Capítulo 12

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— Wolfsbane pode mudar o cheiro do sangue, mas tenho certeza que é do Marcelo — assim que Thata falou, o poste que sustentava as placas de trânsito caiu

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— Wolfsbane pode mudar o cheiro do sangue, mas tenho certeza que é do Marcelo — assim que Thata falou, o poste que sustentava as placas de trânsito caiu. Caio respirava pesadamente, seus olhos azuis estavam frios, tão claros que quase estavam brancos. Escorria um filete de sangue da sua mão, por causa do soco que ele deu e derrubou o poste.
— Vamos cair fora daqui — Arthur falou, algumas casas ascenderam as luzes, por causa do enorme barulho.
— E meu irmão? — Caio rosnou numa voz gutural.
— Consegue rastrear cheio de sangue? — perguntei.
— Sim, mas se eu não estiver perto o suficiente, não dá para ter certeza de quem é, pode ser de qualquer um, humano ou sobrenatural — Thalita respondeu — Podemos ficar dando voltas por horas e não o achar.
— Wolfsbane se mistura com o sangue, mas como é uma substância proibida, não deveria existir. Então o único lugar que vai ter cheiro de Wolfsbane com sangue é onde Marcelo está — expliquei.
— Eve tem razão — Theo falou alto — Vamos!
Tivemos que acelerar, a polícia estava chegando. Não que fossemos ter problemas, mas iria nos atrasar.
— Você foi muito inteligente, Eve — Arthur me elogiou — não acho que teríamos pensado nisso
— Obrigada — não tinha muito o que falar.
Minha mente alternava na vontade de chorar de desespero por saber que algo estava errado com a minha filha e na vontade homicida de acabar com qualquer um envolvido nisso.
Eu estava caminhando entre a dor e a raiva.
— Filhos da Puta! — Theo gritou socando o carro de Arthur
— Ah — foi o único lamento que Arthur pode dar ao ver a marca do punho na lataria do seu carro.
Tinhamos chego em um campo aberto, Thalita tinha perdido o rastro do cheiro.
— Me desculpa! Eu não. . . Ainda tô aprendendo. . . Não sou uma loba adulta. . . Mas estou tentando. . .
— Pare! — Theo segurou o rosto da irmã com ambas as mãos, encostando suas testas — Você é incrível, uma loba poderosa! Isso não é sua culpa! Vamos dar um jeito!
— Pena que não temos uma loba mãe aqui — Henrique bufou.
— Por que? — perguntei.
— É só uma besteira — ele disse.
— O que é? — insisti.
— Eve é uma besteira mesmo — Arthur respondeu — é um ditado que uma Loba Mãe é capaz de achar o filhote a quilômetros de distância. Não estamos dizendo que as Marcadas Mães não são tão boas ou algo do tipo, é só que dizem que quando uma Loba, que já tem os instintos muito aguçados, se torna mãe, tudo amplifica — ele se explicou rápido, com medo de ofender, mas eu estava interessado em outra parte dessa história.
— Isso quer dizer que uma mãe, que tem as habilidades de um lobo, poderia encontrar seu filhote, mesmo a quilômetros de distância?
— Teoricamente sim — ele deu de ombros — Mas não vejo como isso possa ajudar, já que. . .
— Theo! — antes que eu terminasse de o chamar, ele já estava a minha frente — Fareje o ar, mas focando na Lua, entendeu?
— Eu não consigo farejar tão longe — ele respondeu confuso.
— Confie em mim — mesmo confuso, ele o fez.
Ele fechou ou olhos e começou a procurar o cheiro. Tentei me lembrar do perfume da minha pequena, então encostei meus dedos na marca do meu namorado.
Dessa fui não para dentro daquele lugar onde nossas mentes se encontram. Era um lugar escuro, mas que ia tomando a formas embaçadas, cada um como uma cor, feitos de uma espécie de névoa. Eram os cheiros e aromas que os formavam, era bizarro e intrigante.
Theo pegou na minha mão, ele estava ali comigo. A nossa frente, pontos azuis em uma fila irregular e defasada brilhavam, era Lua.
— Venha! — Theo me segurou em suas costas e correu, em meia transmutação, seguindo a trilha azul.
Cada vez mais o número de pontos azuis aumentava.
Passamos toda a área descampada, entramos em um bairro industrial, deserto a essa hora, todas as formas a nossa volta eram massas cinzas escuras e marrons. No final, quase escondido, havia algo enorme, talvez vários edifícios. Dentro dele, havia mais cores que foram tomando formas.
Um amarela estava jogada em algum lugar, parecia presa, Ana. Outra, verde com pontos vermelhos e roxos, estava ferida e em outro lugar, Marcelo. Uma pequena forma azul estava em uma parte alta de um dos edifícios, Lua. Haviam várias formas, andando por ali, senti um cheiro conhecido, mas não me lembrava da onde. Theo rosnou, três formas chegaram perto da Lua, uma foi jogada no chão, mas se levantou e pegou minha filha no colo.
Quando fui gritar, me senti sendo puxada, com muita força, para trás.
Theo e eu nos separamos, encarando nossos amigos.
— Sabemos onde eles estão.

Caçada - MarcadosOnde histórias criam vida. Descubra agora