Capítulo 32

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***


– SERÁ QUE EU ENTENDI bem? Você está me pedindo em namoro?

Não consigo evitar o riso. Eu saí de casa justamente com a intenção de colocar um rótulo no tipo de relação que estamos tendo, mas ela conseguiu dar um passo à frente do meu.

Pelo menos eu sei que estamos na mesma página.

Ela levanta a cabeça, encarando-me com convicção.

– Qual foi a parte do quer-ser-meu-namorado que você não entendeu?

Traço seu rosto com o indicador e ela fecha os olhos por um momento.

– Não posso me tornar o que eu já sou, Júlia. Em meu peito, sinto como se já estivéssemos namorando desde aquela noite que te levei ao resort.

– Sei bem do que está falando. Também tenho a mesma sensação.

– Bem, se você apenas queria dar um nome ao que temos, saiba que vim aqui justamente para isso. – Ajoelho-me, segurando sua mão. – Quer ser minha namorada?

Ela bate em minha mão.

– Ei, e o discurso de que já estamos namorando?

– Foi só para que eu tivesse a oportunidade de virar o jogo e fazer o pedido.

– Machista!

– Confesso que nunca fui acusado disso, mas parece que tudo ao seu lado tem sido uma novidade para mim. Então, Júlia, estou esperando sua resposta.

Ela dá as costas.

– Vá à merda, Rocco!

– Vou entender isso como um sim.

Levanto-me e a puxo pelo braço, fazendo com que nós dois percamos o equilíbrio. A última coisa que me lembro antes de estar dentro dela é que consigo fechar a porta. O resto fica nublado pelo desejo emergente entre nós.

*

Já faz dois meses que Júlia e eu estamos oficialmente em um namoro. Nesse meio tempo, fui procurado algumas vezes por Eduarda, querendo conversar, como amiga, e até mesmo por Jaque, que veio se desculpar, declarando com todas as letras que foi motivada pelo amor.

Eu não estava em posição de julgá-la, principalmente agora, quando conheço a intensidade desse sentimento e o que estou disposto a fazer para que ele seja sempre correspondido. É incrível como meu coração dispara toda vez que vejo Júlia nos fins de semana. Parece sempre uma novidade e um sopro de vida.

As coisas andam muito bem na empresa e também na obra da universidade. Cheguei a ter alguns confrontos com Álvaro novamente, mas ainda não consegui arrancar dele a declaração que preciso para adicionar ao processo. É só uma questão de tempo e vai acontecer. Pelo menos é no que acredito.

– Coco, já tem um tempão que você namola a mamãe, né?

– Não o suficiente, Tina. Ainda temos uma vida pela frente. Por que a pergunta, minha pequena?

Valentina, Júlia e eu estamos deitados sobre a areia quente nas margens do Lago da Lua depois de passarmos um tempo na água, mergulhando e brincando, como eu fazia quando era criança.

Nunca, em mil anos, imaginaria que minha alma voltaria a ser leve a ponto de me divertir com coisas tão pequenas como um banho no lago ou um passeio de lancha. Quando estou ao lado delas, não preciso ser o engenheiro fodão, muito menos o cara que veste uma máscara de seriedade antes de se mostrar para o mundo.

Sou apenas Rocco, sem o Menezes pesando em minhas costas.

– É que eu tava pensano...

Júlia a repreende.

– Valentina Figueiredo, veja bem o que vai dizer.

– Quando a mãe chama pelo nome todo, não é um bom sinal.

Rio alto e a abraço como se estivesse defendendo-a.

– Te entendo, Tina – sussurro em seu ouvido. – Também fico com medo quando dona Edith me chama pelo nome e sobrenome.

– Ainda bem que tenho você pala me poteger, Coco. Eu te amo, sabia?

Um aperto forte toma meu peito e a necessidade de reivindicar essa pequena garota como minha torna-se intensa aqui dentro. Deus, é a primeira vez que acredito em um 'eu te amo' além dos ditos pelos meus pais.

Se algum dia eu pudesse escolher, queria ter uma filha exatamente como ela em cada detalhe. Não entendo como alguém pode recusar tamanho presente.

– Também te amo, Valentina. Nunca duvide disso.

Júlia disfarça e limpa os olhos com as costas da mão enquanto Tina segura meu rosto e deposita um beijo molhado na bochecha.

Pometo!

– Agora diga o que você estava pensando antes de sua mãe te impedir.

Recebo um olhar ameaçador de minha namorada, que apenas me diverte ainda mais.

– Eu ia te peguntar se você quer ser meu papai. Não gosto daquele homem com cara de fantasma. Você é legal. Queria que fosse meu pai.

Antes que eu pense sobre o assunto ou sequer permita que Júlia a repreenda novamente, sento-me diante dela, as palavras escapando diretamente do meu peito até meus lábios sem qualquer filtro.

– É claro que eu aceito ser seu pai, minha pequena. Nada me deixaria mais feliz.

– Rocco...! – Júlia escancara os olhos, perdida em seus próprios medos.

Não posso ajudá-la quando meu coração está tão aliviado nem fico preocupado com a responsabilidade que o peso que minhas palavras têm. Estou sendo sincero quando digo que quero esse laço com ela. É como se eu fosse o cara mais sortudo por ter esse privilégio.

– Estou pronto para ser o pai dela, Júlia. Não me impeça de ser o que Valentina merece ter.

A garotinha de cachos loiros se joga em meus braços e aperta meu pescoço, quase me sufocando. Por um instante, entendo quando falam sobre aquele tipo de amor que é impossível de ser medido e que mal cabe no peito. O tipo de sentimento que somente pais e filhos conhecem.

Desta vez, Júlia não controla as lágrimas. Elas caem livremente pelo seu rosto.

– Quem não merece sou eu, Rocco. – Ela tapa os dois olhos com a mão. – Deus, fiz tanta coisa errada que já não sei como voltar atrás e desmanchar. A culpa me consome.

– Ei! – Puxo suas mãos do rosto e limpo as gotas que teimam em cair. – Não houve erros e acertos. Apenas tentativas. Você continua tentando e isso é o que importa. Valentina sempre teve tudo o que precisava na mãe, mas agora ela vê que estou por perto e seu pedido é completamente legítimo. Principalmente porque a escolhi como minha filha ao mesmo tempo em que ela me escolheu como pai. Como pode haver culpa nisso?

Ela esboça um sorriso que acende tudo dentro de mim. Valentina está em silêncio recostada em meu peito, ainda que esteja tremendo com receio de que sua mãe continue recusando a lhe dar um pai.

– Você é maravilhoso, Rocco. – Ela me beija suavemente nos lábios. – E será o melhor que minha filha poderia ter. Obrigada!

Em um grande abraço de urso, mantemo-nos agarrados na beira do lago por algum tempo. Tenho certeza que qualquer pessoa passando por ali diria que se trata de uma família feliz.

E não é que essa pessoa estaria certa?

***

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