8. Sangue inocente

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ALESSA/LUCILLE

Sangue. Gritos. Dor e desespero. Era tudo o que meus olhos e ouvidos absorvia daquele cenário aterrador.

No fundo, a parte boa que permanecia viva dentro de mim, gritava para sair. Um grito silencioso que era reprimido por essa carcaça odiosa na qual vesti apenas para manter todos a salvo, inclusive à mim.

Negan não veio conosco, mas me deixou como líder nessa sujeira toda, mesmo estando há dias vomitando quase tudo que como ou sentindo o cheiro podre que os zumbis exalavam por conta de sua carne já decomposta. E nem com isso consegui me salvar, eu estava no comando de um massacre, tendo que lidar com o pensamento contínuo de que possa haver algo dentro de mim. Literalmente falando.

Mas quem eu era agora? Alessa? Lucille? O que me tornei por culpa desse caos? Nem consigo responder minhas próprias perguntas, por isso permaneço confusa.

Há uns dois dias os Salvadores descobriram um lugar no qual abrigava muita gente, e claro, com isso eles possuíam armas, comida, tudo o que é essencial para sobreviver em um apocalipse zumbi.

(...)
— Negan, temos algo para você... — Simon falou depois de passar por mim e dar uma risadinha.

— Espero que seja algo que valha a pena. — o próprio lançou um olhar na minha direção e umedeceu os lábios — Vamos, diga o que é.

— Descobrimos um lugar cheio de pessoas e que também possuí varias outras coisas do nosso interesse. — explicou.

— Tipo Hilltop ou Alexandria?

— Exatamente. O local é chamado de Casulo. Fica bem escondido mata à dentro, quase que passamos e não vimos. Mas antes de tentar algo, decidi avisar-lo.— Simon disse.

— Parece bom... — Negan afagou a própria barba — Podemos dar uma passadinha por lá. —  e então ele girou sobre os calcanhares e encarou o meu rosto — O que acha, Lucille? Devemos ou não dar uma passadinha por lá e falar um oi?

— A escolha é sua. Não vou me opor mesmo tendo a plena certeza de que qualquer coisa que venha de ti seja irracional e fora de contexto. — por mais "obediente" que eu vinha sendo, não mudei meu pensamento sobre o que ele era, e nem faria questão disso.

— Continua afiada, hein? Isso não deveria ser algo legal... Mas eu gosto quando se mostra ácida assim. — ele se aproximou de mim, tanto que senti seu hálito bater contra meu rosto — Simon, o que acha de colocar a prova a lealdade da minha esposa? — seus olhos estavam fixos aos meus enquanto falava com o outro verme.

Esposa? Eca.

— O que preferir, chefe.

— Então, eu tive uma ideia... — ele se afastou e voltou a atenção para seu fiel escudeiro — Lucille liderará essa missão, assim poderemos ter certeza de que ela realmente está do nosso lado.

O inferno aparenta ser tão mais aconchegante comparado ao que estou enfrentando.

O olhar dele pousou sobre mim e em sua face diabólica acendeu-lhe um sorriso infernal.

E cá estou eu, vendo pessoas inocentes implorar por misericórdia e não poder fazer nada contra isso.

— Por favor! Não levem nossas coisas! — uma mulher suplicava enquanto era arrastada por dois dos Salvadores.

Ela está viva | The Walking Dead Onde histórias criam vida. Descubra agora