Capítulo 3

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No domingo à tarde, o médico diminui o medicamento, como Glaucia e os pais de Anastásia pediram e ela estava voltando aos poucos. Vagas lembranças vem a mente dela, a morte de Charles, ela desesperada no hospital, chegando em casa, se acabando de chorar e quando se levantou, caindo no chão do quarto sentindo dor e vendo suas roupas manchadas de sangue, não demora muito em deduzir o que havia acontecido. Lágrimas começam a rolar pela sua face.

– Amiga, eu estou aqui, sei o que passou te deixa triste, mas eu vou te ajudar a suportar essa dor. - Glaucia fala, segurando as mãos dela.

– Como pode Glaucia, ver minha vida se desmanchar em menos de vinte quatro horas? Perdi meu noivo, razão da minha vida, perdi meu filho, que poderia me consolar um pouco, fazendo amenizar a dor de perder o pai dele. Dói tanto, não sei se vou suportar viver com essa dor.

– Vai sim, amiga, você tem pais maravilhosos, tem uma amiga torta, mas que te ama. Nós estaremos com você sempre.

Anastásia vira o rosto, para não fitar Glaucia, a amiga é muito importante para ela, mas como explicar que Charles era seu chão? Ela não entenderia, nunca se apaixonou, nem gostava de se envolver sentimentalmente. Anastásia sempre foi mais romântica, sonhadora. Charles havia sido seu primeiro namorado sério e seu primeiro homem. E com certeza o ultimo, pensa triste. Não quer nunca mais me apaixonar ou se envolver com alguém, prefere viver sozinha, junto com Charles morreu a Anastásia sonhadora e romântica, daqui pra frente vou ser fria e realista, pensa que assim sofrerá menos.

Segunda de manhã, os pais de Charles vem visita-la no hospital, Alice está inconformada:

– Como pode Anastásia, perdi meu filho e meu neto no mesmo dia?

– Estou me conformando, Alice, é triste, dói muito, mas não posso ficar pensando, vou tentar seguir em frente e fazer o que Charles queria que eu fizesse, pelo ao menos tentar ser feliz. Mas não quero me envolver com ninguém mais.

– Você não pode pensar assim. Você é jovem, tem uma vida pela frente. - Peter, o pai de Charles fala.

– A vida que queria, construir com seu filho agora não quero mais, prefiro viver sozinha.

– Quero que saiba que você sempre será considerada da família. - Alice fala.

– Obrigada, sempre vou os considerar como minha família também.

– Estamos pensando em nos mudar. - Peter fala. - Somos só nós dois, nossa casa ficou muito triste sem nosso filho. Vamos viajar enquanto procurarmos algo para comprar em outra cidade.

– Me avisem quando forem e não me deixe sem noticias. - Alice concorda com a cabeça, dando um beijo em Anastásia, que tenta se controlar para não chorar.

Depois que eles vão embora, Anastásia fica sozinha, Glaucia foi fazer algumas entrevistas, seus pais viriam na hora do almoço, já para leva-la para casa, pois já estava de alta. Pega o celular e liga para a mãe.

– Mãe.

– Oi Anastásia, aconteceu algo?

– Não, só me faz um favor, arruma tudo o que tenho do Charles aí em casa, coloca em uma caixa e leve para os pais dele.

– Filha, você tem certeza?

– Sim, mãe, essas coisas aí em casa só vão me fazer sofrer, por favor.

– Filha, são suas lembranças, lembranças dele.

– Mãe, as lembranças dele estão no meu coração e isso já é suficiente para me fazer sofrer.

– Está bem. - Carla consenti, morrendo de pena da filha.

– Obrigada mãe, até daqui a pouco. Te amo.

– Eu também, filha até daqui a pouco.

Anastásia desliga o celular com a certeza que fez o certo. Liga para outra pessoa.

– Prof. Nelson, é Anastásia, tudo bem?

– Oi Anastásia, sinto muito tudo o que aconteceu, como você está?

– Sobrevivendo, mas quero falar com o senhor sobre as aulas, ainda estão de pé?

– Claro, você vai sair quando do hospital? Podemos ir até sua casa e conversamos.

– Acho que prefiro o senhor ir a minha casa mesmo, preciso ficar mais essa semana de repouso. Saio hoje à tarde do hospital, quando o senhor quiser e puder,para mim está bem.

– Então amanhã à tarde passo em sua casa, posso levar Silvia? Ela também ficou muito chateada com o que aconteceu.

– Claro Professor, falo para minha mãe preparar um café da tarde para nós.

– Então está bem, mas de coração, estou muito chateado com tudo, mas sei que você é forte e vai superar tudo.

– Por isso que quero trabalhar, acho que isso vai me ajudar muito.

– E eu vou te ajudar no que for preciso.

– Obrigada, Professor, até amanhã.

– Até amanhã, Anastásia.

Desliga o celular e algumas lágrimas correm pelo seu rosto, sabendo que tem que recomeçar, tem que partir de algum lugar e esses são os primeiros passos.

– Oi amiga.- Glaucia entra no quarto e ela disfarça as lágrimas, Glaucia percebe, mas acha melhor não comentar.- Acho que arrumei um emprego.

– Sério? Naquela editora que você tinha a entrevista agendada desde semana passada?

–Sim, o salário não é grande coisa, vou começar fazendo resenhas nos livros, mas já é um começo.

– Também vou trabalhar.

– Como? Onde?

– Prof. Nelson havia me falado sobre passar alguns alunos para mim, ele está pensando em viajar, falei que daria a resposta essa semana, depois de... Bom, deixa pra lá, resolvi aceitar.

Glaucia abraça a amiga animada.

– Fico feliz por você não se entregar a tristeza, você vai superar tudo, e vamos estar sempre juntas.

– Sim Glaucia, obrigada pela sua amizade e pelo seu apoio.- responde se deixando abraçar e sabendo que ali terá sempre o carinho e o amor incondicional da amiga.

50 Tons - DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora