Você é perturbado como eu? Você é estranho como eu?
Acendendo fósforos apenas para engolir a chama como eu?
Você se chama de furacão do caralho como eu?
Apontando dedos pois você nunca irá assumir a culpa como eu?
Halsey - Gasoline
(Obrigada pela música, é a cara dessa nova Alessa. @arianamendes8 )Fazia algumas semanas desde que eles haviam ido até o santuário para tentar buscar Alessa. Não houve mortes ou guerra, mas houve a pior coisa que podia acontecer: Alessa tinha sido morta. Não literalmente, mas sua alma não parecia estar lá. Só o que habitava naquele corpo era uma pessoa apática e sem escrúpulos que a cada dia de corrompe mais e mais.
— Merda, eu não consigo! — Daryl jogou sua crossbow no chão e chutou a lata avulsa que tinha ali.
— Tá tudo bem, relaxa. Não precisa mais treinar se não quiser. — Tara já sabia de tudo e sentia muita pena pela amiga e por aqueles que a amava.
— Não, não está tudo bem! Não está nada bem! — disse alto — Como eu pude deixar tudo aquilo acontecer com ela? Eu podia ter tentado salvá-la antes da tortura... do... — ele fechou os olhos — ...estupro.
— Não pode se culpar por isso! Ninguém fazia ideia das coisas que Negan iria fazer. Vocês não têm culpa de nada, tá? — Tara deu um meio sorriso — Ela vai voltar. A nossa doce e corajosa, Alessa, vai voltar pra nós! Tenha fé!
— Fé? Que fé a gente pode ter em um apocalipse desses? Onde perdemos pessoas à toda hora! — arfou, farto de tudo o que estava acontecendo — E como se não bastasse, agora perdemos até quem tem vida.
— Por isso quero que tenha fé, tenha esperança... Tome isso como impulso para continuar lutando. Beth morreu, mas Alessa não. Ela ainda está lá, mesmo que não pareça.
— Você não a viu, Tara. Você mal a reconheceria se estivesse lá! E tudo por culpa daquele imundo do Negan. Ele a torturou à ponto dela não sentir mais absolutamente nada! Nada mesmo! — Daryl esfregou o rosto, irritado — E depois fiquei sabendo que ela matou uma das garotas que trabalhava na casa, apenas por mera vingança... Sem remorso!
— É o que aquele cara faz com todos que se aproximam dele, corrompe as pessoas aos poucos até elas se tornarem protótipos de si mesmo.
— Eu ainda vou ter o prazer de matá-lo com as minhas próprias mãos! — Daryl falou com convicção, olhando para algum ponto ao longe.
***
No Santuário, Negan havia acabado de chegar na sua casa, portanto subiu para o seu quarto afim de tomar um banho.Ao chegar lá viu uma cena um tanto quanto inusitada: Alessa com seu taco, fingindo estar jogando golfe com uma cabeça decepada de zumbi em frente ao espelho.
— Que porra é essa!? — perguntou irritado.
Ela olhou para ele e abriu um sorriso, erguendo o taco no ombro e fitando a cena que havia criado com orgulho.
— O que achou?
— Achei uma bela palhaçada, isso sim. — ele andou até ela — Me dê a Lucille!
— Nope. A Lucille sou eu. — ela riu — Esse taco é só um pedaço de madeira com um grande teor de mortes no currículo.
— Qual o seu problema!? — Negan a segurou pescoço — Me DÊ A LUCILLE!
Ela umedeceu os lábios com a ponta da língua e continuou rindo.
— Eu te dou dois segundos pra me soltar antes que eu acabe com sua cara da mesma forma que fez com dois dos meus amigos. — disse e Negan, vendo que ela conseguiria fazer exatamente aquilo, se afastou. — Ótimo... Agora vou ficar com meu maxilar dolorido.
— Você está começando a me tirar do sério! Eu não admito que me enfrente assim! Quem você acha que é?
— Eu sou eu, ué. — ela deu de ombros — E eu estou pouco me lixando para o seu ataque de nervos. Você não me queria assim? Pois bem, está melhor que a encomenda, não está?
— Eu não vou permitir que me desrespeite dessa forma. Saiba que seu prazo de compaixão comigo vale até o nascimento dessa criança, depois minha boneca, pode ter certeza que você vai virar um fantoche nas minhas mãos!
— Vai se foder, filho da puta. — foi o que ela disse antes de passar por ele e jogar o taco no chão. — Saiba que no fogo que você acendeu, eu sou a gasolina! — Alessa parou na porta e o olhou de soslaio — Vou fazer queimar.
***
ALESSANão sei o que é, mas sei que a sensação que vive em mim é de uma quase eterna frieza, onde não se há nada para sentir. Talvez Negan sempre esteve certo... Eu sou igual a ele desde muito tempo e só mascarei tudo por não querer aceitar esse meu destino.
Por mais que eu necessite manter Lucille bem viva e intensa, o meu outro lado que está adormecido clama por piedade por aquele lado que já não sente pena do próximo. Estou em guerra comigo mesma.
Ver o pessoal me deixou desnorteada, principalmente por ver Daryl e Rick, juntos, com a intenção de me salvar.
É uma pena ter que admitir pra eu mesma que talvez, não há mais saída para o que me tornei.
Logo haverá uma criança e não sei como as coisas irão se suceder a partir daí. Não quero que ela cresça com pais psicopatas. Se ao menos um de nós tivesse escolha ou a decência de mudar por ela!
Quero muito ser uma boa mãe apesar dos pesares... Mas não posso deixar que as coisas voltem a ser como antes, principalmente por Negan achar que tem algum poder sobre mim após o nascimento do bebê.
E falando nisso, já da para ver o crescimento da minha barriga. É estranho pensar que terei um filho, e que está criança nascera em um mundo apocalíptico, e que os perigos são maiores que qualquer coisa.
Gosto de olhar essa quase imperceptível curva em meu corpo. Logo ela cresceria ainda mais e daqui um tempo mal conseguirei me locomover direito.
Estava entretida com meu reflexo no espelho e quando ouvi os socos na janela,me assustei, além de claro... achar estranho.
Abaixei minha blusa e andei até lá.
— Quem é? — perguntei com curiosidade. — Claro que não vai me responder! — arfei, achando aquilo de muito mal gosto — SE FOR ALGUM... — assim que afastei as cortinas, arregalei os olhos — Carl!?
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Ela está viva | The Walking Dead
Fanfiction|Segundo livro da trilogia "Ela é tudo"| Alessa escolheu sacrificar sua majestosa liberdade em troca da vida de todos os seus amigos. Tudo isso aconteceu depois que Negan lhe fez uma proposta, ou ela se juntava à ele novamente ou ele mesmo mataria u...