Confidencialidad

669 49 10
                                    

Eu poderia fazer isso por ele?

Duas semanas com esse dilema desde a última conversa deles sobre o assunto, que não parava de assombrar o relacionamento deles. Silvia sabia o que sempre foi sua prioridade, sempre visava sua carreira como médica. Encontrar o amor da sua no meio desse caminho, foi o maior bônus que poderia receber. Mas poderia abrir mão do que sempre quis, por alguém que com certeza era atualmente sua maior alegria.

" - Não é porque eu sou mulher que tenho que ter um filho, Jorge. - Ela vestia sua roupas, que até então estava jogada pelo chão do quarto dele. - Eu não quero e nem pretendo ter um filho. - Jorge levantou-se da cama, já cansado do assunto e saiu do quarto se maldizendo por ter começado o assunto. Era só um assunto pós sexo, que não deveria ter sido tão levado a sério. - O corpo é meu. - Ele a ouviu dizer, antes de cruzar a porta do quarto. Respirou fundo, e seguiu seu caminho para longe dela. Não queria brigar.

Silvia terminou de se vestir, e caminhou para fora do quarto. Seguindo os passos do médico. Quando chegou na sala, viu ele somente enrolado em uma toalha no sofá. Com os olhos fechados, a cabeça jogada para trás e com uma copo de whisky na mão. Ela parou por uns milésimos de segundos para a admirar a imagem dele, embora estivesse irritada com ele. Quis por instante se juntar a ele, mas logo voltou em se. E sem dizer nada, seguiu seu caminho até a porta do apartamento.

- Você não pode ir embora assim no meio da noite, Silvia. - Ela já com a mão na maçaneta da porta, parou diante as palavras dele. Respirou fundo e se virou para ele, que a encarava meio sem saber o que fazer naquela situação. - Não vá, fica amor. Se quiser eu durmo no sofá, mas não posso deixar você ir assim. - Silvia abaixou a cabeça, deixando seus ombros caírem .

- Você me irritou extremamente, Jorge. - Foi tudo que ela foi capaz de dizer.

- Talvez eu não usei as palavras adequadas e sinto muito por isso. - Defendeu-se. - Eu não quis dizer que você tem por obrigação ter um filho, muito menos essa é a obrigação de toda mulher. Não fui muito sensível, eu tava muito irritado e não queria ter dito isso. - Ela ouviu as palavras dele com atenção. Os dois disseram coisas no calor da discussão, palavras acaloradas que tiveram um peso sobre eles. Jorge vendo que ela não iria responder, deixou o copo de whisky sobre a mesinha de centro. Levantou-se até ela, e com passos lentos e cautelosos chegou até ela. Levou sua mão até o queixo dela, erguendo com carinho o rosto dela pra se. Encontrou o olhar dela, sem o brilho que era capaz de enfeitiçar ele. Os verdes dos olhos dela, estavam opacos. - Eu te amo, doutora. Vem cá! - Ele desceu sua mão até a cintura dela, a puxando para mais perto do seu corpo. Já com os corpos colados, o médico começou a guiar ela até a porta. Prendendo-a ela entre ele e a porta, mergulhou seu rosto entre o pescoço e clavícula dela, roçando seus lábios na pele macia dela enquanto sentia o cheiro doce do perfume da cardiologista. Silvia fechou os olhos, sentindo cada sensação das mãos de Jorge apertando sua pele a altura da sua fina cintura, o seu hálito quente em seu pescoço.

- Não faz isso, por favor Jorge. - Pediu, pois sabia que se ele continuasse com as carícias. Sua tentativa de se manter irritada com ele, iria embora em questão de segundos. - Você foi grosso e machista. E não vai ser com palavras doces e com sexo que você vai conseguir se redimir. - E com todo esforço levou suas mãos até o peitoral descoberto dele, e um empurrou. - Espero que tenha uma boa noite no sofá. - A castanha então, se esquivou do corpo do médico e caminhou voltando para o quarto dele. - Ah! Feche a porta, eu a destranquei. E não por seu pedido que eu vou ficar, é muito tarde pra eu esperar um táxi passar. - Jorge balançou a cabeça e riu. Sabia que ela de alguma forma, sairia por cima da situação toda. E nessa, ela tinha toda razão."

DoctoresOnde histórias criam vida. Descubra agora