Capítulo 11 Krunyo

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- Krunyo?... Krunyo?... Venha já aqui! - Pois se a gritar a Feiticeira, que tinha uma voz aguda daquelas que parece ser capaz de furar os tímpanos de quem está próximo.

E na escuridão do calabouço todos puderam ouvir os passos largos de alguém vindo de longe e, que era tão pesado que o chão chegava a tremer sobre as cabeças dos pequeninos aprisionados.

- Quem é esse que ela tanto chama? - Perguntou Dimpilin, que mesmo sem conhecer o tal de Krunyo já sabia que conhecê-lo não seria nada agradável.

- Krunyo é o Ogro da Feiticeira - respondeu o duendezinho encapuzado. - Dizem que ela o roubou dos pais quando era apenas um bebê, e o criou como um animal doméstico. E agora que ele cresceu, o grandalhão tornou-se uma espécie de Guarda-Costas dessa miserável.

- Pelas Fadas de todas as florestas encantadas! - Exclamou Bumberdin. -
Um Ogro? Por essa eu não esperava!

- Estou preocupada com o Úlfur - Sussurrou Assane, prestes a chorar.

- Não se preocupe maninha - disse Aegon, que ainda segurava as mãos da irmã com firmeza. - Ele sabe se cuidar, e além do mais Úlfur é um lobo do norte Gaillardiano, não se esqueça que eles são animais poderosos. Papai sempre disse que a pele do Úlfur é tão resistente quanto uma armadura.

- É você tem razão! - Concordou Assane, forçando um sorriso. - Úlfur já enfrentou monstros terríveis para nós proteger e sempre saiu vitorioso. Ele vai ficar bem.

Quando finalmente os passos causadores de pequenos terremotos pararam, o dono de uma voz grave e arrastada perguntou:

- Estava me chamando, Senhora?

- Onde você estava seu idiota? - Gritou a Feiticeira, e então todos puderam ouvir vários estalos e alguns gemidos do Ogro.

- Perdão, Senhora! Perdão! - Implorou o Ogro, enquanto os estalos continuavam. - Eu sinto muito! Krunyo vai ser mais rápido da próxima vez... Krunyo promete!

- Por que demorou tanto? - Insistiu a Feiticeira, e sua voz era de causar medo em qualquer um.

- Krunyo foi dar leite para os Gatinhos. Krunyo brincou com os Gatinhos e não ouviu a Senhora chamar Krunyo. Perdoa Krunyo, Senhora! Perdoa Krunyo!

- Ogro imbecil, eu não posso sair por um minuto, e você permite que invadam o Castelo. - Gritou a mulher, e dessa vez os estalos foram mais altos, assim como os gemidos do Ogro. - Quando terminarmos aqui, eu mesma darei fim nesses malditos gatos. Agora trate de ir lá para baixo e jogue os malditos invasores nas celas. Eles não sabem o que os aguarda, vou castigá-los severamente por terem matado a minha querida plantinha.

- No faça mal para os gatinhos de Krunyo. Gatinhos fofinhos são amigos de Krunyo.

- Calado! Idiota! Vá pegar os invasores agora! - Gritou a Feiticeira, e seus gritos vieram acompanhados de mais estalos e mais gemidos do Ogro.

- Estamos encrencados - sussurrou Dimpilin, que na verdade não precisava comentar nada para todos saberem do tanto que estavam atolados em problemas.

Alguns instantes depois a portinhola se abriu novamente, a luz penetrou para dentro do calabouço e junto dela um braço verde extremamente musculoso passou com dificuldade pela abertura.

- Krunyo não passa pela portinhola, Senhora.

- Por aí não imbecil. Não percebe que é grande de mais para essa entrada? Use a outra passagem, idiota! - "Nem preciso comentar que após os gritos da feiticeira todos ouviram mais algumas dezenas de estalos, e mais gemidos de dor do Ogro."

O Jardim de Bumberdin Uma história de Gaillardia Onde histórias criam vida. Descubra agora