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— Todos quietos, ninguém se move. – O neurocirurgião pediu, a todos que estavam juntos com ele na sala de cirurgia.
Os dois internos se entreolharam, sem entender o porquê do pedido do médico. Estavam a horas tentando reverter um coágulo no cérebro de uma menina com seus apenas 10 anos de idade.
— Veja se a pupila dilata. – Jorge entregou uma pequena lanterna para a interna.
A interna de nome Karin, atendeu o pedido do medico. Abriu os olhos da paciente e checou as pupilas da mesma, com a luz da lanterna. Testou uma, duas vezes para ter a certeza do resultado.
— Nada Doutor... – Anunciou Karin olhando para Jorge com o desanimação. — As pupilas não respondem. – Completou a interna.
Jorge respirou fundo e jogou frustado os matérias cirúrgicos que estavam em suas mãos, em cima da mesa de apoio ao seu lado. Lançou sua cabeça para trás e fechou os olhos, apertando-os, se entregando a uma derrotada. A derrota de ver seu esforço terem sido vencido.
— Não há mais nada o que ser feito, o cérebro já não responde mais. – Jorge tinha os ombros caídos, o semblante mesmo atrás da mascara de triste. — Obrigada a todos pelo esforço. – Ele então saiu da sala.
Se sentir desanimado por seu trabalho nunca tinha acontecido, não como agora. Jorge sentia o abatimento como um peso sobre seu corpo enquanto andava pelo os corredores do hospital, sem conseguir pelo menos prestar atenção no que acontecia em sua volta. Ele tinha as mãos dentro do bolso do jaleco, e olhava para o chão, enquanto andava.
— Oh desculpas.. – Ouviu alguém falar, depois da mesma ter esbarrado nele ou ele nela. Estava muito distraído para saber quem esbarrou em quem. — Doutor, realmente me desculpas.
Jorge então subiu seu olhar para a pessoa que lhe desculpava, e se deparou com a enfermeira Sally a sua frente. "Ótimo", ele pensou ironicamente. Então em uma impensável ação, a pegou pelo o braço, mas sem por muito força para não a machucar, e junto com ela caminhou até uma porta que dava para um laboratório de pesquisas que tinha naquele andar.
— Escuta, eu não sei o que você disse para a Navarro sobre eu e você. – Começou a dizer ele já dentro do laboratório. Jorge tinha toda a frustração do dia sobre ele, e agora a raiva de ter a enfermeira a sua frente. — Mas você vai desmentir tudo, e isso não é um pedido enfermeira Sally.
Sally estava assustada, nunca tinha o visto assim.
— Eu não sei do que você estar falando Doutor, eu juro que não sei.
Jorge riu ironicamente pra ela.
— Não se faça de sonsa, que sabemos que você não é. – Ele então seguiu para fora do laboratório mas sem antes, se virar para a enfermeira. — Não se meta mais entre eu e a Silvia, que fique claro. Você está avisada. – Dito isso, saiu batendo a porta deixando a enfermeira para trás. E seguindo diretamente para o quarto onde sua mãe estava internada. Precisava do carinho dela, como uma criança precisava de colo.
Saiu do elevador já no andar em quê sua mãe estava e foi direto para o quarto dela. Mas se surpreendeu quando não a encontrou, a cama estava vazia, como também o quarto.
— Cadê a paciente desse quarto? – Perguntou ele para uma enfermeira, no balcão de enfermeiros, enquanto apontando para a direção do quarto. — A minha mãe, cadê a minha mãe? Era ela para estar nesse quarto. – Sua voz saiu um pouco apreensiva.
— Ah sim. – Disse a jovem enfermeira, agora entendendo de quem ele se referia. — Ela saiu para fazer o teste de resistência pós cirúrgica com uma interna a pedido da Doutora Navarro, Doutor.
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Doctores
RomanceUm neurocirurgião, uma cirurgiã cardiologista, um hospital e uma paixão mal resolvida. Os corredores do Hospital Orleans City, irá ser testemunha do enlace amoroso do Dr Salinas e da Dra Navarro. NAVARROSALINAS - CONCLUÍDA.