Open Your Eyes → Yutae

4°

A mulher segurou a mão de Yuta e pediu para ele a acompanhar. Eles foram até a sala e se sentaram no sofá.

- Eu quero contar para você, algumas coisas que o meu filho não deve ter explicado. - Nem parece que aquela mulher com os olhos cheios de lágrimas, estava rindo e fazendo brincadeiras a pouco tempo, e isso de fato preocupou o japonês, ele tinha medo de saber o que preocupava tanto a mais velha.

Sunhee percebeu que o mais novo estava levemente assustado e deu um pequeno sorriso.

- Eu não quero te assustar Yuta, mas pelo o que eu percebi vocês se deram bem. - Mesmo com um olhar triste a mulher dava um pequeno sorriso - E é por isso, que eu quero que saiba que não é todo dia que o Taeyong fica animado ou coisa do tipo. Tem dias que ele fica tão quieto, triste e até mesmo irritado.

Yuta já esperava por isso, ele imagina como deve ser difícil não poder enxergar mais, então ele teria que compreender caso o mais velho ficasse de mal humor.

- Você entende isso né? - A mulher perguntou olhando para o japonês, que concordou com a cabeça.

- Bom, como eu falei, Taeyong se culpa muito pela morte do Hansol, por isso ele não quer saber se existe algum meio para que ele volte a enxergar e não tem nada que mude a cabeça daquele menino. - A mulher riu levemente, por saber como o filho pode ser insistente as vezes.

- O pior, é que aquele acidente obviamente não foi culpa dele, o motorista do outro carro foi o culpado, já que ele estava bêbado. Aquele miserável, acertou em cheio o lado de Hansol, que morreu na hora - A mulher já chorava ao explicar, doía contar sobre o acidente que causou tanta tristeza para aquela família, mas ela queria que Yuta soubesse o que aconteceu, para conseguir lidar com o seu filho. O japonês se aproximou dela e a abraçou.

Assim que se recuperou, sorriu em agradecimento para o garoto e voltou a explicar.

- Pedaços de vidro acertaram os olhos do Taeyong mas ele não se importou com o fato de ficar cego ou não, ele queria apenas saber do irmão. A notícia da morte do Hansol foi muito forte e parar de enxergar piorou ainda mais a situação. Eu tinha medo de que meu filho tentasse se matar, e ele percebeu, falou que não se mataria, pois precisava pagar pelo que aconteceu. - A mulher deu uma pausa, suspirou e voltou a explicar - Taeyong ainda tem pesadelos com o acidente, e esse é um dos motivos para que ele simplesmente mude de humor de um dia para outro.

Yuta queria chorar, ele era muito sentimental as vezes, e escutar a mulher falando sobre aquele acidente o deixou mais triste, ele não queria que o coreano ainda passasse por tudo isso, era de partir o coração.

- Então espero que entenda Yuta, hoje o Taeyong está bem, mas amanhã ele pode estar desanimado ou irritado, estão eu peço que você tenha paciência, e tente nos ajudar a fazer ele se sentir melhor - A mulher falou com um sorriso no rosto, fazendo Yuta sorrir também.

- Ainda pode existir algum jeito para que ele volte a enxergar, mas para isso, ele precisa entender que o acidente não foi culpa dele e aceitar aquela cegueira não é merecida. - Yuta concordou, ele tentaria ajudar o Lee de alguma forma.

Após explicar para a mulher que faria o possível para ajudar o coreano, ela o abraçou a agradeceu por ele se preocupar com o filho dela, e assim Yuta saiu da casa dos Lee, indo para a sua casa.

O japonês foi o caminho inteiro pensando em coisas que poderia fazer para alegrar o mais velho, ele estava doido pensando nas possibilidades do coreano voltar a enxergar.

- Mãe, cheguei! - Falou assim que abriu a porta de casa, assustando a mãe dele.

- Ai peste! Uma hora você me infarta! - A mulher falou tacando uma almofada no filho que pediu desculpa enquanto ria.

- Mãe, fiz um novo amigo hoje - O garoto falou quando se sentou ao lado da mulher no sofa.

- Que bom filho, ele é maluco igual os outros? Qual é o nome dele? -  A mulher perguntou rindo, ela ama os amigos do filho, e tava feliz em saber que Yuta fez mais um.

- Lee Taeyong, e eu não sei se é maluco igual os outros, conheci ele hoje - Yuta falou sorrindo.

A mulher se aproximou do filho sorrindo. - Ele é bonito? - Yuta riu com a pergunta da mãe e concordou com a cabeça.

- Eu quero conhecer ele! E quero descobrir mais pra frente se serão amigos mesmo, ou algo a mais.

- Mãe! Até você? A mãe dele também fez piadinhas com isso. - A mulher sorriu mais uma vez. Sorrir era algo que aquela família fazia com facilidade.

- Então eu quero conhecer ela também - Yuta se lembrou da conversa sobre as mães que ele teve com Taeyong, aquelas duas já estavam fazendo piadinhas iguais, logo aprontariam com os garotos.

- E ai, será que ele está apaixonadinho igual a você? - O garoto olhou para a mãe confuso.

- Você ta olhando para o nada, com cara de besta enquanto sorri. Eu te conheço Nakamoto, e sei que esse menino mexeu contigo, agora a questão é...você mexeu com ele também? Espero que você tenha sorrido muito perto dele, teu sorriso conquista qualquer um meu filho. - Com aquelas palavras Yuta suspirou e olhou para mãe.

- Mesmo se eu quisesse conquistar ele, meu sorriso não iria ajudar muito. Ele é cego.

A mulher olhou para o filho surpresa, a vontade de conhecer o garoto cresceu ainda mais.

- Ele nasceu assim? - perguntou curiosa.

- Não, ele perdeu a visão em um acidente de carro, e também perdeu o irmão naquele dia, a mãe dele me pediu ajuda. Ela quer que o filho seja feliz e pare de se culpar pelo que aconteceu - Yuta sempre conversava com a mulher sobre diversos assuntos, e ela sempre ajudava o garoto quando ele precisava de alguma coisa. - Eu falei que vou ajudar, quem sabe se o Taeyong parar de se culpar pelo acidente, ele aceite procurar um médico para saber se ele ainda pode voltar a enxergar. Mas sabe o que é pior mãe? - A mulher olhou para o filho esperando uma resposta -
Eu acho que você tem razão, ele mexeu comigo de alguma forma, mas não será fácil para que aconteça o mesmo com ele.

- Claro que vai! É só conquista-lo com o seu jeitinho! Ele não precisa enxergar para conhecer toda a beleza que existe em você Yuta. - A mulher sorriu para o filho que a abraçou em agradecimento.

Peço perdão por esse capítulo meio merda kkkk as idéias para o quarto capítulo não foram as melhores.