Não sei como eu tinha chego ali, apenas abri meus olhos e lá eu estava. Perdida e abandonada.
Todo o ambiente era escuro e, com toda aquela névoa branca, eu tinha a impressão que estava caminhando por uma vastidão cinza.
Era muito frio, tanto que meu corpo tremia. Abracei meu corpo a procura de algum tipo de calor, mas era inútil. Minha roupa estava gélida e a névoa era tão densa que eu mal conseguia enxergar a minha frente.
- Alguém? - eu chamei alto, mas minha voz estava quebrada de tanto frio - Por favor, tem alguém aqui? - tentei mais alto.
O silêncio era tanto, que parecia que iria me esmagar. Eu tinha sido esquecida em uma zona fantasma, onde não havia nada.
Meu coração disparou de medo, comecei a andar rápido, em uma busca por algo além do vazio. Logo eu estava correndo desesperadamente, lágrimas voando dos meus olhos, o ar gélido castigava meu rosto. E, mesmo assim, não encontrei nada.
Eu estava completamente sozinha.- Eu disse que estava pronta para morrer, não para ser abandonada, cacete! - eu praguejei - Onde eu vim parar? No Inferno? - gritei a plenos pulmões - Que merda é essa? Nem morta eu mereço PAZ?
Não havia respostas, não havia som, não havia nada.
- Não é justo! Isso não é justo! Eu lutei pela minha espécie! Fiz o que fiz para proteger os Marcados! Para proteger quem eu amo! - eu gritava com muita raiva - Então é isso que eu mereço? O inferno? Quer saber? Vai se ferrar!
Gritei para o nada e nem sei quem eu estava xingando, eu só estava com tanta raiva que eu precisava extravasar.
Aquilo não era justo!
Depois de tudo o que eu passei, eu tinha sido condenada a passar a eternidade vagando sozinha.
- Eu devia ter matado mais! Ter matado todos que cruzaram meu caminho, teria sido melhor? - o silêncio continuava sendo a minha resposta - Eu nem queria fazer parte disso tudo no começo, lembra? Essa marca que me obrigou! Eu só queria viver a minha vida em paz, com a minha filha. Agora eu não tenho mais a minha vida, não tenho mais a minha filha e nunca mais vou ter paz... - cai de joelhos, sentindo as lágrimas escorrendo pelo meu rosto - Isso não é justo... Não é...
Deitei de costas no chão, não havia nada acima de cima, apenas mais escuridão. Fechei os olhos e deixei as lágrimas rolarem, o que mais eu poderia fazer?
Como em um cinema mudo, imagens da minha vida começaram a passar pela minha mente.
Edu e eu pequenos, era noite de Natal e estávamos na casa da minha avó. Era tudo divertido e feliz,duas crianças ansiosas para o Papai Noel. Eu não aguentei esperar, então meu avô me levou para a cama. Eu acordei jurando que tinha visto a luz do trenó do Papai Noel e quando corri até a árvore, tinham vários presentes.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Caçada - Marcados
FantastikE a guerra começou. . . Qual o meu papel nela? Eu também queria saber, mas sei que estou bem no meio dela. Com o sumiço de Eliel, nada mais é garantido, nada mais é como antes. O conselho não se resolve, cada espécie cria novas regras para tentar co...