Capítulo 3

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- Droga! – xingou Caio.

- Ele não ta atendendo, o que vamos fazer agora? – questionou o guitarrista da banda.

- O noivo já veio duas vezes perguntar a que horas vamos começar a tocar. – respondeu o outro guitarrista.

Os integrantes da banda estavam exaltados, pois o baterista não havia chegado ainda ao local da festa. Alice assistia tudo com calma, quanto mais cedo aquilo terminasse, mas tarde poderia acordar no domingo.

 - Continua chaman.. Cara! onde você ta? – gritou o guitarrista, andando de um lado para o outro com o celular na mão. – Eu não to acreditando!... E sua mãe tinha que passar mal justo hoje?

Alice escutou mais uns xingamentos, e por fim o guitarrista desligou.

- A mãe dele passou mal e está no hospital em observação, ele não sabe se vai poder vir, ou seja, adeus grana, tchauzinho para um dos cachês mais altos que conseguimos – disse o rapaz.

- Vamos tentar alguma música que não tenha acompanhamento de bateria – sugeriu Caio.

- Estou tão nervoso que não lembro de nenhuma.

- Mano, nunca tocamos sem o Dudu, estou acostumado com ele, acho que vou me perder – disse o outro guitarrista.

Eles continuaram reclamando, quando um moreno alto e de porte atlético apareceu com uma cara de poucos amigos, só podia ser o noivo, Breno ou Bruno, Alice não lembrava. Ele começou a reclamar que já havia pagado e que a banda deveria estar tocando a uma hora. Alice não sabe se foi pela cara de tristeza dos rapazes da banda, ou pela cara de desespero da noiva que estava atrás do noivo, apenas disse:

- Eu toco bateria.

Cinco rostos se voltaram para ela, até aquele momento ninguém havia se dado conta de sua presença.

- Quem é você mesmo? – perguntou Bruno.

- Alice D'Ávila, sou a filha do empresário deles. – Ela tentou forçar um sorriso.

- Sabe tocar mesmo Alice? Tocar de verdade? – questionou Caio.

Alice revirou os olhos.

- Só me falem o ritmo e acompanho vocês – disse ela seguindo para o acento da bateria, colocou o fone, testou o som dos pratos e dos tambores – Vão ficar parados aí?

Todos pegaram seus instrumentos.

- Alice, vamos tocar "Livin' on A Prayer", a introdução é com você – disse Caio.

Alice respirou fundo, já havia tocado aquela música várias vezes, mas que Deus a ajudasse, suas mãos tremiam, respirou fundo novamente e começou a tocar. Estava morrendo de medo de errar, mais logo se acostumou com as batidas, e desviou o olhar da bateria, para frente. A uns 2 metros dela começavam a acumular pessoas, que sorriam e curtiam o show. Quando chegou a hora do refrão todos gritaram "Woah", inclusive Alice. A certa metade da música ela já não temia errar, se entregou totalmente, apreciando a melodia.

Assim que a música acabou todos aplaudiram. Alice não conseguiu parar de sorrir, voltar a tocar bateria lhe trouxe uma paz que a muito tempo não sentia, como se algo estivesse desencaixado em sua vida e agora se encaixasse perfeitamente.

- Caraca moleque, você manda muito bem na bateria – disse o guitarrista.

- Alice, acho que estou apaixonado por você – falou Caio.

- Ah... obrigada, eu acho – sorriu para eles – não pensem que isso aqui é de graça.

Todos riram. Alice continuou sorrindo até seu olhar pousar em um canto escondido da casa, mais especificamente em um certo ruivo, aquele mesmo que dominava seus pensamentos nos momentos mais aleatórios, o que ele está fazendo aqui? Pensou. Liam a encarava com um olhar estranho e um sorriso no canto da boca, os olhos atrás dos óculos estavam brilhando ou era impressão de Alice?

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