Acordo assustada sem saber onde estou, sinto o meu corpo todo dorido e não sinto ou vejo a Inês.
- INÊS!!!!! INÊS!!!!
Choro e grito pela minha filha, onde estará a minha menina, a minha razão de viver. A porta abre e entram 2 homens altos, 1 deles vem tocar um botão ao lado da minha cama e o outro pega no telemóvel e liga para alguém.
- Ela acordou chefe... sim, mas está muito agitada... Ela está a chamar pela menina.... Ok, eu vou falar com ela... Ok, eu não deixo.- desliga e vem para o meu lado.- Tenha calma, a sua menina está bem, está a ser vista pelo médico.- Quando ele acaba de falar entra uma enfermeira e vem ter comigo, traz um copo com água e dá-me mas o homem tira-me o copo da mão enquanto o outro agarra a enfermeira e senta-a numa cadeira algemando-a de seguida.
- O que se passa? Preciso ver a minha filha, por favor.- junto as minhas mãos e imploro ao homem.- por favor, eu tenho que a ver, ela está doente, precisa de mim, eu preciso protegê-la, por favor.
A porta abre e entra um homem ruivo com barba e assim que vê a enfermeira algemada começa a falar para os homens muito rápido. Eu não percebo muito do que falam mas percebo que algo aconteceu hoje com a minha pequena e por isso me tiraram a água e prenderam a mulher.
- Por favor, digam-me o que se passa... Onde está a minha filha? O que aconteceu com ela? Digam-me alguma coisa, não aguento mais esta angústia.
- Ana, - diz o ruivo- posso chamá-la assim?- assinto- Eu sou o inspector chefe O'Brien, fui destacado para o seu atropelamento. A sua filha está bem e segura, temos 2 inspectores no quarto dela, assim como a Ana tem aqui. Lembra-se do que aconteceu?
- Sim. A Inês estava a chorar muito e com muita febre e o dono da pensão expulsou-nos de lá, depois ela começou a tremer muito e a deitar uma espuma da boca, desmaiou e quando eu ia atravessar a estrada para ver se via alguém para pedir ajuda um carro bateu-me. Lembro-me de agarrar a Inês e cair. Ela magoou-se? Vocês vão tirar a Inês de mim?- digo já desesperada. Eu sou uma péssima mãe. - Por favor, nós só nos temos uma a outra, não me tirem a minha menina.- digo e choro ainda mais.
De repente a porta abre e entra um homem por ela de bata branca e pára a olhar para mim, tem olhos de azul a puxar mais para o cinza muito intenso. Vem em direcção a minha cama e assim que chega fala para mim com uma voz grossa e rouca.
- Olá Ana, sou o Dr Christian Collins e estou responsável por si e pela pequena Inês.
- Como está a minha filha? Por favor eu preciso de vê-la, preciso de sair daqui rápido.
- Calma Ana, primeiro diga-me como se sente, depois, vocês aqui estão segurança. Nós já estamos cientes da vossa situação mas isso será o inspector chefe O'brien a explicar. Agora diga-me, como se sente?
- Estou bem, apenas dolorida. Quando vou poder ver a minha filha, por favor. E o que ela tem? Ela magoou-se no acidente? E do que estão cientes? Não estou a perceber. - Estou cada vez mais confusa.
- Sobre a Inês, ela já está a recuperar, entrou com uma pneumonia e um pulmão a colapsar mas está a responder bem à medicação. Em relação ao acidente, graças a si não lhe aconteceu nada. Em relação ao resto, o inspector chefe falará consigo.
- Ana, graças ao Dr Christian que viu o acidente e vos socorreu, também identificou o carro e apanhámos o homem antes que fugisse... Ele estava com um depoimento controverso o que nos levou a desconfiar que não foi acidente. Abrimos as suas mochilas e ligámos para o contacto que lá tinha o que nos levou à sua historia... Se permitir, o Sr José está aqui e gostaria de visitá-la pois irá ficar fora de circulação.- Estou baralhada.... Ou isso ou não estou a entender o que falam... Assinto e ele abre a porta entrando o Sr José e uma sra que acredito ser a D Fernanda. Ele vem logo abraçar -me o que me faz chorar de novo. Entra também Outro homem que eu não conheço.
- Ana, fiquei tão aflito quando o Dr e o inspector me ligaram sobre o acidente... Olha, quero que conheças a minha Fernanda.- A Sra chega-se a cama e abraça-me a chorar.
- Querida, tenho rezado por todos os dias por ti desde aquele dia que o meu José te apanhou na estrada e soubemos a tua historia... - Eu coro pois estamos com outras pessoas por perto. - E quando hoje ele me ligou e eu fui trazida para aqui à pressa pela policia por causa do teu acidente, o meu coração quase me salta do peito. Como estás filha, e a tua princesa?
- Estou bem, agora a minha filha... - Começo a chorar. - Ainda não a vi. Mas porque estão aqui, por causa do acidente? O que tem a ver convosco?
- Ana, eu vou Ver a Inês e já volto. - Diz o Dr Christian e sai.
- Ana,- diz o inspector -o Sr José contou-nos a sua historia e da Inês e eu entrei em contacto com a Judiciária pois andamos a alguns anos atrás de um Grupo Europeu que inclui, para além de um cartel de tráfico de drogas que leva a drogas de e para Portugal e a Europa , uma rede de tráfico humano para venda e também para a prostituição. - Vejo o Dr Christian entrar no quarto novamente- Após uma conversa com o inspector Figueiredo da PJ aqui presente também, chegamos a conclusão que talvez inclusivé a Ana posso ter sido raptada dos seus progenitores e entregue ao casal que acreditava ser seus pais para a criarem...
Oiço o que o inspector O'brien diz e a minha cabeça começa a rodar, a minha vida toda pode ter sido uma mentira... Sofri a vida toda por conta de uma mentira... Sinto o quarto rodar e Oiço o Dr Christian chamar o.meu nome é tudo escurece pela Segunda vez hoje...
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Pégadas da vida
RomanceAVISO: Devido ás novas normas da app, apenas os meus seguidores terão acesso a todos os capitulos. Para ler a história na integra deve seguir o meu perfil Ela foge de uma vida de sofrimento e de uma possível morte. Ele foge da sua vida e de si mesmo...