Capítulo 2

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    Liam deveria estar louco quando entrou naquela aposta insana a um ano, era a única explicação, ele tinha certeza que seu primo não se casaria tão cedo, mas Bruno como a praga que era, resolveu contrariar o primo, não propositalmente já que qualquer um percebia que ele estava de quatro pela noiva.

No dia de San Patrício, Liam e Bruno estavam se divertindo em Dublin, indo aos bares, bebendo a famosa cerveja Guinness e exagerando no whisky Jameson, estavam tão bêbados que mal notavam o que diziam.

- Azz mulheres daqui zão bonitaz, mas eu prefiro az brazileirax... – disse Bruno, tomando mais um gole de sua bebida. Ele era sobrinho da mãe de Liam, brasileiro nato.

- Não zou capaz de opinar... – Liam já estava em sua decima rodada, mexendo os pés no ritmo da música celta.

- Ze um dia eu cazar, vai zer com uma brasileira...

Liam gargalhou com a ideia do primo casar, não era possível que uma pessoa como Bruno, mulherengo ao extremo, a libertinagem em pessoa, pudesse casar e formar uma família.

- Ze um dia voze casar, eu vizto uma fantazia erótica na zua festa.

- Eu apozto que voze não tem coragem – disse Bruno.

- Poiz eu aposto minha moto que zim...

- Ta apoztado!

E continuaram bebendo e dançando. Duas semanas depois Bruno arrumou uma namorada, e um ano mais tarde havia ficado noivo. Liam não lembrava da aposta, mas um dia na festa de noivado, Bruno fez questão de mostrar um vídeo em que o primo apostava sua moto afirmando ter coragem de usar uma fantasia erótica na festa de casamento. Liam negou, disse que estava sobre o efeito do álcool, porém não foi o bastante para convencer seu primo e os amigos.

- Se você apostou tem que cumprir, ou vai ter que entregar sua moto. – disse Marcus, amigo de Bruno e Liam.

- Ihh... aquela Kawasaki Ninja verdinha, só existem 5 edições dela... eu não queria ser você Liam – apontou Rodrigo, o outro amigo.

Liam estava perdido, tinha demorado dois anos para comprar sua moto e por causa de um maldito vídeo corria o risco de perde-la. Ele trabalhava na administração da empresa do pai, uma multinacional de transporte de cargas. Seu pai era muito justo e desde pequeno Liam foi ensinado sobre o valor do trabalho duro e a nunca esbanjar dinheiro. A sede da empresa era em Dublin, onde Liam morava, mas a cada 4 meses ele tinha que ir a filial no Brasil, país de sua mãe, para cuidar dos negócios. E era onde se encontrava agora, na sala presidencial, olhando para aquela maldita fantasia de bombeiro.

Por insistência dos amigos foi ao sexy shop mais próximo do trabalho, já tinha tomado sua decisão, iria se humilhar na frente dos convidados, mas de maneira nenhuma perderia sua Ninja. Quando chegou a loja, uma senhora que aparentava ter uns 50 anos quase esbarrou nele, saindo apressada. Ele notou que o local estava vazio, a não ser por uma mulher alta e com os cabelos curtos, que parecia resmungar algo.

Quando a mulher se virou, e isso pode parecer clichê, Liam sentiu o coração acelerar e a boca ficar seca. Ela era linda, mechas douradas reluziam nos fios castanhos, os olhos da mesmo cor dos cabelos, com um ar de deboche, a boca... ah aquela boca... Após trocarem algumas palavras, Liam descobriu que aquela mulher tinha uma personalidade forte, e pouca educação, sentia prazer em implicar com ela, mas não sabia o por quê, tinha que descobrir seu nome. Quando viu ela trancando a loja, ligou sua Ninja e se aproximou, o que não foi uma boa ideia, já que a moça saiu bufando.

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