Epílogo.

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Silvia

Com muito esforço, ergo meu braço até o criado mudo. Na tentativa de achar o aparelho do despertador, que toca em uma altura que incomoda meus pobres ouvidos que ficaram a noite toda ouvindo o choro da minha pequena de 3 anos de idade. A mudança de clima não fez muito bem a meu doce anjo.

— Mamãe — ouço a vozinha fina e ainda sonolenta dela me chamar.

Me dói ter tido que acorda-la tão cedo, quando que por conta de seu resfriado, ela não dormiu quase nada a noite. Busco por ela debaixo das cobertas da cama e a encontro com o biquinho e seus cabelos bagunçados, com mechas sobre seu rosto. Ella nasceu com meus traços, desde os olhinhos verdes a pele clarinha com levemente rosada na bochechas, seu cabelo castanho claro, mas parecido com o meu do que o escuro do pai dela. Mas uma coisa ninguém pode negar que ela herdou dele seu sorriso que deixa evidente um furinho em cada bochecha sua. Não canso de namorar cada detalhe da minha boneca.

— Bom dia, meu amorzinho. — Digo a buscando, para ter entre meus braços. Ela me olha dengosa e já em meu colo, deita a sua cabecinha em meu ombro quando a tenho em meus braços. Sei que ela ainda tem muito sono, afinal são apenas 6 da manhã. — Vamos levantar bebê? Que mamãe ainda tem que te deixar na casa da vó Maria, antes de ir para o hospital. — Ella choraminga.

Me parte o coração vê-la com tanto sono e não poder deixar-la dormir mais um pouco.

A pego no colo e caminho com ela até o banheiro, sentindo todo o peço que Ella tem com seus 3 anos e 8 meses de idade. Falta pouco para a minha princesa completar seus 4 anos. Me lembro de como ela era apenas um bebê chorão, que chorava em 10 em 10 minutos, quase me levando a loucura.

— Você cresceu muito rápido garota. — A coloco no chão do banheiro, me agachando para ficar a altura dela. Começo a tirar as pecinhas de roupas de dormir de Emma, sem ela se quiser tentar me ajudar. Fazendo total corpo mole. — Ella Salinas, deixe de má criação. — Ela protesta, batendo o pezinho no chão. — Você hoje não quer ajudar a mamãe mesmo né? — A olho severamente, pelo menos fingindo. Já que estou me contendo ao máximo para não rir da atitude dela. Além da minha aparência, Ella herdou todo meu gênio forte.

Me ponho de pé, para tirar meu vestido de pijama e ir até o box com ela para tomarmos um banho. Já sem roupa, me agacho um pouco para segurar na mãozinha da minha garotinha. E trazer-la comigo, para o banho.

....

Com muito esforço e paciência, consigo arrumar ela e a mim. Para comermos nossa primeira refeição do dia. Com uma hora já se passado, saio em meu carro com Emma em sua cadeira no banco de trás. Já não tenho mais nenhum indício de traumas em dirigir um carro. Escassa de medo, sigo com ela até a casa de Maria. Que já nos deve estar nos aguardando.

Maria vem sendo de grande ajuda desde o nascimento de Ella. A vó de minha filha, me impediu contratar uma babá, com ela mesmo se prontificando em cuidar da neta para eu poder trabalhar tranquila.

"- Não quero nenhuma desconhecida cuidando da minha neta. Ela tem a mim!" A lembrança me faz abrir um sorriso.

— Chegamos, filha! — Anuncio, mas sendo completamente ignorada por Ella que tem toda sua atenção em uma boneca que Mamãe lhe deu de presente a última vez que ela esteve aqui.

Desço do carro, abrindo a porta de trás para retirar-la de sua cadeirinha. A deixo no chão, enquanto pego seus pertences. Quando me viro, já não a vejo mais eu meu lado. Ela já da passos pequenos, até a vó que a espera de braços abertos na porta.

Sigo até elas. Treinando mentalmente, para o que me vem a seguir.

— Aqui está as coisas dela, tem uns medicamentos com uma listinha de quais e em que horas dá a ela. — Informo a Maria. Que está com Ella em seus braços. — Ela não dormiu muito bem ontem por conta da garganta inflamada dela. Assim que qualquer coisa, me liga que eu venho correndo.

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