11. Insana

1.2K 117 27
                                    

ALESSA/LUCILLE
Alguns dias depois
Acordar com medo do dia que passará não é vida para ninguém, e por mais que eu mostrasse estar forte e consciente, algo dentro de mim sempre iria gritar por socorro.

— Srta. Lucille? — era Karen.

— Oi. — respondi cabisbaixa, nada feliz.

— Que bom que está acordada, Negan me pediu para vir te chamar.

Esbocei um sorriso melancólico, sem encara-lá nos olhos.

— Ele gosta de mandar, não é? — fiz a pergunta com um tom sombrio.

— Eu realmente não busco questiona-lo, apenas obedeço. — disse ela, balançando os ombros como se não pudesse fazer nada.

— Pois é, ultimamente também me encontro dessa forma. Apenas obedecendo esse infeliz do jeito mais banal, é como se eu não fosse mais eu, entende? — me levantei com meus olhos ardendo e minha cabeça explodindo.

— Quer conversar sobre? — Karen franziu o cenho, talvez preocupada com a minha aparência.

— Na verdade quero muito algo, mas está longe de ser conversar. — respondi e dei uma risada arrastada — Quero me sentir viva novamente, mas parece que nada colabora com isso, Karen! É horrível.

— Você parece cansada, deveria descansar. Ele disse sobre o bebê que está esperando.

— Oh, ele disse? — ri mais ainda e caminhei até minha cômoda onde estava minha foice — Negan fala demais às vezes. — constatei e me virei com o objeto em mãos e lançando um dos meus melhores e perturbadores sorrisos — O que faria se tivesse a oportunidade de matá-lo?

— Srta... Isso não é conveniente de se dizer. Ele me deu um lar e apesar dos pesares, eu tenho que agradecer. O mundo não é mais seguro.

— Nem o mundo. Nem aqui. Nem as pessoas são seguras. Nem você... Nem eu. — aproximei-me dela, arrastando meu longo pijama no chão, com passos lentos, dignos de entradas marcantes em filmes macabros e fiquei frente a frente com Karen. — Ele já fez algo contigo, não fez?

— É melhor nós irmos, senhorita. — ela tentou sair dali, mas a segurei.

— Não faça isso, fale, se abra. Acha mesmo que essa criança que cresce dentro de mim foi feita como? — ela também não precisaria saber sobre a noite com Rick — Sem consentimento algum, pois meu corpo não reagia a nada do que ele fazia comigo.

— Por favor, senhorita, me deixa ir, eu não tenho culpa de nada, juro! — dava para ver que ela já estava com medo. Melhor ainda era saber que aquele medo era por minha causa.

— Querida... Claro que não é sua culpa. — passei a mão que estava livre em seu rosto — A culpa é dele. Sempre foi. — a encarei de forma terna — Ele matou meus amigos, sabia disso? E foi tudo com aquele taco idiota!

— Por favor, a senhorita não me parece muito bem... Deite-se novamente se assim for sua vontade.

— Por que está chorando?

— E-eu realmente não sei! — gaguejou com os olhos marejados.

— Poderia se vingar dele assim como eu quero me vingar. Não seria ótimo vê-lo agonizar até parar de respirar? — desci minha mão para o seu pescoço.

Ela está viva | The Walking Dead Onde histórias criam vida. Descubra agora