Conversa

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Jorge a encarou depois de ouvir o pedido dela. Bom, mas um anúncio do que propriamente um pedido de fato. Ele pode constastar enquanto a encarava, certa aflição nos traços finos do rosto de Silvia. Distraiu sua atenção de Silvia, para observar a mãe dela sair de fininho da sala os deixando a sós. Dando eles a oportunidade de iniciar a conversa em particular. Voltou a olhar para Silvia, que continuava parada a sua frente, agora com o olhar fixo no chão. Aproveitando da aproximidade que estava dela, a segurou pela cintura, e a trouxe mais para si. Quase que colando os seus corpos.

— Essa conversa tem que ser agora? O dia foi longo e exaustivo. — Comentou, enterrando seu rosto na altura do pescoço dela entre os fios castanhos chocolates. Sentiu o cheiro que desprendia do cabelo da médica. Que o servia como um calmante, de tão doce que era. — Amo seu cheiro. — Disse calmo, sobre os fios de cabelos dela.

Fazendo o que o momento pedia, Silvia deixou se levar. Passou seus braços ao redor do pescoço dele. O abraçando, enquanto sentia ele a apertar mais contra si.

— Eu deveria de por pra correr daqui. Isso sim! — Comentou, em negativa com sua própria atitude débil.

Jorge não conteve a risada, ao ouvir o resmungo de Silvia. Que se soltou do abraço, o empurrando para longe de seu corpo.

— "Eu posso te esperar?" — Jorge forçou uma voz fina, em tentativa de imita-la. Ao mesmo tempo que a olhava desafiante. Como se duvidasse, da palavra dela de expulsar-lo dali.

— É, você tem realmente 15 anos.

Silvia o retrucou, enquanto virava as costas para ele. Saindo, rumo a seu quarto. Mas em vez de segui-la, Jorge a deixou ir só. Não tinha nenhuma intenção de começar uma briga, muito menos depois do que ela fez por Alice.

A só em seu quarto, Silvia jogou ao chão o primeiro objeto que encontrou. Mesmo que fosse uma inofensiva almofada que ficava sobre uma poltrona ao lado da porta do quarto. Irritada com si própria, como estava com ele.

— Se ele pensa que vai me fazer de palhaça, ele está completamente enganado. — Falou só, sem ninguém para a ouvir. — Desculpas, eu juro que vou me acalmar. — Pousou sua mão em sua barriga. Lembrando do pequeno ser, que ela gerava. A fazendo cair em conta que mesmo se quisesse, nunca mais estaria completamente só. Não se dependesse do inexplicável sentimento terno que se apoderou dela.

Descobriu a gravidez não fazia mal um dia direito. E só nessas horas, já foi do céu ao inferno incontáveis vezes.

— Está muito claro que esses últimos dias foram de longe, nossos melhores juntos. — Os pensamentos dela foram distraídos com a voz de Jorge, a trazendo de volta para si. — Eu lhe pedi para deixarmos essa conversa que precisamos ter para depois, mas tanto eu como você sabemos que não pode ser adiada. — Ele caminhou até ao meio do quarto, onde Silvia estava em pé de costas para ele. Chegou até ela, logo levando suas mãos a cada braço dela. Os segurando, com leveza. — Estamos aqui, então vamos ter essa conversa. — Falou por fim. Descendo suas mãos, até as dela. Entrelaçando seus dedos.

— Mas antes, você não acha que me deve uma desculpas? — Falou Silvia. A lembrança do grito, que ele deu nela mais cedo. Veio até se.

Jorge soltou suas mãos, para segurar sua cintura. E com leveza, virar um corpo dela para ficar de frente a ele. Precisava a olhar diretamente nos olhos. Entendendo a intenção dele, Silvia girou-se com a ajuda da mãos dele. Indo de encontro com os olhos mel dele. As expressões dele eram séria. Não tinha resquícios de que ele poderia fazer qualquer brincadeira alí.

— Eu sei que fui um verdadeiro cretino. Mas eu só tinha a intenção de ajudar..

— Gritando comigo na frente de todos? — Ela o interrompeu, em um tom acusatório. — E você tem razão, você foi um completo de um cretino. — Completou a frase, quebrando o contato visual que tinha com ele. Olhando para janela.

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