Solte-a, sua miserável! Solte-a! Solte-a! - Repetia Bumberdin, enquanto desferia golpes e mais golpes contra a flor e nada acontecia.
- Poupe suas forças, Bumberdin! - Gritou Assane, empurrando o Gnomo para o lado. - Não adianta golpear essa flor, pois ela não vai abrir. Eu tive uma ideia, espero que funcione.
- Salve-a, Assane! - Suplicou Bumberdin. - Não a deixe morrer! Não a deixe morrer!
- Eu não vou! Eu prometo! - Gritou a Elfa, e as ondas em seus braços voltaram a se movimentar.
E então ao aproximar-se da flor, Assane repousou a palma de suas mãos sobre a planta, e concentrando o seu poder nesses dois pontos passou a extrair todo o líquido que havia no vegetal que começou a secar gradativamente. Tornando-se frágil o bastante para sucumbir aos golpes que Bumberdin voltará a aplicar incansavelmente. Até que finalmente a planta não resistiu. E quando a Flor voltou a se abrir, Dimpilin com muita dificuldade gatinhou para fora do alcance da planta, que em questão de segundos votou a recuperar-se ao sugar água do subsolo. Assane que estava totalmente sem forças caiu desmaiada. Bumberdin correu para ajudar Dimpilin, do outro lado Úlfur lambia o rosto de sua dona na tentativa de acordá-la.
"E a flor? Bom, a flor passou a se desenterrar do chão, revelando que não era uma simples flor comedora de fadas, mas sim uma criatura enorme, com braços e pernas repletos de espinhos e um corpo que mais parecia um tronco de árvore apodrecido. Era repleto de fissuras espalhadas por toda a sua extensão, de onde saiam à maioria dos espinhos venenosos que protegiam o Castelo da feiticeira.
- Nepentha! Nepentha! - Passou a gritar a criatura, no momento que começou a avançar contra Bumberdin, que desesperadamente tentava colocar Dimpilin de pé.
Assane começara nesse momento recobrar os sentidos e pode ver com clareza quando a estranha criatura atacou Bumberdin e Dimpilin com uma espécie de chicote que também era inteiramente coberto de espinhos. Por sorte Dimpilin consegui bloquear o ataque com seu escudo, mas a criatura não parou por aí. E muitas outras chicotadas vieram a seguir sobre a dupla que não ousou sair de baixo da proteção do escudo.
- Assane faça alguma coisa! - Gritou Bumberdin, no momento que um dos golpes do chicote de espinhos atingiu o escudo de Dimpilin tão forte que arremessou a fada é o Gnomo a alguns metros de distância.
- Eu não sei o que fazer! - Gritou a Elfa, quando o enorme e único olho da criatura que era localizado no meio do tronco apodrecido girou de uma forma estranha colocando Assane em foco. A jovem Elfa acabara de virar o novo alvo da enorme planta assassina.
- Nepentha! Nepentha! – Gritava a criatura, abrindo e fechando a gigantesca boca que surgiu logo a baixo do enorme olho, e assim como todo o resto daquele estranho ser era cheia de espinhos. "Esses espinhos eram visivelmente mais fortes que os outros e assumiam o papel de dentes daquele estranho monstro.
Assane passou a ser atacada, chicotadas e mais chicotadas vinham em sua direção. E um dos golpes do chicote fora tão forte que abriu uma grande vala no chão, e possivelmente teria esmagado a Elfa se não fosse por Úlfur, que saltou na hora certa abocanhando Assane pelas vestes, livrando a jovem Elfa da morte certa. O animal e a jovem saíram rolando ao meio da poeira que levantava devido aos golpes da criatura. Era impossível se esconder, por onde quer que fossem o olho os fitava e a criatura os atacava sem piedade.
- Bumberdin! Bumberdin! O que faremos? O que faremos? - Gritava Dimpilin, quando o desespero começou a tomar conta de todos.
