Capítulo (29)

17.4K 1.4K 11
                                    

Eduardo

Saio de seu quarto irritado ao extremo, não entendo toda frieza e indiferença a algo que está evidente que sentimos, mas claro como sempre ela é a do contra prefere negar do que se permitir viver e dar o braço a torcer.

Tomo um banho quente e me jogo na cama revivendo cada mísero detalhe do dia, vou dar tempo ao tempo talvez seja realmente melhor parar antes que tudo saia do controle, nunca fui de ficar implorando para ter mulher nenhum assim como também nunca estive com nenhuma mulher igual a ela, merda!!!

Nem me lembro o momento que dormi já que passei parte da noite em claro, acordo já atrasado mal vai dar tempo de engolir algo antes de ir para o aeroporto, tomo uma ducha rápida e desço em direção ao restaurante onde encontro Arthur e Juliana já tomando café.

-Bom dia mano já estava pensando em ir te chamar. -Arthur fala.

-Bom dia, ontem demorei para dormir e acabei perdendo a hora. -digo.

-Senta aí e toma café com a gente daqui a pouco teremos que correr para o aeroporto. -ele fala.

-Bom dia, dormiu bem? -pergunto a ela.

-Bom dia, dormi sim. -ela responde mas sei que é mentira, tem olheiras em torno de seus olhos e elas não estavam lá ontem.

-Que bom! -digo por fim.

Tomamos o café em silêncio absoluto nem mesmo Arthur que é sempre tagarela ousou abrir a boca e desse mesmo modo fizemos todo o trajeto até o Rio.

Assim que chegamos nos despedimos e cada um seguiu seu caminho, assim que chego no meu apartamento resolvo colocar um fim em todos os malditos pensamentos e assim passo o domingo todo trancado no escritório trabalhando sem parar.

Passaram exatamente 4 dias desde a última vez que vi ou falei com ela, nesses dias tenho feito um esforço para não pensar nela mas sempre falho em algum momento como esse.

Por que tinha que ser assim?
Por que tinha que ser ela?
Por que não consigo parar de pensar nela?

É tanto porquês martelando a minha cabeça que só consigo voltar a realidade quando ouço uma batida na porta.

-Pode entrar. -digo me recompondo.

-Com licença, desculpa te incomodar mas preciso falar com você e não dava para esperar. -ela fala e meu coração até acelera com o simples som de sua voz.

-Sente se por favor, a que devo essa visita? -pergunto.

-Estamos com um problema no orçamento do projeto, o cálculo que fizemos semana passada foi alterado. -ela diz de modo profissional o que admiro nela.

-Como assim alterado? Fizemos todos os cálculos umas 3 vezes para ter certeza que estava realmente certo. -falo.

-Exatamente, perguntei ao Arthur se havia mudado algo da parte dele e ele disse que não, da minha parte também não ou seja alguém teve acesso e alterou os números para cima. -ela diz e na mesma hora fico tenso.

-Vou abrir uma sindicância para apurar isso a fundo, já tive problemas com isso e os responsáveis foram demitidos o que levou a sua contratação mas acho que ainda restou alguma laranja podre. -falo sério.

-Achei melhor vir pessoalmente pois não sabemos de fato de onde está vindo ou quem está envolvido no meio disso, o azar dessa pessoa é que bato semanalmente todas as entradas e saídas, acredito que a pessoa não contava com isso. -ela diz e me orgulho mais uma vez da profissional que é.

-Fico feliz por estar pagando minha língua em não ter acreditado no seu potencial no  início. -digo rindo.

-Viu só rs, agora se me der licença vou indo ainda tenho muito trabalho pela frente, me mantém informada por favor. -ela diz se levantando e eu corro até ela.

-Espera. -digo segurando seu pulso.

-Por favor deixa tudo como está. -ela fala mas sinto o desejo em seu olhar, mas antes que eu possa falar algo somos interrompidos pela minha mãe que adentra minha sala sem ao menos bater.

-Querida nos dê licença, tenho assuntos a tratar com meu filho. -ela fala olhando Juliana de cima a baixo me deixando revoltado.

-Você não pode entrar aqui dessa maneira e muito menos dispensar as pessoas como se fossem seus empregados. -falo mas de continuar Juliana me interrompe.

-Deixa, eu já estava realmente de saída e boa tarde para a senhora também, com licença. -ela fala devolvendo o olhar de cima em baixo igualmente a minha mãe antes de sair.

-Quem essazinha acha que é para falar e me olhar daquele jeito atrevido? -minha mãe pergunta.

-Acredito que saber quem se trata minha funcionária não seja o motivo que lhe trouxe até aqui não é mesmo? -pergunto mudando de assunto.

-Obviamente que não, quero saber se sua irmã está em seu apartamento? -ela pergunta.

-Estava mas já voltou para Londres, era só isso? -falo ainda em pé.

-Vocês são igualzinhos, dois rebeldes que não entendem que tudo que eu quero é o melhor para nossa família. -ela tem a cara de pau de falar em família.

-Como que é? Família? O que você sabe sobre isso? Sempre se preocupou mais com você mesma do que com a gente, seu negócio é status e dinheiro. -jogo na cara dela.

-Não me culpe por cuidar dos interesses de todos, se hoje vocês tem reconhecimentos é graças a mim e minha influência. -ela fala.

-Você deveria ter vergonha de si mesma isso sim, nunca foi uma boa esposa e muito menos uma boa mãe, se hoje sou o que sou é graças a mim que trabalhei dia e noite para fazer meu nome, assim como a Carol está buscando também sem precisar de você ou dessas suas malditas influências. -grito para ela.

-Vocês são uns ingratos, tudo que eu fiz foi pensando no bem estar de todos. -ela continua sem se dar conta o quanto é fútil.

-Tudo o que você fez? Kkkk não me faça ter uma crise de risos aqui, tudo que você fez e faz é visando sempre o seu próprio umbigo. Pode me poupar de seu discurso de dama da sociedade que só cola com meu pai. -vocifero.

-Vou embora que não vim até aqui para ser apedrejada por você, depois seu pai me culpa por não tentar. -ela fala e sai com toda sua pose.

Me afundo na cadeira respirando profundamente para não socar a mesa, toda vez que encontro com ela é a mesma coisa. Por culpa dela que nunca demonstrou qualquer sentimento ao meu pai ou aos próprios filhos que me tornei esse homem que não acredita no amor e nem em mulher nenhuma.

Que merda!!! -grito.

Já chega por hoje, cancelo tudo e sigo para o meu apartamento preciso de um banho e um whisky bem forte para apagar essa raiva dentro de mim, amanhã falo com a Juliana preciso lhe pedir desculpas pela minha genitora.

  *****************************

Boa noiteeee!!!!
Como prometido mais um capítulo para compensar o tempo que demorei rs.
Fiz esse capítulo todo do Eduardo para a gente entender um pouco sobre a relação dele com a mãe e sobre sua dificuldade em acreditar no amor, será que Juliana vai ser capaz de quebrar esse gelo dentro do peito dele???
Não esqueçam de votaaaar 🙏🏽
Podem dar bastante estrelinhas que eu amo rs ⭐❤️
Amanhã volto com um capítulo todo da Juliana e com mais um como bônus deles dois 😉 até amanhã! 😘😘
Rafa Bastos

Nunca me senti assimOnde histórias criam vida. Descubra agora