentando travar mas sem conseguir, vou rápido de mais.

Qual deles é o tal?Onde histórias criam vida. Descubra agora