Capítulo 8

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Nove diasNOVE DIAS!!!!!Meu Heat durou NOVE dias

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Nove dias
NOVE DIAS!!!!!
Meu Heat durou NOVE dias.
Na verdade foram quase dez, por causa do horário, mas o que importava era que eu estava livre!
LIVRE!
(Não, não vou cantar a música do Frozen)
— Se soubesse que te morder acabaria com o meu Heat, eu teria te mordido ainda em casa — eu disse lavando meu cabelo alegremente, o fazendo rir.
— Não se anime achando que foi isso — ele respondeu, me ajudando a enxaguar meu cabelo — mesmo que nossos ciclos tenham sido anormalmente grandes.
— O que há de normal em nós? — perguntei dando de ombros — Mas tem alguma explicação para isso ou só vão ficar me olhando estranho como sempre?
— Eu não sei muito bem sobre isso, mas lembro que uma vez o Heat da tia Emily durou uma semana, porque tinha sido adiado três meses.
— Dá para adiar Heat? — perguntei surpresa.
— Não é indicado, porque pode fazer muito mal. Existem supressores, lobos e marcados as vezes tomam para controlar ciclos, mas tem que ser usado só em necessidade, é muito perigoso mexer em algo tão sério.
— Por que sua tia usou?
— Emily estava na casa em Londres, Jonathan ficou preso na Malásia junto do Conselho resolvendo uma confusão. Se ela entrasse em Heat tão distante dele, seria horrível para os dois.
Eu fui separada do Theo por centenas de metros e achei que fosse morrer, imagina Emily e Jonathan em continentes separados.
Depois que cravei meus dentes no pescoço de Theo, na noite anterior, eu senti uma força e ondas de prazeres gigantescas. Morder ou ser mordida, tanto faz, o prazer era o mesmo: indescritível!
Eu sabia do sangue dele escorrendo da minha boca, deslizando pela sua pele, nossos peitos tão colados, que nossos sangues se misturavam ali.
Eu queria morder mais fundo, mais forte, abracei Theo com mais força, ele se agarrando a mim, gemendo alto, respirações ofegantes.
Quase caímos para trás quando gozamos tão forte, nos trazendo de volta a realidade. Gozamos sem, praticamente, fazer nada.
Coloquei minha mão no meu pescoço, não havia mordida nenhuma, nem em mim, nem no Theo.
— Isso foi muita loucura, até para nós — eu ri, me jogando deitada na cama.
— Também acho — Theo se deitou comigo, me abraçando.
Não foi por mágica que acabou o meu Heat, ainda tiveram mais vezes de, bem, você sabe. Até que teve o momento que acordei, me espreguicei e eu senti: Meu Heat acabou!
— Theo! Theo! Theo! — eu pulava feliz — Acabou!
— O que acabou? — ele perguntou sonolento e confuso.
— Meu Heat! Finalmente acabou! — eu realmente estava muito feliz e aliviada. Eu não queria nem pensar em viver aquilo de novo.
Ele sorriu para mim, me puxou, me abraçou e me beijou.
— Vai tomar um banho, enquanto isso eu aviso o pessoal, tudo bem?
— Sim — concordei sorridente, depois corri para o banheiro e fiquei vários minutos parada embaixo do chuveiro, sentindo a água escorrer pelo meu corpo. Era incrível, mas eu não estava cansada ou dolorida, só aliviada. Theo se juntou enquanto esperávamos que nos trouxessem roupas (eu realmente não tenho a menor ideia do que aconteceu com o pijama que eu estava usando quando cheguei aqui).
Quando saímos do banho, as roupas estavam no balcão. Eu estava alegre, finalmente saindo daquele lugar, até chegarmos na porta aberta, eu podia ouvir vozes na cozinha, aí me bateu uma grande vergonha.
Todos sabiam o que tinham acontecido ali, Theo e eu passamos NOVE DIAS TRANSANDO. Eu não queria passar por isso, de novo! Se quase morri da vez que troquei de cheiro, ou seja, transei com o Theo pela primeira vez, imagina agora.
— O que foi? — Theo me perguntou.
— Será que podemos pegar a Lua e fugir daqui, Nova Zelândia talvez? — perguntou sussurrando.
— Não precisa se preocupar — ele me abraçou, beijando minha cabeça — está tudo bem, sei que parece algo horrível, para os lobos é algo natural.
— Estou morrendo de vergonha — murmurei contra o peito dele.
— Eu sei, mas vai ficar tudo bem, todos vão passar por isso várias e várias vezes. Ninguém vai falar nada.
— A Ana vai — eu resmunguei.
— Aí você a lembra que pode dar uma surra em qualquer pessoa, inclusive nela — eu ri — vamos!
Ele pegou na minha mão, entrelaçamos nossos dedos e passamos pela porta.
— Olá — Luana nos abraçou — estamos fazendo café, vocês querem?
— Fiz torta, mas está horrível, por isso recomendo os mini sanduíches — James sorriu mostrando uma bandeja com vários sanduíches.
— Oi — eu disse tímida — e a Lua? Onde ela está?
— Ela está dormindo — Luana respondeu nos servindo café com leite — ela está sentindo muito a falta de vocês, até tivemos que pedir para Sylvia e Marcus adiarem a viagem para que Kit ficasse mais um tempo com ela.
— Quem está aproveitando é Amanda, ela está encantada pelo Brasil — James falou.
— Estou com saudades da minha filha — eu disse bebendo café, era tão bom poder beber algo quente.
— Sim, podemos passar esse final de semana grudados — Theo sorriu — pai, isso está bom.
— Obrigado, mesmo sabendo que deve ser só você com fome. Sou horrível na cozinha — James sussurrou para mim, como se fosse um segredo, me fazendo rir.
— Amor, eu já disse que não é isso, você só está começando agora, logo pega o jeito — Luana disse amorosa, então chegou perto de mim e sussurrou — na verdade ele é horrível sim.
Eu quase engasguei com o café, tentando não rir.
Dormimos em uma cama macia, confortável e com lençóis. Engraçado como não damos valor a pequenas coisas até não tê-las.

Caçada - MarcadosOnde histórias criam vida. Descubra agora