Ana

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Acordo azambuada e sem saber onde estou, sinto um peso no peito, na barriga e no braço. Abro os olhos,  espreito e o que vejo enche-me o coração,  tenho o Rob deitado no meu peito, Ella, Theo, Samantha e Melissa com a cabeça na minha barriga e o Christian no sofá com uma mão no meu cabelo e outra no meu braço. A minha família...  Lembro-me do dia de ontem,  o Ramón foi morto... Olho as horas e são 07:30 da manhã, Levanto-me devagar desviando as cabeças,  deito o Rob e sigo para a casa de banho.  Quando volto o Christian está a esfregar os olhos...

- Bom dia meu amor,  como estás hoje?- Pergunta ele, eu aproximo-me do sofá e sento-me no colo dele dando-lhe um beijo.

- Bem melhor agora. Já podemos voltar para casa? E onde vamos morar? A casa onde estamos é do FBI.

- Não sei, tenho de ver com o Jason e a Gail. Pode ser que possamos comprar a casa.  - Oiço um leve bater na porta e olhamos para lá, os nossos pais estão escorados á porta e olham para nós com um sorriso na cara.

- Podemos? - diz o meu pai. Eu levanto-me e ele vem em minha direcção e abraça-me. - Bom dia filha. Bom dia Christian. Desculpem intrometer mas vocês não precisam de se preocupar com casa. Nós temos uma aqui perto do hospital que é perfeita para a vossa familia. Inclusive tem a casa dos caseiros que dá para o teu pai Christian, para além de ficar perto da nossa. Pensem nisso. Agora, o que dizem de irmos falar com o Jason e a Gail que estão numa sala de reuniões disponibilizada pelo hospital? As crianças ficarão bem, tem 2 enfermeiras para tratar deles.

Seguimos para a tal sala onde pelos vistos éramos esperados, estavam lá a Gail, o Jason, a Leila, o Sawyer, a Gia, o Rodrigo e outro homem que eu não conheço.

- Bom dia,- diz o tal homem- eu sou Vincent Craig, director do FBI. Gostaria primeiro de agradecer á Ana, Christian, Gael e Andrea, sem vocês seria impossivel termos apanhado este grupo. Os agentes Gail e Jason disseram que pretendem continuar nos Estados Unidos. - Confirmamos.- Então, se quiserem se manter com a mesma identidade com que vieram para aqui nós podemos providenciar isso, e se quiserem se manter casados, também poderemos providenciar. 

- Dr,- interrompe o Ray- nós gostariamos que a Ana tivesse o nosso sobrenome, Steele, afinal ela é nossa filha. Será possivel?

- Claro.

- Desculpe, - interrompe o Christian - e em relação aos 3 irmãos. Podemos adoptá-los? Com toda esta situação e apesar de ter ocorrido a pouco tempo, eles afeiçoaram-se a Ana. E nós também nos afeiçoámos a eles. 

- Podemos tratar disso também. Agora, tenho outro assunto a falar. As crianças que trouxemos de Portugal, tem a mesma história desses irmãos, os pais foram mortos e ela levada com 2 anos, mas viu a foto da Ana e pensa ser irmã dela pois foi também criada pelo mesmo casal e gostaria de a conhecer. Ela tem 10 anos.Acreditamos que assim que a Ana foi entregue ao Ramón, a pequena foi entregue ao Mário e á Fernanda. Para além dela vem também um menino com 4 anos que lhes foi entregue á cerca de 6 meses.   - Sinto um tremor passar por mim.

- Eu quero conhecê-la. O que lhe vai acontecer?

- Provavelmente entrar no sistema de adopção.

- Não.- diz a Carla.- Se ela acredita ser irmã da Ana ela será. Nós ficamos com eles.

- Carla...- diz o Ray

- Nem venhas, eu sei que nem sequer a conhecemos, mas se ela acredita ser irmã da nossa filha ela será. Onde estão eles? Como se chamam?

- Está aqui no hospital a ser avaliada pela Psiquiatria com o menino. Devido ao que a Ana passou achámos conveniente avalia-los, ela chama-se Maria Ana e ele Pedro. Agora vamos falar de outro assunto. Ana, eu sei que pode ser dificil mas precisamos que reconheça o corpo do Ramón, para termos a certeza que é mesmo ele. 

Pégadas da vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora