Capítulo 38

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Não sei como eu tinha chego ali, apenas abri meus olhos e lá eu estava

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Não sei como eu tinha chego ali, apenas abri meus olhos e lá eu estava. Perdida e abandonada.

Todo o ambiente era escuro e, com toda aquela névoa branca, eu tinha a impressão que estava caminhando por uma vastidão cinza.

Era muito frio, tanto que meu corpo tremia. Abracei meu corpo a procura de algum tipo de calor, mas era inútil. Minha roupa estava gélida e a névoa era tão densa que eu mal conseguia enxergar a minha frente.

  - Alguém? - eu chamei alto, mas minha voz estava  quebrada de tanto frio - Por favor, tem alguém aqui? - tentei mais alto.

  O silêncio era tanto, que parecia que iria me esmagar.  Eu tinha sido esquecida em uma zona fantasma, onde não havia nada.

Meu coração disparou de medo, comecei a andar rápido, em uma busca por algo além do vazio. Logo eu estava correndo desesperadamente, lágrimas voando dos meus olhos, o ar gélido castigava meu rosto. E, mesmo assim, não encontrei nada.
Eu estava completamente sozinha.

  - Eu disse que estava pronta para morrer, não para ser abandonada, cacete!  - eu praguejei - Onde eu vim parar? No Inferno? - gritei a plenos pulmões - Que merda é essa? Nem morta eu mereço PAZ?

  Não havia respostas, não havia som, não havia nada.

  - Não é justo!  Isso não é justo!  Eu lutei pela minha espécie!  Fiz o que fiz para proteger os Marcados! Para proteger quem eu amo! - eu gritava com muita raiva - Então é isso que eu mereço? O inferno? Quer saber? Vai se ferrar!

  Gritei para o nada e nem sei quem eu estava xingando, eu só estava com tanta raiva que eu precisava extravasar.

Aquilo não era justo!

Depois de tudo o que eu passei, eu tinha sido condenada a passar a eternidade vagando sozinha.

  - Eu devia ter matado mais! Ter matado todos que cruzaram meu caminho, teria sido melhor? - o silêncio continuava sendo a minha resposta - Eu nem queria fazer parte disso tudo no começo, lembra? Essa marca que me obrigou! Eu só queria viver a minha vida em paz, com a minha filha. Agora eu não tenho mais a minha vida, não tenho mais a minha filha e nunca mais vou ter paz... - cai de joelhos,  sentindo as lágrimas escorrendo pelo meu rosto - Isso não é justo... Não é...

  Deitei de costas no chão,   não havia nada acima de cima, apenas mais escuridão.  Fechei os olhos e deixei as lágrimas rolarem, o que mais eu poderia fazer?

Como em um cinema mudo, imagens da minha vida começaram a passar pela minha mente.

Edu e eu pequenos, era noite de Natal e estávamos na casa da minha avó.  Era tudo divertido e feliz,duas crianças ansiosas para o Papai Noel. Eu não aguentei esperar, então meu avô me levou para a cama. Eu acordei jurando que tinha visto a luz do trenó do Papai Noel e quando corri até a árvore,  tinham vários presentes.

Caçada - MarcadosOnde histórias criam vida. Descubra agora