Capítulo 8 Espinhos

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- Depois de degraus encantados, espinhos venenosos são tudo o que a gente precisa para deixar as coisas ainda piores - lamentou Dimpilin, que brilhava um pouco mais ofuscada nesse momento.

- Não reclame Dimpilin - disse Bumberdin. - Não se esqueça da frase que o papai não se cansa de repetir para gente: nunca reclame da sua situação, pois as coisas podem piorar em questão de segundos. Por isso agradeça sempre! Acho que é mais ou menos isso.

- Ah, me desculpe! - Disse a fada. - Obrigado, espinhos! Obrigado! Obrigado por fazer o meu dia mais complicado!

- DIMPILIN!

- Eu sinto muito, Bumberdin! - desculpou-se a fadinha, entristecida. -

Eu só achei que a gente ia se divertir bastante hoje, e não correr risco de vida todo o tempo.

- Desculpe-me por colocar vocês nessa roubada - disse Assane, quando as lágrimas escorreram de seus olhos. - Isso tudo é culpa minha!

- Não é não! Isso tudo é culpa dessa feiticeira que acha que pode sair fazendo tudo o que quer por ai. E, é por isso que estamos aqui; vamos dar um fim nos problemas causados por essa mulher de coração malvado! - Gritou Bumberdin, brandindo a espada. Úlfur latiu, Dimpilin se animou, Assane enxugou as lágrimas, e então, em fila, seguiram adiante pelo corredor estreito com espinhos espalhados desde o chão até o teto, onde um arranhão bastaria para qualquer um cair morto no mesmo segundo. "Sim, o veneno daqueles espinhos era extremamente rápido dessa maneira."

As conversas da irmandade durante um bom tempo dentro labirinto de espinhos não fora muito além de:

- Cuidado com a cabeça!

- Abaixe-se!

- Cuidado! Cuidado!

- Por aí não! Volta! Volta!

- Me ajuda aqui!

- Segure a minha mão!

- Te peguei! Vai ficar tudo bem agora!

E assim seguiram, por mais algumas horas. Bumberdin ia á frente cortando o máximo de espinhos que conseguira, ao seu lado vinha Úlfur farejando o caminho, e por muitas vezes o faro do lobo livrou todos de seguirem por caminhos que não dariam em lugar nenhum, onde nada além de morte era o que encontrariam.

Assane e Dimpilin juntinhas vinham logo atrás, a fadinha fazia o possível para proteger as duas com o escudo, que se mostrava cada vez mais útil a cada momento. Assane ainda em sua mente tentava descobrir um modo de usar o arco sem flechas que havia ganhado de Rakuro, e sem saber o que faria com aquela arma se acaso precisasse passou a achar que estava carregando peso extra, e por muitas vezes teve vontade de jogá-la fora. "Ainda bem que Dimpilin a impediu em todas às vezes, pois aquele arco teria papel fundamental naquele resgate, mas isso nós veremos mais á frente."
O labirinto de espinhos estava longe de terminar, quando Úlfur parou. Assane o conhecia muito bem para saber que a posição de alerta que o animal assumira não queria dizer outra coisa a não ser que havia perigo á frente. "E acredite quando eu digo: dessa vez era algo pior que espinhos venenosos."

- O que foi Úlfur? - Perguntou Bumberdin, para o lobo que rosnava e latia feroz contra um emaranhado de espinhos que crescia em torno de alguma coisa que brilhava como ouro.

- O que temos aqui? - Disse Bumberdin, enquanto golpeava os espinhos abrindo ao meio o emaranhado.

- Olha só pra isso! - Exclamou Dimpilin, voando para perto do Gnomo. - São peças de uma armadura de cavaleiro.

- Espere Dimpilin! Não toque nisso! - Gritou Bumberdin, quando os dedos da fadinha estavam prestes a envolver o metal brilhante.

"E se por um acaso você estiver se perguntando se a fadinha parou e naquele momento não tocou a armadura, pois digo que a resposta é não. E por sorte as consequências da curiosidade de Dimpilin naquele momento foram apenas um susto"

O Jardim de Bumberdin Uma história de Gaillardia Onde histórias criam vida. Descubra agora