green pear

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–Posso te dar a lua de aniversário?

Eu levei isso como sarcasmo, mas George olhara tão sério para mim.

–Não me importo com presentes. Só a presença de você aqui, já vale.

Depois de ter dito isto, corei. Corei tanto que cheguei a pensar que eu havia corado muito, tanto quanto a cor vermelha do meu cabelo. George não percebeu por que estava sonolento e muitas vezes nem abria os olhos direito.

George sorriu.

–Amanhã você terá uma surpresa. Apenas lhe digo isso.

George por fim se virou da cama, ficando de costas para mim que estava sentada na mesma cama. Me levantei e fui até a cozinha.

Eu pensei em algo para preparar para George quando ele levantasse. Com certeza ele estaria com fome, mas eu tinha medo de não cozinhar da forma certa, e de ele acabar não gostando.

Eu não tinha livro de receitas, por que eu gostava das coisas básicas que eu preparava, e raramente me enjoava.

Alguém tocou a campainha e senti um arrepio percorrer meu corpo. Eu não havia convidado ninguém, e se alguém visse George na minha própria cama.. Minha alma saiu do corpo naquele momento.

Eu me aproximei da porta e destranquei. Era Joyce, com um livro debaixo do braço. Parecia novo pelo o que dava pra ver.

–Nossa Janis, que cara de espanto. Vim me desculpar pelo momento tenso do nosso último encontro, e vim te presentear antecipadamente.

Eu não conseguia crer naquilo, era muita coincidência para um dia só: Joy havia me presenteado com um livro de culinária. Ela sabia que eu era boa, mas me olhava com cara de desaprovação sempre que eu trazia quentinhas pro trabalho, e eram sempre o mesmo tipo de comida.

–Ah, Joyce. Não foi nada, e, obrigada.

Ela me entregou o livro, que estava com um laço de enfeite.

–Nossa, Janis. Não vai me convidar pra entrar?

Refleti um pouco. Eu queria ter voltado no tempo e queria ter fechado a porta depois de deixar George sozinho, mas fiquei com medo de isso incomodar ele ou deixá-lo inseguro ou desconfiado de alguma forma.

Abri a porta totalmente e deixei Joyce entrar. Com certeza ela havia reparado alguns rastros deixados por George.

–Esse sapato é do seu pai?

Ela perguntou apontando para um sapato marrom escuro ao lado da porta.

–S-sim.

Disse, rindo de nervoso.

–Ah, pensei que você visitava eles, não que eles vinham pra Liverpool.

Engoli em seco e ela percebeu minha pertubação.

–Janis. Me fala, o que está acontecendo?

Eu não podia mais guardar aquilo, peguei Joyce pela mão e guiei ela até a frente do quarto aonde estava George.

Ela não acreditou, mas ela sabia que era George de longe. Ela ficou boquiaberta e depois que ela viu, puxei ela de novo para a sala e sentei ela ao meu lado.

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