- Eu estou pensando! Eu estou pensando! - Repetia Bumberdin, enquanto assistia a criatura avançar ao encontro de Assane que sobre as costas de Úlfur fugiram depressa para o outro lado, mas não conseguiram ir muito longe. Pois uma enorme parede de espinhos elevou-se do chão encurralando o lobo e sua dona. A estranha criatura tentou esmagar o lobo e a Elfa com o seu grotesco pé, mas Úlfur fora mais esperto e mais rápido, e passou por de baixo da criatura antes que ela desse conta. E assim ganharam uma boa distância do chicote de espinhos, mas não conseguiram escapar do olho da planta assassina que girou acompanhando-os.
E foi nesse momento que Assane (ao colocar o Elmo da sabedoria em sua cabeça) gritou:
- Eu tive uma ideia!
- Espero que seja uma ótima ideia! - Disse Bumberdin. - Pois se não for, com certeza não vamos escapar desse lugar com vida.
- Precisamos deixá-la tonta - disse Assane.
- E como faremos isso? - Perguntou Bumberdin.
- Vamos correr em ziguezague na frente dela, se formos rápidos o suficiente para escaparmos do chicote, acredito que a deixaremos confusa por alguns instantes - explicou Assane. - Espero que eu não esteja enganada quanto a isso.
- Eu também espero - disse Dimpilin, preparando-se para a corrida suicida. - É só dizer quando, Assane! - Gritou à pequenina.
- Não, Dimpilin - disse Assane. - Você não vai correr.
- Não vou?
- Não!
- E o que é que vou fazer?
- Você vai fazer o que faz de melhor.
- Como comer morangos vai nos ajudar nessa hora?
- Dimpilin, você não vai comer morangos! - Gritou a Elfa. - Você vai voar! Voar o mais rápido que já voou em toda a sua vida, e vai usar a espada do Bumberdin para acertar o olho desse monstro estúpido.
- Está certo! - Concordou a fada, assim que trocou de armas com Bumberdin.
- Bumberdin, você vai pela direita, Úlfur você pode ir pelo meio. Eu fico com a esquerda - Explicou a Elfa. - Todos prontos?
- Sim! - Gritaram Bumberdin e Dimpilin, Úlfur latiu algumas vezes anunciando que também estava preparado.
Sendo assim, após uma rápida contagem, os três correram como fora combinado. Assane foi a primeira a correr de encontro a Nepentha, chamando para si toda a atenção do monstro que se preparava para atacá-la, quando Bumberdin também correu pelo outro lado causando certa confusão na criatura. Nesse momento Úlfur avançou em linha reta latindo sem parar até chegar bem próximo a planta, que ainda confusa começara a golpear com o chicote descontroladamente na tentativa de acertar o lobo que passou a ziguezaguear na frente da criatura.
- Aqui! Aqui! Sua idiota! - Gritava Bumberdin, saltando e acenando os braços, enquanto do outro lado Assane fazia o mesmo.
Úlfur continuava a correr de um lado para o outro rosnando e latindo, até que por tentar acompanhar todos de uma vez a planta perdeu o equilíbrio e caiu sentada. E quando tentou levantar-se, sem tempo para se defender deparou-se com Dimpilin, que vinha voando como um comenta segurando firme com as duas mãos a espada de Bumberdin, e sem hesitar enterrou a lâmina no olho da criatura, que urrou de dor enquanto desabava de costas no chão.
A Nepentha estava morta, e Dimpilin tivera sua vingança. E naquele momento entre os membros da Irmandade houve uma comemoração. ''E que tremenda comemoração tiveram nossos amigos, enquanto assistiam os arbustos de espinhos secarem um após o outro.'' Para depois disso, finalmente seguirem em frente até chegarem aos portões do Castelo da feiticeira, mas isso é assunto para o próximo capítulo.
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O Jardim de Bumberdin Uma história de Gaillardia
Pertualangan"Premiado na 1°- Ediação do concurso Borboletas de ouro" "Premiado na 5°- Edição do concurso Flores de Ouro" Até onde você iria para salvar o seu lar e aqueles que você ama? O Pequeno Gnomo Bumberdin não medirá esforços para recuperar o bem mais pr...