Decisión

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— Você pode fazer o favor de entender, que só você me interessa, Doutora Navarro? – Silvia ouviu suas palavras ditas com convicção. Mordeu seus lábios em indecisão se dava uma chance para ele se esclarecer ou não. Ponderou por segundos até deixar sua guarda abaixar, se aproximou lentamente dele e sentou-se ao seu lado na cama, deixando a lateral de seu corpo colado ao dele. Jorge então pegou a mão dela, esperando ela lhe dizer algo. Mas Silvia olhava para frente, processando os acontecidos do dia de hoje.

A castanha suspirou.

— Eu não sei como mais, eu juro que não sei... – Disse Silvia sem muita certeza se sua voz saiu alta o suficiente para ele ouvir também, ou se falou em sussurro inaudível. Nenhum dos dois falou mais nada por algum tempo.

Os dois médicos ficaram sentados um ao lado do outro uns minutos a mais, em um intensificando silêncio.

Jorge percebeu que a castanha precisava se acalmar, para assim tentar uma conversa com ela. Então deu a ela seu silêncio. Silêncio esse que ela aceitou para acalmar os gritos que ecoavam em sua cabeça.

— Agora você pode me dizer, o que você não sabe? - Jorge então levou a mão até a ponta do queixo dela, levantando o rosto dela com delicadeza para encontrar seu olhar. – Essa é a hora de conversarmos Silvia, por favor vamos conversar.

Ela fez um bico, que ele sabia que a médica só fazia quando estava receosa.

— Você realmente não leva nenhuma delas para sua casa? - Silvia se recriminou assim que calou a boca. "Sério, de todas coisas que poderia ser dita ou perguntada Silvia. Você abriu sua boca logo para isso?" A castanha pensou.

Jorge não pode deixar de dá uma gargalhada com a pergunta dela.

— Você sai com outros homens, Navarro. Não me cobre fidelidade... – Silvia a olhou incrédula. Com os olhos arregalados e a boca em forma de um "o". E logo se levantou em um impulso.

Ele parou de falar quando viu ela se levantar furiosa do seu lado, rumando até a porta a tentando abri-la sem sucesso. Jorge se jogou para trás já cansado desse joguinho, era a hora de reverter a situação. Levantou-se, e seguiu em passos decisivos até ela, que estava de costa pra ele em uma luta com maçaneta da porta.

— Chega, para com isso Silvia. – Disse ele autoritário, mas a cardiologista não lhe deu ouvidos. Continuando com a sua luta para abrir uma porta, que ambos sabiam está trancada. — Você tem 30 anos, para de agir como uma adolescente. – Ele se juntou seu corpo ao dela, levou as mãos até a nuca dela entrando em contato com os cabelos dela, segurou os fios e com carinho levou-os todo para um lado, aproximou seu rosto ao lado do pescoço dela que agora estava livre do cabelo . — Ciumenta. – Afirmou ele em um sussurro baixo bem ao ouvido dela.

Silvia se arrepiou com o hálito quente dele em seu pescoço e em um ato falho, fechou os olhos sentindo o corpo dele próximo ao dela. Mas tal ato falho, que não foi o suficiente para esquecer da raiva que estava sentindo. Logo voltou-se em si, sendo consumida novamente pela ira.

— Me solta, Salinas. – Disse se virando e empurrando ele. — Não encosta em mim. – Ela passou por ele, e ficou andando de uma lado para o outro no pequeno quarto. — Você... você não muda. – Parou de andar, e olhou para o teto tentando se recompor. — E você é que não para de reclamar das minhas atitudes.. me chama de adolescente. – Riu com deboche com a última palavra que ela disse. — Enquanto você age como um. Ou você acha que enganar uma mulher, enquanto estava com a outra é atitude de um homem feito e formado... De um neurocirurgião? Me diz Salinas. — Questionou ela, o encarando furiosa. — E eu saio com quem eu quiser e com quantos eu quiser. – O desafiou.

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