Ciúmes

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Essa semana de férias passou muito rápido, quando me dei conta, já estava juntando minhas coisas para irmos embora. Realmente valeu muito apena, conheci lugares incríveis e espero voltar mais vezes mas estava morrendo de saudades dos meus amigos e estava louca para voltar para casa:

-"Então princesas, prontas para voltar para Ruston?"- disse tio Louis descendo as escadas.

-"Prontíssimas"- respondi com estusiamos.

-"Foi uma semana maravilhosa aqui, Texas é realmente um lugar único. Obrigada Louis"- mamãe agradeceu.

-"Que isso, foi um prazer ter vocês aqui, sou eu quem tem que agradecer. Fazia muito tempo que eu queria conhecer você Melissa, desde que sua mãe me disse que ganhou uma garotinha. Aí eu imaginei 'ah, quantas coisas eu poderia ensinar para ela', mas no final, foi você que acabou me ensinando muitas coisas."- bagunçou meus cabelos de leve-" Você tem um mundo inteiro em suas mãos, aproveite as oportunidades que o mesmo te dá"

-"Obrigada tio Louis"- sorri.

-Pode me chamar só de Lansky, não tem problema. Vamos, vamos, temos muito caminho pela frente"- corremos para o carro com nossas malas e sacolas de comparas e caímos na estrada.
Durante o caminho, fizemos a maior festa no carro, aumentamos o volume do rádio no máximo e curtimos várias músicas juntos. Às vezes minha mente viajava com músicas mais lentas, olhava para fora da janela e via o asfalto passar rapidinho. Mamãe dormiu no carro muito de pressa mesmo com a música alta. Mal podia esperar para chegar à minha casinha e rever minhas amigas, a ansiedade tomava conta de todo o meu ser e, sempre nesses momentos, eu começo a chacoalhar meu pé para liberar a ansiedade:

-" Sinto que você está nervosa... Ou ansiosa por algo"- disse Lansky ajeitando o espelho retrovisor interno.

-" Na verdade sim. Sinto falta da minha casa, dos meus amigos e do meu cachorro"- ele deu um sorriso brando.

-" Você tem muitos amigos?"

-"Tenho três, Katy, Lucille e Diane... Ah, e o Pennywise. Eu tenho grandes dificuldades de fazer amizade, sabe."

-"Er, eu entendo muito bem, sempre andei muito sozinho, sempre fiz tudo por minha conta. Na escola então... Huh... era muito rara as vezes que eu conversava com alguém. Mas o tempo passou e ganhei de presente aqueles três idiotas que chamo de irmãos, nunca me senti tão realizado na vida. Temos mais de oito anos de amizade."- um sorriso automático brotou no meu rosto.-" Nenhum de nós consegue viver sozinho, a solidão é algo que eu não desejo nem para o meu pior inimigo. Ela te mata por dentro, bem lentamente e você sente cada segundo dor."

-" Todos nós merecemos alguém"- ele me encarou pelo retrovisor com uma sobrancelha arqueada e concordou com a cabeça.

-" Será que seu amigo diferentão vai gostar do presente?"

-"Tenho certeza, ele gosta das coisas mais simples"

Pov's Autora

Depois da conversa reflexiva que Louis e Melissa tiveram, a garota adormeceu igualmente à Ema, encostando a cabeça no vidro do carro. Lansky abaixou o volume do rádio e abriu um pouco o vidro das portas da frente para que entrasse um pouco de ar fresco. ' É... fiquei sozinho pelo visto', pensou o extrovertido europeu.
Foi uma viagem longa de volta, as duas garotas dormiram todo o tempo e, apenas acordaram quando chegaram em casa, com a voz de Lansky às chamando:

-"Bela adormecidas façam o favorzinho de acordar. Chegamos a Ruston!"

-"O que? Mas já?!"- Melissa saltou do banco do carro para fora com uma certa animação e correu para a vizinha, onde seu fiel cachorrinho Darwin estava.

-"Melissa, espera! ajuda a levar as malas..."- disse Emma.

-"Pode deixar Em, eu levo tudo lá para dentro"- disse Lansky abrindo o porta-malas.
Do outro lado da rua, em um bueiro, um par de olhos azuis que, gradualmente, ia mudando para um tom de amarelo, observava a família que acabara de chegar. Suas enormes garras arranhavam as paredes internas daquele bueiro com fúria e seus olhos estavam fixados no homem alto e bem vestido tirando as malas do carro:

-" Eu sinto o seu cheiro... Eu posso senti-lo..."- sua língua passava bem lentamente em todos os seus afiados dentes de cima.-"Eu poderia sentir o gosto da sua pele nos meus dentes, a rasgando bem devagar..."- de repente, seus olhos se focam em uma movimentação vinda da casa ao lado de Melissa. Era a garota e seu saltitante cão. A furia que antes prevalecia em suas pupilas, foi substituída por algo tranqüilo misturado com angustia. Suas garras pararam de arranhar o concreto e a repousaram na borda do bueiro:

-"Ela está feliz sem mim..."- Pennywise se retirou daquele feixe de luz que entrava pelo vão do bueiro e voltou para a vasta escuridão do esgoto.

-"Não disse?"- sussurrava no interior do palhaço-"estúpido"

-"Fica quieto..."- rosnou Pennywise.
Melissa brincava com Darwin enquanto Lansky colocava as últimas malas no chão da sala da casa:

-"Acho que essas são as últimas"

-"Obrigada Louis, estas foram as melhores férias"- agradeceu Emma.

-"Eu que agradeço, gosto de sair um pouco da rotina e essa semana com vocês foi maravilhosa. Finalmente pude conhecer minha sobrinha que você tanto me falava, ela é realmente uma garota incrível"- disse Lansky.

-" Gentil da sua parte. Fica para um lanche?

-"Ah, eu fico sim, obrigado"- o europeu ficou até o sol começar a se por, as conversar foram fluindo até Lansky se tocar de que já estava tarde-" Olha a hora, eu preciso ir. Amanhã de manhã eu volto para o Texas"

-" Obrigada mais uma vez e foi bom rever meu querido irmão arteiro novamente"- falou Emma.

-"Igualmente. Onde está Melissa? Quero me despedir dela..."- a garota correu da cozinha até onde os dois se encontravam.

-"Aqui!"- Lansky abriu os braços e Melissa entendeu como uma abraço, que correu para o mesmo.

-" Ah, eu vou sentir sua falta, garota. Quando voltar para o Texas, o carro vai ficar muito quieto sem sua presença."

-"Também vou sentir sua falta Lansky, foi muito divertido passar o tempo com você"

-"Digo o mesmo."- disse sorrindo-" Bem, vou indo, espero vê-las novamente. Tchau tchau"-ele realmente fica muito bonito de costas. Na verdade, de todos os ângulos, pensou Melissa.

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