Nunca me senti assim

Capítulo (28)

Eduardo

Nunca pensei que um dia entenderia o que se passa na cabeça de um viciado, a dependência de algo não é fácil de ser controlada e exige muita força de vontade.

Agora por exemplo me sinto um viciado em tratamento tentando controlar sua dependência, estou sentado na beira da cama observando a Juliana se vestir e isso está fazendo minha mente travar uma briga para não puxar ela de volta para a cama e mais uma vez me perder em seu sabor doce.

Tenho consciência que ela precisa se recuperar e principalmente se alimentar já que desde que chegamos não comemos nada e ainda temos a reunião com o Moretti em 20 minutos. Perdido em pensamentos nem percebo que ela já está pronta.

-Pronto já acabei. -ela fala me tirando da minha análise interna.

-Está deslumbrante. -digo com sinceridade.

-Obrigada, eu queria te pedir algo. Será que podemos descer separados? Não quero levantar nenhuma suspeita ou comentários desnecessários. -sinto ela um pouco sem graça ao pedir isso.

-Eu não vejo problema nenhum em descermos juntos mas se você prefere assim tudo bem eu vou na frente então, mas antes...-digo puxando ela para um beijo.

O tal beijo era para ser algo normal mas nada é normal entre  eu e ela, um é fogo e o outro é gasolina que quando entram em contato a explosão é certa. Seguro em seus cabelos e ela geme em meus lábios o que faz meu pau ficar duro na hora.

-Para precisamos descer. -ela diz se afastando.

-Que merda de reunião! -digo puto.

-Acho melhor eu ir na frente e você vai depois. -ela fala e olha para o volume nas minhas calças.

-Acho melhor mesmo, preciso acalmar meu amigo aqui. -falo segurando meu pau por cima da calça, vejo ela abrir e fechar a boca antes de se virar.

Ela pegou a bolsa e saiu do quarto sem olhar para trás, acabei rindo pela expressão dela de surpresa com minha ereção.

Assim que desço já sinto o ódio queimar com o que vejo, Ângelo Moretti está debruçado sobre ela falando algo em seu ouvido, sei que não tenho direito de falar nada e nem quero ter mas não posso negar que isso me incomoda.

-Boa noite a todos, vejo que já conheceu nossa nova engenheira. -falo apertando a mão do fdp do Ângelo.

-Boa noite Eduardo quanto tempo, estou tendo o prazer de conversar com essa linda dama. -prazer você vai sentir quando eu socar a sua cara, penso.

-Então já que estamos todos presentes vamos? -digo doido para acabar logo com isso.

-Vamos até a sala de conferências que pedi para deixarem arrumada a nossa disposição e depois iremos ter um belíssimo jantar no restaurante do hotel que foi considerado um dos melhores. -Ângelo diz se vangloriando.

Todos o acompanham em direção a sala, Juliana passa por mim sem me dirigir um olhar o que me deixa mais irritado ainda, quando eu falo ela diz que não mas definitivamente essa mulher é bipolar sim!

-Mano que cara é essa? Parece um cachorro com raiva. -Arthur pergunta.

-Imprenssão sua, estou tranquilo como as águas de um rio. -digo.

-Não é o que parece mas enfim... -ele fala e vai atrás de todos.

Ando em direção a sala mas rezando internamente para ser capaz de me segurar, me sinto a merda de um FDP adolescente com os hormônios a flor da pele, parece que ela jogou um feitiço em cima de mim ou eu estou ficando maluco de vez.