Capítulo 10 Armadilha

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- Essa porta é enorme, não vamos conseguir abri-la nunca - lamentou Dimpilin, enquanto observava a enorme porta de madeira sem ter ideia de como abri-la. Mas não precisaram fazer esforço algum, pois como se já estivessem sendo aguardados, á porta se abriu lentamente e um longo tapete vermelho se revelou em frente à grande entrada.

- Vamos lá! Vamos enfrentar essa feiticeira de uma figa! Vamos salvar o Aegon! Foi para isso que viemos até aqui! - Gritou Bumberdin, tentando manter a coragem. Mas não adiantou muito, pois todos ali estavam com medo "acredite, você também estaria com muito medo na situação deles."

Respiraram fundo, engoliram seco e atravessaram a porta sem pensar no que encontrariam do outro lado. Mas foi um lugar bem aconchegante que encontraram, não era exatamente o que esperavam encontrar, já que aquele lugar era a casa de uma feiticeira muito má.

Pendurado no teto, um enorme candelabro de cristal iluminava toda sala que era aquecida pelo fogo que queimava vagarosamente em uma lareira de tijolinhos vermelhos do outro lado da sala. No centro da sala que mais lembrava um salão de festas, havia uma grande mesa de madeira toda enfeitada com flores e frutas. Ao redor da mesa, havia dezenas de cadeiras com estofados bem afofados nos acentos. Era impossível não sentir vontade de se atirar logo de cara e esparramar-se em tais cadeiras imaginando qual seria o banquete que pelo jeito estava prestes a ser servido, pois o cheiro delicioso pairava por todo o salão.

- Espero que o Aegon esteja bem - sussurrou Assane.

- Não se preocupe, nós o encontraremos - disse Dimpilin, tentando confortar a amiga.

- Onde será que está essa feiticeira? - Perguntou Bumberdin, enquanto Úlfur a procura de Aegon, farejava o lugar sem parar.

- Devemos tomar muito cuidado - alertou Assane. - Ela deve estar nos observando secretamente.

- Disso eu não tenho dúvidas - disse Bumberdin.

- Esse cheiro de comida está me deixando faminta - resmungou Dimpilin. - De onde será que está vindo?

- Parece que vem da sala ao lado - disse Bumberdin, quando seu estômago roncou de fome. - Uma boa refeição não seria nada mal. Não é?

- Eu também estou faminta! - Disse Assane. - Mas não ousaria de maneira alguma comer nada que essa Feiticeira colocou as mãos. Vocês já sabem o que aconteceu da última vez.

- Assane tem razão! - Concordou Bumberdin. - Devemos resistir à nossa vontade, não devemos comer nada que encontrarmos nesse Castelo. Se formos enfeitiçados não teremos nenhuma chance de lutar.

- É daqui que está vindo o cheiro de comida - disse Bumberdin, quando adentrou a sala ao lado, onde um caldeirão enorme flutuava acima de um estranho fogaréu azul que queimava no ar magicamente.

- É um guisado! - Disse Dimpilin, que voou para espiar o que havia dentro do caldeirão mágico. - Parece delicioso!

- Saia já daí Dimpilin! - Gritou Bumberdin, ao ver que a fada estava prestes a provar o ensopado.

- Está bem! Esta bem! - Disse Dimpilin afastando com certa dificuldade do enorme caldeirão. - Eu não seria boba o suficiente para tocar nessa comida.

- É Dimpilin, eu sei que não! - Sussurrou Bumberdin em um tom irônico. E logo os latidos de Úlfur chamaram a atenção do restante do grupo.

- Olhem! Úlfur encontrou alguma coisa! - Gritou Assane, apontando adiante.

- É uma escadaria - disse Dimpilin, admirada com os grandes degraus de ouro branco, que mais pareciam com espelhos que refletiram a imagem da fada ao aproximar-se de Úlfur.

O Jardim de Bumberdin Uma história de Gaillardia Onde histórias criam vida. Descubra agora