|Segundo livro da trilogia "Ela é tudo"|
Alessa escolheu sacrificar sua majestosa liberdade em troca da vida de todos os seus amigos. Tudo isso aconteceu depois que Negan lhe fez uma proposta, ou ela se juntava à ele novamente ou ele mesmo mataria u...
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Duas malditas horas ali, presa naquela cadeira com aqueles homens e com Negan fazendo de mim seu bichinho de experimento científico.
Ele já havia dado um tiro em minha coxa, depois estancou com um pano para que eu não perdesse muito sangue e morresse.
É quase aquilo de dar um tiro e entrar na frente da pessoa.
Já me encontrava cansada e sentia que logo apagaria de vez. Foram muitos cortes e eu, depois do quinto instrumento, não queria muito mais do que fechar meus olhos, talvez até para sempre.
— Lucille, vamos lá... — Negan se abaixou na minha frente — A dor está nos seus olhos. Se ceder ao meu pedido tudo ficará bem, inclusive seus amigos.
— Meus... amigos... não fazem parte desse trato, Negan. Deixe-os fora disso. — pedi sem conseguir erguer totalmente a cabeça.
— Aqui quem cria as regras sou eu. Se eu disser que posso matá-los caso não volte a ser a Lucille de antes, irei matá-los. Não me importo de sujar minhas mãos ou o meu taco.
— Você é nojento.
— Eu não diria isso... Na verdade, quando eu estava me divertindo com você, suas expressões mostravam o contrário! — ele riu e por isso, cuspi na cara dele também, de modo involuntário, porém como castigo recebi uma facada na coxa esquerda, inclinei meu corpo para frente e vomitei de dor. — Viu o que acontece quando descumpri minhas ordens? Dor. Dor. E mais dor! É bom cooperar meu amor, temos uma longa noite pela frente. — concluiu e se levantou, indo até a mesa.
O observei e o vi pegando minha foice, olhando para ela com admiração.
Já não sabia o que fazer diante daquilo... Ceder ou lidar com aquela situação até o fim. De todo jeito eu iria sofrer, ou por mim mesma ou pelo pessoal de Alexandria. Ele iria matá-los antes de matar a mim, o que não resolveria de nada.
Havia pancadas em meus braços, grandes rodas meio roxas e esverdeadas. Umas se encontravam inchadas e doíam, outras tinham até sangue coagulado.
— Agora vamos usar o seu favorito! — ele caminhou até mim de novo. — Podemos começar pelo seu lindo rosto, certo?
— Negan, para... Por favor! — tentei mesmo que fosse por meio de humilhação, mas ele ergueu meu rosto com a ponta da foice e passou as costa da mão em minha bochecha.
— Sua última chance de aceitar minha negociação, bonequinha. É pegar ou ficar com sua bela face toda desfigurada, assim como seu corpo e talvez, depois, se deleitar com a morte lenta e dolorosa, até se transformar em um zumbi e eu atirar em você, acabando finalmente com seu sofrimento. — falou com satisfação, sem demonstrar nenhum pingo de compaixão ou piedade.
