Prólogo

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Leia o prólogo de Paixão Incontrolável


PAIXÃO INCONTROLÁVEL

PRÓLOGO

JÚLIA

Alguns meses antes...

Olho para o céu e percebo que a chuva forte e insistente não dá sinal de que pretende fazer uma trégua. Atravesso correndo a rua na direção do campus da universidade, cobrindo minha cabeça com o capuz do casaco, a fim de evitar que eu chegue lá completamente molhada.

Eu não posso acreditar que estou fazendo isso.

Quando Álvaro me ligou e fez essa proposta, meu primeiro instinto foi de mandá-lo ir para o quinto dos infernos, mas uma luz piscou na minha mente e vi que poderia ser a oportunidade perfeita de me livrar dele.

Então aqui estou, arriscando alto para proteger a mim e minha pequena Valentina.

– Pois não, em que posso ajudar?

Um dos seguranças do campus bloqueia minha passagem quando percebe que estou indo direto para o Departamento de Engenharia e Arquitetura sem me identificar antes.

– Álvaro Logano está me aguardando em sua sala.

Ele balança a cabeça, em admissão, e pega uma espécie de planilha para conferir meu nome.

– Você é Júlia Logano?

O maldito sempre tinha o hábito de me apresentar usando seu sobrenome, como se algum dia tivéssemos sido casados. Se tem algo que me orgulho foi de não ter chegado a este ponto ou eu teria maiores problemas para resolver, como um divórcio.

– Sim, sou eu.

– Sua entrada está liberada. Tenha um bom dia.

Enquanto caminho pelo corredor, percebo que alguns alunos estão admirando obras de arquitetura, rindo e interagindo uns com os outros. Uma dor forte invade meu peito pelo que poderia ter sido e não foi. Neste lugar, eu plantei meus sonhos e descobri que se tornariam pesadelos. Fiz planos e vi cada um deles desabar como um projeto mal feito. Trouxe minha inocência e a vi ser roubada de mim.

Em todos os sentidos.

Não demora muito para que eu esteja diante de uma porta branca, onde seu nome não me deixa dúvidas de quem estou prestes a enfrentar.

ÁLVARO LOGANO – COORDENADOR DO CURSO DE ENGENHARIA

Tenho vontade de sair correndo dali, de fugir para bem longe e recomeçar, sem trazer o peso de tantas lembranças danosas. Mas eu só estaria adiando o inevitável. Álvaro me encontraria aonde quer que eu fosse e continuaria fazendo da minha vida um inferno.

Eu preciso colocar uma pedra nisso tudo.

Bato na porta apenas uma vez e ela destrava, dando-me acesso para dentro. Um frio corre em minha espinha quando o vejo recostado contra a cadeira em sua mesa, com as mãos atrás da nuca, e um sorriso diabólico dançando em seus lábios.

– Minha doce e obediente menininha... Então, você veio!

Álvaro sempre foi do tipo que sugava minhas energias, fazia com que eu desistisse de lutar e acabasse cedendo às suas vontades. Mas não desta vez.

Ergo a cabeça, disposta a lutar minha última batalha e dar um fim na tempestade que minha vida se tornou. Esta será a última chance que eu darei a ele para se redimir e me deixar em paz. Ou estou pronta para conseguir isso de outra forma se preciso for.

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