The and - parte 1.

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- Grávida? - Jorge perguntou, duvidando se aquilo era real. Nem em seus melhores sonhos, isso já veio acontecer. Continuou completamente paralisado olhando para Silvia. Até desviar seu olhar dela, para por no objeto que segura em suas mãos. Piscando por várias vezes, para ter certeza do que via era de fato real. Traído pela a surpresa, não conseguia esboçar uma reação a notícia que acabava por ter. Ser surpreendido assim, por algo completamente inimaginável. O deixou estático, seu corpo não reagia. Alí parado olhando para o teste em positivo, quando o certo era estar pulando, fazendo qualquer coisa que não fosse o que estava fazendo agora. Porém, continuou calado. Olhando para o objeto em suas mãos, mas não o vendo. Um filme que passava em sua cabeça, o deixou imerso em seu subconsciente.

Explosão de emoções, era o que Silvia esperava de Jorge ao descobrir sobre a gravidez. Mas nada, a não ser da contra pergunta dele a novidade dita por ela: "Grávida?."

Ele poderia não querer o bebê? Esse questionamento nem se quer passou pela cabeça da castanha antes. Se preocupou em assimilar somente os seus quereres e não aos dele.

Conforme os segundos se tornavam minutos e nem uma reação do moreno acontecia, o arrependimento de ter revelado a gravidez apertava mais seu peito. Um aperto que chegava a se tornar dor física. Deixando ela até mesmo, sem ar.

- Eu não deveria ter lhe dito. - A castanha disse, e saiu em disparada dando passos rápidos até o banheiro. Se trancou nele assim que estava no interior do ambiente úmido. Escorando-se na porta e de frente para o espelho da pia. Deixou as lágrimas livres para deslizarem por seu rosto. Em um choro penoso. Se culpando pelo o que lhe estava acontecendo. De certo, esse era o preço pelo seus erros. Passar por tudo isso novamente, e duramente mais doloroso agora. Uma dor indecifrável.

Sentiu a necessidade de acariciar sua barriga, sentindo pena de seu bebê.

- Você não tem culpa. - Disse entre soluços, com as duas mãos em seu ventre.

Batidas na porta se fez ser ouvida, seguidas por um impacto ao ponto de estremecer a mesma. Batidas essas, que a fez se desprender da porta, dando um pulinho para frente.

- SILVIA? - Jorge a chamou, dando mais batidas na porta. - Abre a porta, por favor amor. - Olhou duvidosa para a porta, hesitou em abrir-la. - Eu preciso olhar em seus olhos e me desculpar. Por favor, abre a porta. - Segundos se passaram em tremendo silêncio. Nem os soluços de choro de Silvia, mas se fazia presente. - Eu vou ter que por essa porta abaixo mesmo? - Ele meio que ameaçou, tentando assim fazer que ela cedesse abrisse a porta.

Mas nada do que ele disse, a convenceu. Até que ela ouviu um impacto na porta e depois logo um resmungo de dor ser feito por Jorge do outro lado. Assustada com a tentativa dele de abrir a porta e dele ter se machucado, a cardiologista destrancou a porta, para conferir o que de fato o moreno sofrerá.

Viu Jorge contorcido, reclamando em palavrões da dor em seu ombro direito, que usou para tentar derrubar a porta a força.

- Está tudo bem? - Silvia o perguntou preocupada, e reprimindo uma risada com atrapalhada dele.

Jorge levantou a cabeça, olhando-a com um semblante franzido. Não deixando dúvidas que sua imbecilidade, teve um preço alto. Seu ombro latejando em dor.

- Pareço está bem, Navarro? - Perguntou áspero, sem poder reprimir o seu semblante de dor.

Esquecendo da aflição e do choro que derramava antes, a castanha se deixou rir. Soltando gargalhadas com burla para ele.

As lágrimas que a suas risadas incessantes a fizeram derramar, se mesclaram junto com as de antes. Enfatizando a loucura que seu estado de humor se tornou. Poderia chorar de tristeza e chorar de tanto rir em questão de poucos segundos. Estar grávida, realmente é uma loucura.

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