Capítulo 18

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— Como você está se sentindo? — Theo me perguntou, apertando meus ombros
— Como se um trator tivesse me atropelado — respondi meio manhosa por causa da massagem que recebia.
— Prometo que tudo vai melhorar — ele sussurrou antes de beijar meus lábios.
— Eu sei, estou contando com isso — respondi.
— Jonathan está trazendo Marcelo para casa — James falou após desligar o celular — mas ele terá que ficar de repouso.
— Realmente, ninguém é a Eve para se recuperar em 20 minutos — Henrique me provocou.
— Eu? Quem quase morreu foi o Theo!
— Quem que o manteve o vivo?
— Não me culpem se vocês são fracos — resmunguei pegando um pedaço da pizza fria, enquanto eles riam.
— O importante é que amanhã é segunda e eu volto para faculdade — Bernardo falou feliz e Hugo fez careta — não faça essa cara lobinho.
— Mas você tem certeza? Você nem tirou os pontos ainda, posso pedir para o meu pai mais um tempo de atestado.
— Eve! — Bernardo gritou.
— Hugo, deixa o Bernardo voltar para a faculdade em paz, ele já está sem estágio, o que quer dizer que só ficará algumas horas longe. E tem o fato que ele vai ficar com a gente o tempo todo — respondi mordendo a minha pizza, Hugo resmungou concordando contrariado e Bernardo revirou os olhos, mas acabou rindo.
— Dois finais de semana bem agitados, não? — Mony perguntou.
— Pelo menos esses lobos maus pensam na nossa educação e só atacam de final de semana — Bernardo falou e eu, sei lá porquê, comecei a rir muito.
— Então se preparem, porque sexta feira é feriado, então já sabem, né? — Luana falou.
— Sexta é feriado? Então não vou ter aula com o pessoal de publicidade — Bernardo falou mais para si mesmo do que para o resto de nós, mas Hugo e eu percebemos.
— Por que? Você não gosta deles? — Hugo perguntou inocentemente e senti vontade de acertar a cabeça do meu amigo, Bernardo não tinha contado?
— Não, é que alguns deles não são legais — Bê respondeu.
— Não mesmo, né? — perguntei entredentes.
— São aqueles garotos que perguntaram do Bernardo e você ameaçou enfiar uma tora de madeira no orifício anal deles? — Theo perguntou se fingindo de inocente.
Provocador!
Hugo nos olhou confuso, acho que Bernardo iria ter que dar explicações.
— Eu posso falar vinte vezes para você não deixar a toalha molhada em cima da cama, você finge que não entendeu, mas consegue se lembrar de cada palavra de uma ameaça que fiz a alguém há mais de uma semana! — falei revoltada.
— É um dom — ele deu de ombros.

— Essa cidade, quero que vá nesse endereço — Vlad bateu o papel na mesa.
— Uma noite é pedir muito? — revirei os olhos.
— Eu te dei uma noite de descanso — ele sorriu cínico.
— Como você é bondoso.
— De nada! — ele me ofereceu o copo, como se fosse um brinde e tomou um grande gole.
— Por quê mesmo que eu tenho que ir nesse lugar? — perguntei puxando o papel, a cidade em questão não era muito longe, cerca de duas horas e meia de viagem.
— Porque se eu for, Wong vai ter que inventar outro desastre natural para encobrir meu rastro de sangue.
— Como que você consegue falar de um genocídio, tão naturalmente?
— É um dom — ele deu de ombros e eu tive deja vu com o Theo falando a mesma coisa e fazendo o mesmo gesto, horas antes — O que foi?
— Nada — voltei meus olhos para o papel — o você quer que eu faça?
— Descubra o que está acontecendo, alguém está tentando me enganar e você sabe que eu não sou alguém paciente.
Eu estava sentada na poltrona atrás da mesa, quando me vi naquele lugar de novo, apenas dei de ombros e me joguei ali. Vlad pareceu feliz por eu resolver não relutar em estar lá, mas o que eu podia fazer?
Já tinha desistido.
— E se eu não descobrir nada?
— Você vai, tenho certeza.
— Seus guardas não encontraram nada?
— Não, quem está fazendo isso, sabe esconder bem. Por isso estou mandando você, você encara as coisas de uma maneira diferente, terá outro olhar sobre a situação.
— Só gostaria de te lembrar que as suas expectativas são responsabilidades suas, foi você que as criou, não eu. Então quando você for decepcionado, não é problema meu.
— Você é tão divertida — ele sorriu, tomando outro gole — Mikael irá com vocês, depois que você for embora, ele assumirá a situação.
— Se Mikael já vai para lá, porque eu preciso ir?
— Por que você faz perguntas das quais já sabe as respostas?
— Para quem está pedindo um favor, você é bem arrogante.
— Eu não lembro de ter pedido nada.
— Francamente, como Allegra te aguenta?
— Também não faço a menor ideia — ele deu de ombros novamente.
Eu sabia que eu iria de qualquer jeito, mas era divertido provocar Vlad. Ele fazia o mesmo comigo, por que não aproveitar o momento?
— Então eu só tenho que ir lá e procurar por algo que a elite do Vampiros não encontrou?
— Basicamente sim.
— Apenas Theo e eu?
— Só confio em vocês, não quero que esse assunto saia daqui.
Que legal, mais segredos!
O que esses originais acham que eu sou? Um diário?
— Quanto tempo eu preciso ficar lá?
— Levando em consideração o que você fez em uma única noite, não muito tempo. Apenas o resolva logo.
— Verificarei minha agenda e te retornarei — respondi sarcástica.
— Você tem o meu número — ele tomou outro gole, sorrindo sarcástico, Wong tem razão, Vlad é o rei do sarcasmo mesmo — Que pena, nosso tempo juntos acabou, você já vai acordar — revirei os olhos, como ele sabe? — A propósito, esqueci de dizer algo que reparei em você no nosso último encontro, mas creio que é compreensível, já que foram tantas emoções, não?
— O que você esqueceu de falar?
— Gostei da sua marca.
— Minha marca? — perguntei confusa, colocado minha mão sobre a marca no meu pescoço. Ele devia estar brincando comigo — Vlad, eu nasci com essa marca, você já a viu várias vezes.
— Minha querida, não seja boba — ele parecia se divertir com aquilo — não estou falando dessa. Estou falando da outra marca, que fica do outro lado do seu pescoço, a recente. Gosto mais dessa.
— Do que você está falando? — não havia nada no meu pescoço, além da minha marca de nascença.
— Você sabe. Bom dia Eve, não esqueça de me ligar!
— Vlad!
— Bom dia!

Caçada - MarcadosOnde histórias criam vida. Descubra agora