Capítulo 25

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Eros (livro 3 da Série Jogadores de futebol) já disponível na Amazon em e-book e físico.

Ele não queria relacionamento. Ela o odeia por tudo que lhe fez na adolescência, e quer distância dele. Um reencontro surpreendente que solta faíscas. Eles vão conseguir se manter longe um do outro? Leia agora!

***


NO MOMENTO EM QUE entro em meu apartamento e vejo Júlia no quarto, brincando sentada com as duas crianças, tenho a certeza de que meus pais estavam certos em cada palavra proferida. Juro que, por um átimo de segundo, sinto o desejo de que Valentina fosse minha filha e aquela, a família que eu encontraria em casa todos os dias quando voltasse cansado do trabalho.

Ela abre um sorriso nervoso quando percebe minha presença, mas logo desvia o olhar para as meninas novamente, fazendo um grande esforço para me ignorar. Ela não é indiferente a mim e, por isso, sei que estava triste por não poder alimentar a esperança de que nos tornássemos um casal, embora tenha dito desde o começo que não buscava uma relação.

Júlia e eu somos dois mentirosos tentando esconder sentimentos fortes que nos assaltaram desde o primeiro momento e que não deixaram qualquer opção para nenhum de nós além de pertencemos um ao outro. Ali, naquela hora, eu entendo o que dizem sobre encontro de almas.

Já não tenho mais dúvidas de que acabo de encontrar a minha.

Abaixo-me diante dela e seus olhos trêmulos se levantam até alcançar os meus.

– Acabou, Júlia.

Ela pisca várias vezes, completamente confusa.

– Acabou o quê?

– Qualquer impedimento para ficarmos juntos. Eu sou um homem livre agora.

As meninas estão me encarando como se estivessem assistindo a um filme de contos de fadas, curiosas para saber o final da história. É uma pena que Júlia se torna uma estraga prazeres e manda as duas irem brincar no outro quarto.

Quando as crianças dão as costas, ela inquire:

– Não estou entendendo, Rocco, você saiu daqui para um jantar tenso. Pensei que voltaria com uma aliança brilhando na mão direita e o que ouço é completamente o contrário? Por favor, não brinque comigo.

Ela se levanta e caminha em direção ao sofá da sala. Eu a acompanho e coloco a mão sobre seu ombro, forçando-a a paralisar e me ouvir.

– Não estou de brincadeira. Descobri que Eduarda me traía debaixo do meu nariz e foi a oportunidade perfeita para fazer o que meu coração já estava pedindo. Já pensava em terminar a relação. Só não sabia como fazer isso sem que ninguém se machucasse.

Um brilho de esperança reflete em seus olhos, mas ela os afasta, ciente que não é capaz de esconder seus segredos de mim.

– Você não devia ter feito isso quando também a traiu, e justo comigo. Nenhum de nós é melhor que ela. Não quero ser pedra de tropeço para ninguém.

Seguro seu queixo com um dedo, levantando seu rosto mais uma vez. Odeio saber que ela está tentando se distanciar de mim.

– Será que dá para você parar de pensar tanto nos outros e lembrar um pouco de nós dois? Estou aqui rasgando meu coração, dizendo que não preciso mais fingir que não me importo, que não a quero em minha vida, em minha cama, e você está preocupada com a mulher que acabo de presenciar beijando outra?

– Do que você está falando?

– Isso mesmo. Eduarda mantinha um caso com sua melhor amiga, a pessoa mais próxima e que conhecia tudo sobre nossa relação.

– Deus, eu sinto muito! – Ela espalma a mão em meu peito e tenho vontade de pedir para que passeie com ela sobre cada parte do meu corpo. – Como está sua cabeça?

– Livre para viver novamente, Baixinha. – Ela se assusta com minha sinceridade e frieza. – Sei que não é a reação que qualquer um esperaria depois de ser enganado, mas é como estou me sentindo.

Ela se recosta contra meu ombro, então respiro fundo, sentindo a fragrância e a maciez de seus cabelos.

– Ainda assim, não sou melhor do que ela. Há muita coisa sobre mim que você não sabe e, se vier à tona, certamente serei mais um alvo de sua ira.

– Pare de se diminuir e venha comigo. Meus pais vão ficar com as crianças enquanto te mostro o lugar que mais amo em General Antunes. Passe esta noite comigo. Amanhã podemos conversar sobre o que vai ser daqui para frente.

– Rocco...

– Shhhhh... Diga somente sim.

Ela hesita, antes de abrir o sorriso que poderia se tornar a minha morte.

– Sim. Vou com você para onde quer que seja. Deixe-me tirar o baby doll e colocar uma roupa.

– Não precisa. Ninguém vai perceber que é roupa de dormir. Vamos!

Neste momento, meus pais entram em casa, oferecem um olhar cúmplice e se apressam de ponta de pé para o quarto onde as meninas estão.

– Eles têm alguma coisa a ver com sua decisão?

Olho na direção do corredor por onde eles passaram.

– Meus pais estão sempre certos, Júlia. Eu que sou muito teimoso para enxergar o que está debaixo do meu nariz.

Estendo minha mão em um convite, e ela aceita prontamente. Antes de atravessarmos a porta, sussurro em seu ouvido em tom sensual.

– Não vejo a hora de estar dentro de você. Sou capaz de morrer se tiver que esperar muito tempo.

Ela morde o lábio inferior e sorri descaradamente.

– Não há nada que eu queira mais. 

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