Capítulo 14 Lagrimas de Ogro

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Cada segundo perdido deixava Aegon mais distante de evitar que sua irmã e os outros fossem cozidos vivos, e quando começou a forçar seus pensamentos na tentativa de encontrar uma maneira de impedir tudo aquilo que acontecia, foi aí que o jovem Elfo teve uma grande surpresa.
Sua consciência passou a aparentar estar um tanto mais aguçada, como se seus pensamentos estivessem mais claros revelando a Aegon possíveis soluções a serem tomadas naquele momento. Nessa hora o pequeno Elfo recordou que em sua cabeça usava o elmo que fora lhe dado por sua irmã quando ainda estavam na masmorra e que por sorte, até agora, passara despercebido entre os guardas. Dimpilin havia lhe dito que o Elmo, assim como as armas que o trio portava tratava-se de um objeto mágico, mas como qualquer criatura sensata cujo tivesse apenas uma pequena primeira impressão da fadinha, Aegon não levou muito a sério o que ouviu de Dimpilin. Mas um pouco depois se arrependeu de ter duvidado da pequenina, pois de certa forma começou a sentir que talvez ela tivesse razão no que havia lhe dito.

Usando então as instruções enviadas ao seu subconsciente por essa força invisível que lhe causava comichões um pouco acima da nuca, Aegon começou a se movimentar entre os guardas de maneira tão precisa que conseguiu evitar olhares diretos para ele. E dessa forma conseguiu sair do meio de toda aquela agitação entre os soldados que assistiam a terrível execução, que naquele momento aparentava que não poderia ficar pior. Ainda mais quando quatro dos jovens soldados começaram abrir espaço entre os demais, pois logo atrás deles, uma dezena de outros soldados lutava para puxar com dificuldade as correntes que mantinham aprisionado algo tão feroz que nenhum deles ousou aproximar-se da criatura, nem para tentar amordaçá-lo novamente quando este, com a força da mandíbula destruiu a focinheira que mantinha sua boca atada.

- Aquele é... É o Úlfur - sussurrou Aegon, que não podia ficar mais triste do que já estava com tudo aquilo que acontecia, e agora ver seu amado companheiro ser arrastado e maltratado daquela forma só serviu para deixar seu coração ainda mais em pedaços.

Aegon sabia que tinha que fazer alguma coisa e o que é que fosse teria que fazer rápido ou tudo estaria perdido.
Não muito longe do pequeno Elfo, sentado ao lado de um antigo poço muito profundo, estava krunyo ainda inconformado por seus amados gatinhos, quando o jovem Elfo aproximou-se.

- Eu vi tudo o que aconteceu - disse Aegon, que criou coragem o bastante para tocar os ombros largos do Ogro em sinal de afeto. - Eu sinto muito por seus gatinhos.

- Gatinhos de Krunyo não merecem morrer - Lamentou o Ogro, enquanto suas lágrimas formavam uma poça abaixo dos pés do Elfo.

- Mas as coisas não precisam terminar dessa forma - disse Aegon, tentando conquistar um aliado. - Se trabalharmos juntos, podemos evitar que essas coisas terríveis aconteçam.

- Por que você se importa? - Perguntou Krunyo.

- Aqueles três que estão prestes a virar churrasco são meus amigos, pelo menos dois deles. Pois a Elfa é minha irmã - Explicou Aegon.

- Pobre irmã de Elfinho! - Disse o grandalhão. - Krunyo queria poder ajudar Elfinho, mas Krunyo não pode ir contra as ordens da mamãe.

- A feiticeira é sua mãe? - Perguntou Aegon espantado.

- Krunyo gostaria que fosse - choramingou o Ogro. - Mas ela não aceitaria Krunyo como filho. Por isso Krunyo a chama de mamãe em segredo.

- Lamento por isso, amigão! - Disse Aegon, dando alguns tapinhas nas costas do pobre Ogro.

- Do que o Elfinho chamou Krunyo?

- É... chamei de Amigão, algum problema com isso?

- Amigão! - Repetiu o Ogro enxugando as lágrimas. - Nunca chamaram Krunyo de amigão.

O Jardim de Bumberdin Uma história de Gaillardia Onde histórias criam vida. Descubra agora