Capítulo (46)

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Eduardo

-Eu só quero saber para onde levaram ela. -Grito com um dos policiais.

-Senhor mantenha a calma ou iremos te dar voz  prisão por desacato a autoridade. -um deles diz.

Estou sentindo meu mundo desmoronar e ele quer que eu mantenha a calma? Respiro fundo pois eu preciso saber para onde ela foi levada e principalmente seu estado de saúde.

-Por favor você poderia me informar para qual hospital ela foi levada? -pergunto controlando cada palavra.

-Ela foi encaminhada para o Salgado Filho no Méier. O que o senhor é da moça? -ele me pergunta.

-Sou namorado, agora se me der licença preciso ir até ela. -digo correndo para o carro.

Minhas mãos tremem ao tocar o volante, preciso ser forte para estar ao lado dela. Apoio a cabeça no volante e em um momento de desespero faço o que nunca fiz na minha vida "eu rezo."

"Deus por favor não deixa que nada de ruim aconteça com ela, eu preciso dela aqui ao meu lado".

Sinto meus olhos queimarem mas esse não é o momento de desabar, ligo o carro e dou partida, já no hospital para eu conseguir saber algo dela foi um tormento, por mais que eu diga que sou seu namorado e ameaça quebrar tudo nada consegui a não ser o fato de que fui posto para fora pelos seguranças.

Na calçada me sinto um lixo, do que adianta ter tanto poder e dinheiro se no momento que mais preciso nada disso tem valor? Preciso falar com alguém para tentar descobrir como ela está.

-Arthur preciso de uma ajuda sua. -digo assim que ele atende o telefone.

-Calma cara o que aconteceu? -ele pergunta.

-A Jú eu não sei direito o que aconteceu, eu estava indo para a casa dela mas no caminho vi ela sendo carregada por uma maca para dentro de uma ambulância, ela está aqui no Salgado Filho no Méier mas eu fui expulso. Cara eu preciso saber o que aconteceu. -digo desesperado.

-Estou indo para aí, não faça mais nada até eu chegar. -ele diz e desligamos.

Sento do lado de fora tão perdido quanto um cego no meio de um tiroteio, tem um misto de sentimentos dentro de mim me levando a loucura, eu preciso ver e tocar nela para ter certeza que está tudo bem. Os minutos passam e cada vez mais sinto a agonia e o desespero tomarem conta de mim, a sensação de ser inútil é tão amarga quanto um fel. Finalmente vejo Arthur chegando o que de uma certa forma me acalma um pouco.

-E aí cara como você está? -ele pergunta me puxando para um abraço.

-Desesperado, não deixam eu entrar estou de pés e mãos atados. -digo.

-Fica aqui que eu vou lá tentar saber de algo. -ele diz e entra.

Passa alguns minutos e vejo a amiga dela entrar correndo, cada minuto que passa é como se um punhal fosse cravado em meu peito, começo a andar de um lado para o outro na tentativa de me acalmar. Arthur sai de dentro do hospital depois de uma eternidade amparando a amiga da Jú que chora de soluçar, meu peito aperta e meus pés grudam no chão sem me deixar movimentar. Os dois caminham em minha direção com olhares que fazem meu ar faltar.

-Pelo amor de Deus não me digam que... -não consigo nem terminar a frase.

-Calma cara não aconteceu o pior mas o estado dela é grave, ela sofreu um traumatismo craniano e está em coma. -Arthur fala e eu me sinto engolido em um buraco negro.

-Precisamos transferir ela, eu quero o melhor médico e o melhor hospital. -digo tentando ser firme.

-Não é algo tão fácil, devido ao estado dela. -Arthur diz.

-Por que fizeram isso com a minha amiga... -Thay diz chorando muito.

-Como assim fizeram? O que de fato aconteceu? -indago confuso.

-Ela foi atropelada, algum doente estava em alta velocidade e acabou acertando ela. -Arthur responde.

-Mas ela estava na calçada. -digo puto.

-O carro que atingiu ela subiu na calçada e acabou acontecendo essa tragédia, a polícia já está investigando fica calmo. -ele me diz.

-Eu vou matar o filho da puta que fez isso. -falo com ódio.

Passamos a madrugada toda resolvendo os problemas burocráticos para a transferência da Jú para um hospital de grande porte onde ela receberá todos os tratamentos devidos. Arthur levou a Thay para casa e eu continuo aqui esperando alguém me trazer alguma informação sobre o estado dela.

Ao mesmo tempo que me sinto devastado eu também sinto um ódio crescente dentro de mim, seja lá quem foi o infeliz que fez isso vai pagar muito caro. Já passam das 10:00hrs da manhã quando uma doutora me chama.

-Bom dia Sr.° Eduardo me chamo Raquel sou  a neurologista que está cuidando da Juliana. -ela diz me estendendo a mão.

-Bom dia Dra. eu posso ver ela? Como está seu estado? É realmente muito grave? -atropelo ela de perguntas.

-Vamos por partes, o estado dela é grave pois ainda não conseguimos identificar a causa exata mas já estamos trabalho nisso, induzimos ela ao coma para que nenhum de seus órgãos seja afetados pelo trauma, estamos vendo se será  necessário alguma intervenção cirúrgica mas isso só vamos ter certeza com os exames em mãos, estamos fazendo tudo que é possível para a recuperação dela e sobre você ver ela ainda não é possível pois ela está sendo examinanda. -ela fala.

-Dra.° eu quero o melhor tratamento, não deixe nada de pior acontecer por favor. -peço quase chorando.

-Ela está recebendo o que há de melhor, nenhum recurso está sendo descartado ou poupado pode ficar tranquilo, agora aconselho o Sr. a ir para casa e descansar por ora nada poderá ser feito. -ela fala.

-Eu não vou sair daqui até ter certeza que ela está bem e poder ver ela. -digo.

-Como preferir, agora me dê licença com vou voltar para acabar de verificar os exames. -ela diz.

-Obrigado. -digo apertando sua mão.

Me sinto totalmente desolado, eu queria acordar e perceber que tudo não passou de um terrível pesadelo. Sento em uma cadeira no corredor do hospital sem conseguir me manter mais em pé, pela primeira vez vejo meu mundo desmoronar sem nada poder fazer, é um verdadeiro inferno esperar.

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Boa tarde amoreees!!!
Hoje vim mais cedo e se tudo der certo volto ainda hoje com mais um hahaha.
Continuem votando mtooooo
Bjusss 😘😘😘
Rafa Bastos 💙

Nunca me senti assimOnde histórias criam vida. Descubra agora