Capítulo 5 Charadas

34 20 15
                                    

É uma raposa! - Disse Bumberdin, no momento que um ser de pelos alaranjado materializou-se diante deles ao meio de uma chuva de pétalas vermelhas.

- Eu não sou uma raposa - disse a criatura alaranjada, que tinha chamas labaredeando na ponta de sua longa calda. - Eu sou a raposa!

- Você nos assustou, seu mal educado - Disse Dimpilin, voltando a brilhar naturalmente. - Sua mãe não te ensinou que é errado fazer esse tipo de coisa com os outros?

- Não! - Disse a raposa. - Eu não conheci a minha pobre mãezinha, ela foi morta por caçadores quando eu era apenas um filhotinho.

- Sinto muito por isso! Mas não é certo fazer o que você fez, saiba que quase nos matou de susto - Disse Assane, segurando Úlfur pelo rabo, na tentativa de impedir que ele atacasse a estranha raposa que não parava de fazer provocações para o lobo usando sua calda deixando-o furioso.

- Mas não fui eu quem os assustou - explicou a raposa, enquanto lambia tranquilamente uma das suas patas. - Quem assustou vocês foi o espírito da floresta.

- Espírito da floresta? - Perguntou Bumberdin, curioso.

- Pois é! - Disse a raposa. - O espírito da floresta, protetor das árvores e dos animais.

- Que animais? - Perguntou Assane. - Não vimos um animal se quer até agora.

- Você tem razão! - Concordou a raposa. - É por isso que o espírito da floresta está preocupado, ele me mandou pessoalmente para decidir se são ou não vocês os culpados do desaparecimento dos animais.

- Como poderíamos ser nós, se até agora a pouco desconhecíamos esse fato? - Questionou Dimpilin, ziguezagueando no ar de um lado para o outro.

- Eu não sei - sussurrou a raposa. - Eu só vim fazer o que ele me pediu.

- Veja bem Sr. Raposa - disse Assane.

- Sr. Raposa é muito formal - Disse a criatura interrompendo a Elfa. - Me chame de Rakuro, pois esse é o meu nome.

- Pois então, veja bem Sr. Rakuro!

- Nada de senhor! - Disse aumentando o tom de voz. - Só Rakuro, para mim já está ao meu agrado.

- Pois então veja bem "Rakuro" - Disse Assane, fazendo aquele movimento com os dedos, o mesmo que fazemos quando queremos colocar aspas imaginárias em alguma palavra pronunciada por nós. - Diga a esse tal espírito da floresta, que nada tivemos haver com o desaparecimento dos animais, e diga a ele também que estamos com pressa. Precisamos ir resgatar meu irmãozinho que foi sequestrado pela feiticeira azul.

- Se tem algum recado para o espírito da floresta, de a ele você mesma. Ele está te ouvindo, e pelo que conheço, ele não gostou nada do seu comentário - disse Rakuro, e tocando a ponta do focinho de Úlfur deu uma cambalhota sobre o lobo. Assane tivera que segurar novamente a calda de Úlfur para evitar uma catástrofe ou talvez não, mas isso nós nunca saberemos.

- Podem até serem inocentes sobre o desaparecimento dos animais - disse Rakuro, agarrando Dimpilin pelas asinhas.

- Me solte seu grosseiro! - Gritou a fada lutando para se soltar, mas Rakuro pouco se importou.

- Como eu dizia a pouco - continuou a raposa. - Podem até serem inocentes, mas não permitirei que avancem nem se quer um passo a mais. Não antes de me responderem três charadas.

- Charadas? - Disse Bumberdin, e o estômago do Gnomo roncou alto. - Desculpe! É que hoje não tomei café da manhã.

- Se estava com fome era só ter me falado - disse Rakuro, e piscando um dos olhos fez surgir na frente do grupo uma cumbuca enorme cheia de arroz cozido. - É melhor que comam - disse. - Barriga vazia não ajuda a pensar com clareza. E para acertar essas charadas vocês terão que se esforçarem. A vida de vocês dependerá dessas respostas.

O Jardim de Bumberdin Uma história de Gaillardia Onde histórias criam vida. Descubra agora