Capítulo 32

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O tiro entrou pelas minhas costas e saiu pela minha barriga, ardia como o inferno.

O homem que atirou em mim, tinha um olhar assustado, mas ao mesmo tempo triunfante. Ele se sentia orgulhoso por ter me ferido.

— EVE! — Hannah tentou vir até mim, mas o homem gritou.

— Parada! Quero todo mundo quietinho! — ele ainda apontava a arma para mim — Você vai ficar quietinha ai, não sei como você conseguiu derrubar eles, mas eu vou te matar se você se mexer.

— Quero ver você tentar — eu disse. De novo havia aquela fúria dentro de mim, de novo eu sentia o lobo revoltado no peito. De novo eu calculava meus movimentos. De novo eu sabia o que fazer e sabia que teria o sangue daquele homem.

— Ana — eu disse friamente — como treinamos.

— O que? — ele perguntou sem entender, Aninha balançou a cabeça concordando freneticamente.

Então ela jogou a cabeça para trás, com força, acertando o nariz dele, e girou o corpo, escapando.
Eu me joguei contra o bandido, acertando seu maxilar com um soco e chutei a lateral do seu corpo. Ele se desequilibrou, caindo contra o muro. Seu nariz sangrava, Aninha deve te-lo quebrado, e ele lutava para respirar, eu devia ter quebrado sua costela.

— Sua filha da puta! — ele tentou me acertar, mas bloquiei seu soco, torcendo seu braço e o socando algumas vezes, antes dele cair no chão.

— Já me chamaram de coisas piores.

Eu o chutei uma vez, mas ele escapou do outro chute, rolando pelo chão e pegando a arma que tinha derrubado antes.

— Você vai morrer — ele disse com prazer na voz e atirou novamente.
O tiro me acertou acima do meu umbigo, outra vez aquela queimação infernal, eu pude sentir a bala atravessando meu corpo. O bandido sorria.

Olhei uma nova mancha de sangue se alastrando pela minha camiseta, encontrando com a outra. Eu ouvia gritos, talvez Ana ou Hannah, quem sabe as duas. Coloquei minha​ mão sobre o novo ferimento, eu sentia meus dedos molhados, os via sujos com meu próprio sangue, mas não sentia nada. Nenhum tipo de emoção ou dor.

— Ainda estou viva — eu disse calmamente, indo na direção dele.

Ele ficou desesperado, o medo em seus olhos era gritante, chegava a ser divertido. O lobo no peito uivava ameaçadoramente, ele sabia que não tinha mais como a presa escapar.

O homem atirou de novo, outra vez e mais outra. Eu senti queimações pela minha barriga, ombro e perna, mas não parei meu curto caminho até chegar nele. A dor chegava, mas ia tão rápido que eu mal registrava. E nem era como dor, era mais como um incomodo rápido.

— Minha vez? — eu cheguei até ele, seu pavor era evidente.

Ele tentou fugir, tentou me atacar. Mas o prendi no chão e o socava sem parar. Eu sabia o que estava fazendo, mas não queria parar, aquele homem merecia isso! Ele não só ia nos roubar, ele tinha deixado claro que iria estuprar Aninha. Ele queria matar Bernardo, quando descobrissem que Hannah era trans, o que fariam com ela?

Caçada - MarcadosOnde histórias criam vida. Descubra agora