Capítulo 11

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No domingo de manhã, Alice acordou com uma dor de cabeça horrível. Ela não conseguiu dormir à noite, pesando no beijo que um certo irlandês lhe deu. Por mais que tentasse evitar, Liam tomava seus pensamentos.

Olhou o celular, ele deveria ter mandado alguma mensagem. Porém, só havia uma de seu pai e outra de Caio, avisando que o ensaio deles foi marcado para as 16 horas na gravadora. Alice ficou um pouco decepcionada, mas o que ela queria? Chutou a canela do cara e ainda fez ele pagar absurdos para livra-la da cadeia. Ela não acharia estranho se ele nunca mais entrasse em contato.

Canon pulou em cima da cama.

- O que foi? – perguntou – Você acha que ele vai me ligar?

O gato miou.

- É... eu também não.

Alice levantou e foi realizar as atividades que fazia todo domingo. Limpar o apartamento, dar banho no gato, lavar as roupas e ir ao parque, fotografar as aves e o que mais passasse por sua lente.

Sentada no banco do parque, focou a câmera em um casal de araras azuis. Lembrou de uma história que sua mãe lhe contou. As araras só têm um parceiro para o resto da vida, e caso um morresse o outro seguiria sua jornada, solitariamente.

Alice pensou em Liam. Será que o que sentia quando estava com ele era um sinal? Um sinal de que ela deveria tentar de novo? Provavelmente não, era só mais uma reação do seu corpo, tinha que ser.

Tirou mais algumas fotos, arrumou suas coisas e seguiu para a gravadora.



- Mas só tem Bruno Mars nessa lista – reclamou o guitarrista, que Alice descobriu ser Junior, pois seu primeiro nome era impronunciável.

- E o que eu posso fazer? – questionou Caio – A noiva é fã.

- Nossa cara, nada contra, mas só Bruno Mars não dá – disse o outro guitarrista, Buda.

De acordo com Buda, seus pais eram meio zen e aderiram o hinduísmo como religião antes dele nascer. Ele gostou do nome e nunca quis mudar.

- Só vamos ensaiar, beleza? – interveio Caio – um, dois, três...

Começaram a tocar a primeira música, "Just the way you are". Seguiram com a lista, até "Locked Out Of Heaven". Depois foram para o intervalo.

Alice se sentia bem tocando bateria, como se estivesse conectada a cada batida, a cada vibração. Lembrou de quando criança, seu professor era o melhor amigo do pai, e baterista na antiga banda. Ele dizia que para aprender, a pessoa deveria não só tocar, mas ser parte do instrumento. Naquela época, ela não fazia a menor ideia do que ele falava.

- Não me diz que vamos ter que dançar – gritou Junior.

- Ela não disse dançar, está mais para remexer o quadril – sugeriu Caio.

Os membros da banda discutiam sobre as exigências de Tatiana, assim que a porta se abriu e Luiza apareceu com uma bandeja na mão.

- Cafezinho e biscoitos – disse ela, colocando a bandeja na mesa.

- Obrigada Lu – Caio olhou com intensidade para Luiza, e ela sorriu corando.

Alice encarou a prima, e depois Caio. Os dois estavam, como diria sua chefe, se "pegando", com certeza estavam. Luiza caminhou até Alice e sentou a seu lado no sofá.

- Hmm... "LU" – brincou ela.

- Ah! Cala a boca – Luiza sorriu – Não foi só você que andou tendo encontros.

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