Descobertas

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Dois meses de uma relação.

— E o Salinas? — Perguntou a ortopedista para Silvia, sabendo que ela evitava falar sobre a relação deles na frente de outras pessoas. Alice viu Silvia a olhar, com um olhar repreendendo-a por conta da pergunta. — Você ficou vermelha com a pergunta. — Brincou.

Silvia sabia que cada vez mais iria enfrentar esse tipo de pergunta, o borburinho sobre eles dois já corria solto pelo os corredores do hospital. Não que eles ainda escondessem que estavam juntos. A castanha não gostava mesmo, era que seu nome andasse na boca dos funcionários do hospital.

— Presta atenção mais nesse osso que você está parafusando. — Alice riu com a tentativa da sua colega em mudar de assunto. — Acho que não vai ser mais preciso a minha presença, ela não vai voltar a sofrer outro ataque cardíaco. — Informou Silvia, depois de checar a paciente, após ter sido chamada na cirurgia. — Mas se precisar, pode me chamar novamente!

A médica começou a tira os trajes cirúrgicos, começando pela as luvas. Antes de sair da sala, ouviu Alice lhe agradecer pela a ajuda. Silvia lhe ofereceu um sorriso sincero como resposta e saiu do local.

***

Caminhava nos corredores do hospital distraída com um tablet em suas mãos, revendo os prontuários dos seus pacientes. Teve sua atenção e cuidado na revisão dos prontuários interrompida, por uma das internas que parecia está com a respiração ofegante de correr.

— Doutora Navarro, até que fim te encontrei. — A castanha então deu atenção para a jovem a sua frente. — O Doutor Salinas.. eu preciso encontrar ele.

Silvia desacreditou por uns instantes da intenção da menina e com uma expressão confusa olhou a interna que ainda tentava recuperar o fôlego a espera de sua resposta.

— Você está me procurando para saber do Doutor Salinas? — Silvia olhou com rigidez para a interna, que encolheu os ombros com o modo severo que a médica a encarava. — Espero que seja por um assunto do hospital..

— Desculpas Doutora. — A interna se apressou em justificar. — É que eu procurei o Doutor em todo lugar do hospital e como não o encontrei e ninguém sabia dele, pensei que a senhora poderia saber e me ajudar. — Disse com a voz retraída. — É que como vocês estão juntos... Desculpa Doutora.

Silvia riu irônica com a situação, não gostava de saber que as pessoas comentavam e sabiam da sua vida pessoal. Tudo bem que tanto ela, como Jorge eram os principais médicos do hospital, mas era realmente um cúmulo para ela mesmo assim, seu nome ser falado nos corredores do hospital sem ser por seu trabalho como cirurgiã. Por sua ética profissional, e desempenho nas cirurgias. Preferiam usar o seu nome para fofocas.

— Tudo bem, do que se trata? — A médica tentou ser menos indiferente possível a mais jovem. Ela teria que saber que lidar com essas situações já que, estava decidida a continuar sua relação com o Jorge. — Ele está de folga hoje.

— É que tem uma moça na emergência exigindo a presença dele. — A interna lhe respondeu com a cabeça baixa, sem lhe olhar nos olhos. — Falou que a filha dela só pode ser atendida se for por ele.

A médica ficou desconfiada com a exigência da tal moça, mas depois de fazer perguntas recorrentes a criança, – como do que se tratava a entrada dela na emergência–, decidiu ir até elas na emergência para saber se poderia ajudá-las de alguma forma.

Na emergência Silvia foi levada até uma loira, que agora estava de costas para ela. Ela viu a mulher tentar acalmar a criança, acariciando seus pequenos braços.

— Boa tarde, no que posso ajudar? — A mulher então se virou para Silvia, a olhando dos pés a cabeça. Silvia ficou incomodada com o modo que a mulher a olhou. — Sou a Doutora Navarro. — Se apresentou para a mulher, que ainda parecia não entender o que Silvia fazia alí e não Jorge.

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