Alice

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Jorge sentiu alguém segurar suas mãos, enquanto ele ainda tinha os olhos em sua amiga desacordada recebendo os cuidados médicos de seus outros colegas. Olhou para Melody, quem o segurava firme em sua mão. Assentindo com a cabeça, quando entendeu que aquele gesto era para lhe passar segurava.

— Por ela. — Ela voltou a repetir a frase de antes. A olhando nos olhos mel dele.

Ser forte, ele precisava ser forte. Mesmo que a circunstância fosse essa. Com alguém a quem ele tinha afeto e carinho, precisando urgentemente dele. Mesmo que as políticas do hospital lhe impedisse, de agir como médico naquela hora. Burocracia, não lhe impediria de fazer o melhor por sua amiga.

Saindo do transe. Soltou-se de Melody, indo até um canto do ambiente para pegar luvas e uma máscara para por em se.

— Jorge, a gente já está cuidando dela. — O chefe de cirurgia que estava fazendo uma massagem cardíaca em Alice, interviu ao ver o neurocirurgião se aproximar novamente da maca. — Sabemos que ligação emocional paciente-medico pode prejudicar..

— Você não vai me impedir de ajudar.. — Jorge o interrompeu. Fazendo pouco caso da tentativa de intervenção de seu chefe.

O homem mais velho o olhou, sem dizer mais nada.

— Salinas, ele tem razão. — Concordou Melody.

— Eu não posso não fazer nada, só ficar olhando. — Falou convencido, de que ninguém o fazerá muda de idéia de fazer algo por sua amiga praticamente sem vida a sua frente. — A quanto tempo ela está em hipotermia? E porque ninguém sabe explicar como esse acidente aconteceu? Droga! — Questionou, com a voz alterada. Não saber as razões do acidente o inquieta mais, Alice nunca foi de beber e dirigir. E não ter respostas, só o agonizava mais.

A frustração tomava cadê vez mais conta de Jorge. Os primeiros procedimentos não viam dando resultado, Alice continua quase sem pulso. E praticamente sem vida. Faziam nela procedimentos primários para casos de hipotermia grave. Quando o corpo estava a abaixo de 30°.

— Mais mantas térmicas. — Pediu Dra Collins. Vendo a necessidade de mais mantas quentes após ouvir um interno anunciar a temperatura do corpo de Alice beirando 22°. — Já fizemos tudo o possível até agora. — Ela lamentou em voz baixa. Mas sendo ouvida por quem estava em sua volta.

— Ainda não tentamos epinefrina. — Jorge lembrou, esperançoso. De imediato, toda a equipe assentiram. Se mobilizando para ingerirem a medicação no corpo da ortopedista.

— Epinefrina não.. — Ouviram mais outra voz os pegando de surpresa.

Viraram para a porta na busca da pessoa que reprovou a última tentativa plausível para tentarem. Encontraram Silvia na porta, com o rosto assustado com a cena.

— Porque ela está assim? — Ela perguntou, com a voz quase que presa na garganta sem poder sair.

Quando recebeu a ligação de Jenni lhe avisando do acidente de Alice, após a saída de Jorge. Desacreditou que fosse verdade. Saiu o mais de pressa que pode até o hospital.

— Encontraram ela assim, desacordada na floresta ao lado do carro batido.  — Melody a respondeu. — Ninguém sabe mais nada, além disso. — Silvia assentiu silenciosamente.

A castanha olhou em volta, percebendo toda a aflição nos rostos dos médicos em volta de Alice.

— Porque epinefrina não? — Jorge a questionou.

Só agora ela o viu, como nunca tinha o visto antes. No rosto do moreno tinha um semblante assustado, que nunca o viu demonstrar.

— A medicação não vai correr devidamente pelas correntes sanguíneas. Ela está sem circulação e não vai poder chegar até o coração, a epinefrina vai intoxicar-la. — A cardiologista respondeu, sem poder impedir um soluço sair junto com o choro no final da frase.

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